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Operação imperialista?

O que ocorre com o grupo Wagner

Surge um conflito do lado russo na guerra da Ucrânia. As causas permanecem nebulosas, e declarações muitos duras aparecem. Os fatos, ou falta deles, apontam para o imperialismo

Segundo foi publicado na imprensa, tanto na russa, como na imprensa burguesa internacional nos últimos dias, o grupo Wagner, organização privada de soldados mercenários, envolvida na guerra na Ucrânia, se rebelou contra o comando militar russo. Ela estaria organizando um ataque, ainda não bem definido, nem em caráter e nem em escala, contra o governo russo. As informações, segundo a imprensa imperialista, colocam a situação no nível de o governo Putin estar a beira do colapso, evidente que uma falsificação. Já na imprensa não alinhada, como na imprensa russa e em outras, fica claro que a situação até o momento é que as tropas do Wagner, segundo o comandante Evgeny Prigozhin, seriam de 25 mil soldados, e teriam adentrado a cidade de Rostov do Don, a maior cidade russa próxima do leste da Ucrânia.

A situação exata não está bem definida, mas houve uma troca de tiros próxima a um prédio oficial do governo russo na cidade, envolvendo as tropas do Wagner. Permanece como incógnita a causa do que de fato ocorreu. Segundo Prigozhin, o acampamentos dos soldados do Wagner teria sido bombardeado pela força aérea russa, maliciosamente. A noticia não foi confirmada por Moscou e nem pela imprensa imperialista, o que pode significar um pretexto para essa escalada.

Em declaração, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o país está numa dura luta por seu futuro, contra “neonazistas e seus mestres” e “essencialmente toda a força da máquina militar, econômica e de informação do Ocidente” está dirigida contra a Rússia. Ainda, apontou que se trata de uma “traição de seu país e seu povo” por certos indivíduos, sem nomeá-los, movidos por “enormes ambições e interesses pessoais.” O mandatário destacou: “Todas as ordens necessárias foram expedidas às forças armadas e outras autoridades.”

Tensões nebulosas

O chefe do grupo Wagner vem fazendo críticas a bastante tempo aos comandantes militares russos, especificamente contra o ministro da defesa e o chefe do estado-maior russo. Durante a batalha por Artemovsk (Bakhmut), criticou as forças armadas russas por não quererem enviar armas suficientes para o grupo. Esse detalhe parece indicar que já aí havia uma crise, prevista pelo estado-maior russo, que não mandou armas acima do necessário, temendo que as armas pudessem ser efetivamente usadas contra os próprios russos. A coisa, no entanto, permanece como especulação.

A explicação do levante até o momento parece sem sentido. Caso tivesse havido o ataque a bombas, o grupo Wagner, no que seria o procedimento normal, faria uma representação junto ao governo, às forças armadas russas em geral, pedindo uma investigação e um esclarecimento do ocorrido. Mesmo que o ataque houvesse acontecido, se precisaria verificar o caráter deliberado ou não da ação. Em segundo lugar, se o alto comando militar russo ordenou o bombardeio do acampamento do grupo Wagner, isso significaria uma tentativa do alto comando para eliminar os soldados do grupo, para destruí-lo. Por que, então, haveria apenas um ataque, sendo que esse primeiro ataque não foi fatal para a situação do grupo? Por que após essa rebelião, não houve novo bombardeio do Wagner? A situação não deixa claro ainda outro fato. O bombardeio alegado, caso tenha ocorrido, pode ainda ter sido um ataque de bandeira falsa.

Uma reação enérgica, porém sem motivo claro

A rebelião é uma atitude bastante ousada por parte do comandante Prigozhin. Diante dessa ação do Wagner, o governo russo se vê sem alternativa, obrigado a dissolvê-lo. Essa suposta reação do chefe do Wagner seria uma reação, do ponto de vista político (e possivelmente físico), suicida. Tendo Prigozhin organizado um levante contra o governo russo em meio a uma guerra contra um inimigo externo, isso se caracterizaria como traição ao país, com penas as mais duras em qualquer lugar do mundo. Não se pode excluir, portanto, que a liderança do grupo Wagner, Prigozhin e os mais altos oficiais, tenham sido corrompidos. Se trata de uma ação extremamente hostil contra a própria Rússia, inclusive com ameaças de uma marcha contra Moscou, embora, até o momento, não tenha ocorrido algo de mais significativo nesse sentido.

As informações da imprensa burguesa seguem uma linha alarmista, sob a qual o governo russo estaria prestes a cair, conforme a campanha de propaganda do imperialismo desde o início da guerra, sem qualquer compromisso com a verdade. O governo russo, no entanto, adotou medidas preventivas para evitar ataques terroristas na capital, e armou uma defesa próximo de Moscou desde então.

O que de fato pode acontecer é que a ofensiva ucraniana, que vem fracassando em sequência, se beneficie da crise e retome alguma cidade, ou cidades, para o imperialismo mostrar como um avanço, em especial a cidade de Bakhmut. Os acontecimentos continuam se desenvolvendo, e a situação é um problema e pode ter influência sobre o que ocorre na guerra na Ucrânia, com repercussões internacionais significativas.

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