A campanha para pressionar Lula a escolher uma “mulher negra no STF” extrapolou os inúmeros artigos na imprensa golpista e da esquerda pequeno-burguesa identitária e chegou em terras internacionais.
Gregório Duvivier, em seu programa na emissora norte-americana HBO, deu o ponta-pé inicial. Criticou Zanin, criticou Lula, criticou até o Brasil 247 e anunciou um site para pressionar o presidente a escolher a tal da mulher negra, que ninguém explica quem exatamente seria ela.
Duvivier falou, outros seguiram a campanha e apareceram outdoors em Nova Deli, na Índia, enquanto Lula esteve por lá na reunião do G20, com escritos em inglês, clamando pela tal “mulher negra no STF”.
Mas a Índia não foi o bastante. Transmitiram num telão na Times Square, em Nova Iorque, um vídeo com a campanha pela “mulher negra no STF”.
E esse vídeo, produzido por ONGs, também não é nada barato de se fazer. Apesar do conteúdo horrível e até constrangedor, participa uma atriz da Globo, Thaís Araújo, e uma equipe grande de produção, além do nítido gasto técnico.
Como vemos, a campanha que saiu do aquém e do além, ou melhor, saiu do programa do Duvivier, ou melhor, saiu dos escritórios dos norte-americanos, tem muito grana para gastar. Tem muita “energia” para queimar.
Tudo para conseguir um cargo no STF. Como é bom ter um cargo!
Mas a pergunta que fica para esses que se mostram tão preocupados com uma “mulher negra no STF” é: onde eles estavam em todos os momentos recentes em que o Brasil estava sendo saqueado?
Onde eles estavam quando…
Em 2016, Dilma Rousseff foi derrubada por um golpe de Estado, cuja participação contou inclusive com as mulheres do STF?
E por falar em STF, onde esses preocupados com a situação da mulher negra estavam em 2012 quando o negro Joaquim Barbosa – sim, indicado por Lula – usava uma teoria jurídica nazista para justificar a perseguição no julgamento farsa do mensalão?
Onde estavam quando Michel Temer, já empossado como presidente golpista, impôs a reforma trabalhista que simplesmente devastou os direitos dos trabalhadores?
Quando o mesmo Temer fez uma reforma da Previdência destruindo a aposentadoria dos brasileiros?
Quando Lula foi preso, num dos processos mais aberrantes da história nacional?
Quando justamente por conta da prisão de Lula, Bolsonaro, que hoje eles fingem odiar, foi eleito presidente do País?
Quando esse mesmo Bolsonaro privatizou a Eletrobrás a preço de banana?
Poderíamos listar mais pelo menos uma dezena de coisas que destruíram o povo brasileiro. Coisas que são realmente importantes, muito mais do que um cargo para uma mulher negra no STF.
Sabem onde eles estavam? A maioria deles estavam apoiando todas essas medidas que listamos acima por que os que financiam essa campanha pela “mulher negra no STF” para desgastar Lula, são os que colocaram em marcha toda a destruição causada pelo golpe. Eles são os mesmos.