Na última terça-feira (14), o vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputado federal, Washington Luiz Cardoso Siqueira, conhecido como Washington Quaquá, fez uma postagem nas suas redes sociais, de uma foto com o general do Exército e ex-ministro da saúde do Governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello, após uma reunião com a presidência da Petrobrás. Na postagem, Quaquá ainda escreve: “Quando o diálogo e a política falham sobra a guerra! E a esquerda é dialógica e não intolerante e autoritária! Por isso gostei muito da conversa e do tom civilizado do General. Quero inclusive com ele criar pontes de diálogo com os militares! Viva a democracia! ❤️🇧🇷”.
A postagem teve uma repercussão muito negativa, com a própria presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, realizando uma postagem sobre o caso: “Foto do nosso companheiro deputado Quaquá com bolsonarista Pazuello é desrespeitosa com o PT e ofensiva às vítimas da Covid. Na vida e na politica, tudo tem limites”. Setores militantes do PT já criaram um abaixo-assinado para enquadrar o deputado federal no conselho de ética do PT e expulsá-lo do partido.
Enquanto um setor do PT, guiado por Lula, faz um movimento à esquerda, num combate ao bolsonarismo, Quaquá aparece com Pazuello, falando em pontes e diálogos com um elemento fascista e diretamente responsável por mais de 450 mil mortes no período da pandemia. A posição deveria ser de um ataque a Pazuello e os elementos da extrema-direita, ampliando a polarização política. Em um ataque de histeria, o deputado do PT, em vez de se retratar, em uma postagem seguinte rebateu as críticas: : “De direita ou de esquerda, jumento é jumento!”. Quaquá ainda ataca e se coloca acima da moral e inteligência da maioria da militância do seu partido e da própria presidenta Gleisi. Ato que vai além da indisciplina partidária. Quaquá, com este movimento, pretende iniciar um movimento de colocar o PT do Rio de Janeiro, onde é líder, a reboque do governo carioca. Uma manobra arriscada e digna de um direitista nem um pouco confiável.
O PT, ao longo dos anos no governo, recebeu uma forte infiltração de setores classicamente direitistas. Esses elementos não tiveram o mínimo esforço para defender Dilma, e na prisão de Lula não se movimentaram pela soltura do maior líder do seu partido, Lula. Agora, aparecem com um verniz democrático, mostrando seu entrelaçamento com os setores mais reacionários do país e, infelizmente, Quaquá não é um elemento isolado dentro do PT. Boa parte da burocracia legislativa do partido tem a mesma posição, pois são apenas carreiristas políticos que se aproveitam do prestígio do presidente Lula para tentar voos políticos maiores.
Para Lula manter o governo e evitar um possível golpe deve se apoiar apenas nos trabalhadores e nos militantes mais combativos do PT, pois são a única base que possui. Acreditar que se possa dialogar e chegar a um consenso com um general como Pazuello, além de uma ideia infantil, é perigosa e oportunista. O PT deve tomar medidas enérgicas com esses direitistas e chamar os trabalhadores para a mobilização em favor de seu governo, caso contrário, estes elementos colocarão o golpe na pauta do dia.