
Financial Times contra Lula
Os banqueiros internacionais detrás da crise sobre o BC
Agora vemos de onde vem a orientação para os editoriais dos jornais da burguesia, que nos últimos dias voltaram toda a sua carga contra os posicionamentos de Lula sobre a economia

- Roberto Campos Neto x Lula e o povo
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- Foto: Reprodução
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O periódico Financial Times, um dos principais órgãos do imperialismo mundial, porta-voz do capital financeiro internacional, publicou, na semana passada, um artigo que evidencia o incômodo dos banqueiros de Wall Street e da City de Londres com as recentes posições do presidente Lula sobre do Banco Central.
“Ataques de Lula ao banco central do Brasil alarmam investidores” é o título da reportagem. Ela afirma que a “independência” do Banco Central é uma necessidade e defende o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, como um “tecnocrata amplamente respeitado”. Também traz a avaliação de funcionários do mercado financeiro, que dizem que as ações de Lula estão fazendo com que “os investidores revisem para cima as expectativas de inflação e de juros”, que “a taxa de câmbio se deprecie” e que “a bolsa de valores caia”.
Agora vemos de onde vem a orientação para os editoriais de jornais como O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, que nos últimos dias voltaram toda a sua carga contra os posicionamentos de Lula sobre a economia. O imperialismo conduz a campanha da imprensa nacional, que não passa de uma sucursal dos veículos de propaganda internacionais, contra o governo Lula.
Campos Neto parece que não é mais um bolsonarista, porque é o queridinho dos banqueiros imperialistas, enquanto toda uma campanha de propaganda contra bolsonaristas pé-rapados é levada adiante, acusando-os de terroristas e golpistas. Por que? Ora, porque ele é um bolsonarista que tem algum poder, o poder de executar a política monetária que os banqueiros querem, sendo ele um neoliberal de confiança do imperialismo.
As avaliações dos agentes financeiros ouvidas pelo Financial Times também indicam como os banqueiros chantageiam o governo: Lula apresenta uma política contrária aos seus interesses, e por isso as ameaças (e concretizações, como estamos vendo) de queda da bolsa, de previsão de aumento da inflação etc. Os banqueiros mostram quem manda, quem manipula abertamente a economia nacional.
O Brasil não pode ficar refém de tamanhos parasitas. As falas de Lula em torno do Banco Central tiveram o efeito positivo de iniciar um debate vital para os trabalhadores, por isso a imprensa e o chamado “mercado” se levantaram contra ele. Agora é a vez das bases operárias e oprimidas se levantarem para ajudar Lula a tirar Campos Neto da presidência do Banco Central e de ir em direção ao fim da “autonomia” do órgão, que deve ser controlado integralmente pelo Estado.
Hoje irão ocorrer manifestações em diferentes cidades do País, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, convocadas pela CUT, o MST e a base do PT, pelo Fora Campos Neto e contra a independência do Banco Central. É preciso que os trabalhadores intervenham para demonstrar apoio popular às iniciativas progressistas de Lula e empurrar o presidente da República em direção à concretização dessas exigências.