Criado pelo interesse de banqueiros – como o famigerado Barão de Rothschild – e outros grandes monopólios internacionais, o Estado de Israel fez do terror seu principal instrumento de sustentação política, garantindo assim a existência do país fictício e, consequentemente, os interesses imperialistas no Oriente Médio. Apesar de acusarem a vanguarda política palestina – o Hamas – de ser terrorista, as milícias sionistas, para se estabelecerem no território palestino, recorreram a atentados como o do Hotel King David, ocorrido em 22 de julho de 1946 e ocasionando a morte de 91 pessoas. O atentado foi organizado pelo grupo Irgun, milicia de extrema-direita que daria origem ao partido Likud, do atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O atentado do Hotel King David, no entanto, não foi o único caso de uso do terror para fins políticos pelo movimento sionista:
“Uma variedade de estratégias”, descreve o autor irlandês Erskine B. Childers na obra “The Wordless Wish: From Citizens to Refugees” (sem tradução para o português), “que só poderiam ser descritas como guerra psicológica foi utilizada pelas forças judaicas para aterrorizar e desmoralizar a população árabe em uma tentativa deliberada de provocar um êxodo em massa. Transmissões de rádio em árabe alertavam sobre traidores no meio dos árabes, descrevendo os palestinos como abandonados por seus líderes e acusando milícias árabes de cometerem crimes contra civis árabes. Também disseminavam temores de doenças. Outra tática, menos sutil, envolvia o uso de caminhões com alto-falantes. Esses seriam utilizados nas aldeias e cidades para instigar os palestinos a fugir antes que todos fossem mortos, alertando que os judeus estavam usando gás venenoso e armas atômicas, ou reproduzindo ‘sons de horror’ gravados – gritos e gemidos, o lamento de sirenes e o clangor de sinos de alarme de incêndio.”
Os anos 1940, no entanto, não marcam o começo da ofensiva sionista contra o povo palestino. Formada em 1920, a milícia Haganá foi a primeira do gênero e seu corpo de combatentes forma o núcleo principal das Forças de Defesa de Israel (FDI) com a criação do Estado sionista.
Sua função não era outra senão organizar exatamente as atividades descritas pelo autor irlandês. Já em abril de 1920, os motins de Nebi Musa levam o Haganá a intervir na revolta árabe contra a opressão do imperialismo britânico, que já na ocasião organizava a migração de judeus para a nação árabe, então submetida aos ingleses. Nove pessoas morreram e 241 ficaram feridas.
O historiador israelense Ilan Pappe, em seu livro A Limpeza Étnica da Palestina, descreve também o massacre de Tantura, ocorrido em um vilarejo homônimo localizado na costa do Mar Mediterrâneo. Com cerca de 1.500 habitantes, Tantura era habitada por camponeses, pescadores e trabalhadores de Haifa, a cidade mais próxima.
Em 15 de maio, líderes locais se encontraram com oficiais da inteligência judaica, que ofereceram termos de rendição. Desconfiados de que a rendição levaria à expulsão dos aldeões, eles recusaram a oferta, conforme relatado por Pappe.
No dia 22, os sionistas atacaram o vilarejo, cercando os árabes em quatro direções, impedindo qualquer fuga. Contrariando a tática habitual de guerra, que visa tomar posições mais do que matar pessoas, os invasores da Palestina criaram uma barreira total ao redor da aldeia, resultando em inúmeros árabes mortos.
Após renderem os aldeões, as mulheres e crianças foram separadas dos homens. As mulheres foram expulsas para a aldeia mais próxima, Furaydis, enquanto alguns homens se juntaram a elas mais tarde. No entanto, a maioria dos homens enfrentou um destino diferente.
Centenas de homens rendidos foram ordenados a esperar pelo oficial de inteligência sionista da região, Shimshon Mashvitz, onde foram barbaramente assassinados, mesmo após se renderem.
Sobreviventes relataram viver no campo de refugiados de al Yarmouk, em Damasco, Síria, e testemunharam a execução de jovens de Tantura, realizada por sionistas. O massacre de Tantura é um exemplo dentre os milhares de episódios de violência sionista durante a chamada Nakba, palavra árabe que significa “Catástrofe” em português.
Os fatos acima descritos devem ser analisados à luz de novos, como a recente ofensiva de Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza. Sob pretexto de combater o partido Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Israel realizou bombardeios incessantes sobre o que resta da cidade de Gaza (atualmente, reduzida a escombros), levando a morte de um contingente superior a 16 mil pessoas, sendo mais de 5 mil disso apenas crianças.
O método terrorista adotado por Israel para controlar o povo árabe e pacificar a dominação imperialista dos palestinos, como se vê, era o principal meio de ação dos sionistas há cem anos e continua sendo hoje. O uso contumaz destas táticas revela que Israel é a verdadeira organização terrorista no conflito. Os palestinos lutam para sobreviver e expulsar os invasores de suas terras.