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Futebol feminino

O torcedor ama o futebol, não a demagogia

A campanha histérica de Milly Lacombe a favor do futebol feminino. Jornalista dá piti no dia do aniversário do Corinthians

O futebol feminino se tornou o principal centro de demagogia da imprensa esportiva. Os grandes capitalistas, para satisfazer seus interesses econômicos, estão buscando impulsionar artificialmente a modalidade do esporte bretão, ampliando assim o mercado esportivo em um tipo de futebol totalmente dominado pelos países imperialistas. Para isso, utilizam o mais baixo nível de argumentação, numa política, inclusive, de ataques diretos aos apaixonados pelo futebol: 

“Ame o futebol feminino, ou seja cancelado”; “quem não gosta de futebol feminino, não gosta de futebol, gosta de homens”; esses são alguns dos argumentos absurdos utilizados para enquadrar aqueles que ainda não aderiram à onda identitária no futebol.

Em coluna publicada no Uol, na sexta-feira (1º), a jornalista Milly Lacombe, que se diz corintiana, aproveitou o aniversário de 113 anos do seu time para colocar a pergunta: “o corintiano ama o Corinthians ou o time masculino do Corinthians?”

Ela apontou que “recentemente, minhas alegrias em relação à camisa vêm do time feminino. O masculino não tem lá me dado tanto orgulho assim, seja pela forma que joga, seja pela forma como se comporta fora de campo”. “Mas o feminino? ah, o feminino é muita poesia, garra, entrega, talento e competitividade. É a cara dessa camisa”, destacou, de forma totalmente demagógica.

De fato, o futebol feminino do Corinthians é um dos mais fortes do país — senão o mais forte, sendo o clube mais vencedor na modalidade. No entanto, há uma distância abismal entre a importância do verdadeiro Corinthians, aquele fundado por operários em 1910, cheio de tradições, e o Corinthians da modalidade feminina. Igualar um e outro seria como igualar o Corinthians verdadeiro a seu clube de futsal.

Mas é justamente isso que faz Lacombe quando pergunta para corintianos “se o amor que sentem por esse time é um amor que se limita ao masculino ou se estende ao feminino?”

No auge de sua histeria identitária, a jornalista do Uol quer que os corintianos sintam a mesma paixão por um clube cheio de histórias com um outro que foi fundado apenas recentemente, tendo uma regularidade apenas em 2016 — isto é, há apenas sete anos… Seria óbvio, para qualquer ser minimamente pensante (ou, pelo menos, não mal-intencionado), que a paixão pelo Timão não se igualaria à paixão (que, na realidade, nem existe) pela modalidade feminina.

Mas Lacombe vai além, colocando um contra o outro. O time feminino seria quase a perfeição na terra. Como ela diz, “muita poesia, garra, entrega, talento e competitividade”, a própria “cara dessa camisa”. Já o Timão não seria nada disso — na verdade, seria exatamente o oposto.

Milly diz ainda que “o time feminino foi recentemente abandonado por essa torcida porque ousou se manifestar de forma muito branda e doce contra a violência de gênero. Foi o que bastou para que muitos torcedores que se dizem fanáticos tivessem se entregado a xingar o time feminino – sem contar as ameaças recebidas por elas”.

“Não queriam o protesto. Queriam Cuca no comando. Dane-se a condenação por envolvimento num crime de violência sexual. Ele é bom treinador. Vamos ficar com ele sim. Saiam daqui com suas dores”, destacou.

Assim, Lacombe percebeu que surgiu uma oposição ao clube principal dentro do time feminino. Relembrando, Cuca foi escolhido para dirigir o Corinthians após a campanha fracassada no Campeonato Paulista. No entanto, a escolha do técnico, um dos melhores do país, foi motivo para uma gigantesca campanha histérica por um suposto crime de estupro que Cuca teria cometido na Suíça na década de 1980 — há mais de 40 anos.

A campanha não se justificava. Primeiro, do suposto crime até agora, Cuca sempre esteve no futebol, conquistando títulos e treinando times grandes. Segundo, juridicamente, Cuca não devia nada à justiça, pois o suposto crime prescreveu. Ou seja, o treinador foi alvo de uma caça às bruxas, vítima da inquisição identitária, e o futebol feminino do Corinthians foi utilizado para ajudar no trabalho sujo. O torcedor corintiano, apaixonado por futebol e não pela demagogia identitária, naturalmente, criticou a atitude do clube feminino, que ajudou a colocar lenha na fogueira da crise do clube paulistano.

Assim, mais uma vez, a demagogia identitária serviu não como forma de aproximar os torcedores da modalidade feminina, mas para afastá-los. E é isso que a imprensa capitalista não percebe — não por ingenuidade, naturalmente, mas porque está mal-intencionada, querendo impulsionar artificialmente o futebol feminino.

A forçação de barra não funciona. Não adianta enfiar goela abaixo o futebol feminino para os apaixonados pelo futebol. Ao contrário, o apoio ao futebol feminino crescerá naturalmente à medida que a modalidade for se desenvolvendo, que as boleiras adquirirem melhores qualidades técnicas, etc.

Por isso, Lacombe apenas está dando um piti, promovendo um espetáculo demagógico ao afirmar que “o time feminino – esse que não para de acumular títulos, esse que deixa a alma em campo, esse que tem o espírito do Timão, esse que não foge da luta, esse que se manifesta politicamente, esse que não se acovarda, esse que sai de campo com sangue na camisa – foi recentemente deixado de lado”.

Ainda, enquadra os torcedores ao perguntar: “vocês amam o Corinthians ou os homens do Corinthians?” Apenas está indispondo os corintianos com ela — que sabe que sua campanha histérica não vai funcionar, mas ganha salário da família Frias para levá-la adiante.

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