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Hamas "terrorista"

O racismo de Silvio Almeida

Ministro dos Direitos Humanos faz eco à campanha caluniosa e criminosa da imprensa imperialista

Após um mês em silêncio, no qual morreram 10 mil pessoas, sendo 4 mil crianças, Silvio Almeida finalmente se pronunciou acerca do genocídio do povo palestino. Almeida – pasmem – é o atual ministro dos Direitos Humanos da República Federativa do Brasil. É o tipo de pessoa que se espera que, diante de um conflito dessa dimensão, abra um gabinete de emergência, dê coletivas de imprensa todos os dias e pressione o governo para que tome ações diplomáticas.

Nada, absolutamente nada foi feito durante o período de trinta dias. Parecia que o ministro havia entrado de férias – ainda que fosse o caso, em qualquer cabana que estivesse, o ministro estaria a apenas meia dúzia de cliques de suas redes sociais.

Sejamos francos: Silvio Almeida não falou nada simplesmente porque não liga para o que está acontecendo. Nos últimos tempos, na era do “cancelamento”, é comum ver nas redes sociais que “se você estiver em uma mesa com nove nazistas e não se levanta, então a mesa tem dez nazistas”. O caso de Almeida, no entanto, não é o de ficar na mesma mesa que nazistas. É o de referendar, pelo cargo que ocupa, incontáveis crimes de guerra que estão acontecendo neste exato momento. Almeida está dizendo aos 215 milhões de Brasil, com a autoridade que tem de ministro, que está “tudo bem”, quando as pessoas estão sendo covardemente bombardeadas no Oriente Médio. Aqui, a covardia já se torna cumplicidade.

Fosse ministro brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, Silvio Almeida ficaria calado diante dos nazistas. Não há porque crer no contrário: o mundo inteiro tem denunciado o martírio na Faixa de Gaza.

Tudo já ia muito mal com o silêncio de nosso ministro. Mas ele conseguiu tornar tudo muito pior quando abriu a boca. Agora, ficou evidente que o silêncio não era uma covardia do ministro perante Israel, não estava ele com medo de ser retaliado por uma posição progressista, o seu medo, na verdade, era da esquerda, tamanho o reacionarismo de sua colocação.

Silvio Almeida decidiu condenar “veementemente os atos terroristas do Hamas”. É de fato uma vergonha.

Além de não acusar Israel de crimes contra a humanidade, que é o mínimo a ser feito quando o assunto são os direitos humanos, Silvio Almeida, estando até mesmo à direita da Organização das Nações Unidas (ONU), decidiu, da própria cabeça, chamar o Hamas de “terrorista”.

E de onde vem essa ideia? Obviamente, da imprensa capitalista, que todos os dias promove todo tipo de mentira contra o Hamas – ou “fake news”, como Silvio Almeida gosta de chamar, tendo inclusive já se colocado a favor até mesmo de tornar sua propagação um crime.

O ministro dos Direitos Humanos vergonhosamente chama uma organização de “terrorista” por causa das “fake news” da imprensa! Mas ainda que não fossem mentira, por que chamar o Hamas de “terrorista”?

Ora, porque “terrorista” é o nome dado pelos capitalistas – e pelos nazistas – à luta do povo oprimido contra seus invasores. A bomba que Israel joga em cima de um hospital não é chamada de “terrorismo”, nem é “terrorismo” o cerco feito à Faixa de Gaza.

Só é “terrorismo” o que faz o Hamas? Só é “bárbaro” o que faz o Hamas? Na verdade, não há nada de terrorismo, são verdadeiros atos de heroísmo dos militantes do Hamas na luta para libertar o povo.

Mas a direita insiste tanto em falar em “terrorismo” porque é a forma que tem de tentar tornar legítima a sua ação criminosa. Se estão matando, mutilando e torturando, não há crime, pois não são “pessoas”, são “terroristas”. Não são humanos e, por isso, os direitos humanos não valem para eles.

É por isso, inclusive, que a direita sempre procura estigmatizar a figura do “terrorista”. Assim como estigmatizam o “bandido” no Brasil para justificar a ação da PM, o “terrorista” é sempre apresentado como um sádico, frio, insensível e, claro, religioso. Assim, os 10 mil mortos não seriam pessoas de carne e osso, mas monstros insensíveis que são capazes de qualquer coisa por causa de sua religião.

Sentimos informar ao ministro, mas o nome disso é racismo. A descrição do “terrorista” é simplesmente a descrição de todo um povo: é a descrição do povo pobre e martirizado que vive na Faixa de Gaza. Para quem tiver dúvida disso, basta ver como a deputada federal Carla Zambelli se refere aos palestinos: como se fossem ratos.

A campanha contra o “terrorismo” é uma campanha racista promovida por gente muito racista, que são os membros do governo israelense, que consideram que os palestinos são “animais”. Silvio Almeida, autor do livro “Racismo estrutural”, já não tem mais “lugar de fala” para criticar o racismo.

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