Diante da enorme campanha por uma mulher negra no Supremo tribunal Federal que “incrivelmente” chegou até a Índia, não se viu absolutamente nenhuma manifestação dos políticos bolsonaristas que buscam aparentemente se opor a política dos identitários. Apesar dos “embates”, estes setores se unificam quando se trata de defender os interesses do imperialismo em relação a governos nacionalistas como de Nicolás Maduro na Venezuela.
Durante o encontro de cúpula dos países do G20, estranhamente a campanha por uma ministra negra no STF chegou à Índia e foi propagandeada em outdoors. Na última semana, essa campanha chegou ao maior centro comercial do planeta, à Time Square, onde circulam 41 milhões de pessoas todos os anos. Além do grande empreendimento internacional, a divulgação de um curta-metragem com a participação de Taís Araújo demostra que o imperialismo investe cada vez mais nesta campanha.
Porém, os bolsonaristas, que buscam polemizar com os identitários, como foi o caso de Nikolas Ferreira que colocou uma peruca no Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, nada disseram. Tem sido frequente denunciarem o identitarismo como uma política autoritária inclusive apelidaram as mulheres identitárias de “feminazis”, a política de cotas e a questão do negro também são tratadas como “vitimismo” e coisas do gênero, mas a imensa campanha da imprensa estranhamente não tem causado incomodo neste momento a este setor.
Durante a vista de Nicolás Maduro ao Palácio do Planalto neste ano, num ato de subserviência aos Estados Unidos, deputados bolsonaristas solicitaram intervenção contra o governo brasileiro. Por outro lado, os identitários denunciavam o presidente venezuelano como ditador. No que diz respeito a defesa dos interesses do imperialismo, identitários e bolsonaristas se unificam contra os governos da Nicarágua, Cuba, Coreia do Norte, Rússia e Talibã.
No caso da campanha por uma negra no STF, a questão não deve ser compreendida de outra maneira, evidentemente que estão em silêncio porque esta campanha representa um ataque e é parte da política imperialista contra o governo Lula. Estes setores já estiveram juntos nas ruas contra o governo de Dilma Rousseff e em defesa da Lava Jato que resultou na prisão de Lula e na ascensão de Bolsonaro à presidência. Como “quem cala, consente”, novamente estão em companha contra o PT.
Não é segredo que os bolsonaristas trabalham contra os interesses nacionais e em favor do imperialismo, o gesto de Bolsonaro bater continência à bandeira norte-americana em visita aos Estados Unidos expressa claramente que são falsos “patriotas”. A oposição ao identitarismo também se mostra uma política extremamente oportunista, assim como a oposição dos identitários à extrema-direita. Finalmente, são diferentes faces da mesma moeda e devem ser combatidos igualmente pelos setores nacionalistas do país.
A conclusão que podemos tirar disso tudo é que os bolsonaristas e os identitários tem um amor em comum: os Estados Unidos da América.