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Ataque a tiros

O problema da violência nas escolas não é o “armamentismo”

A esquerda substitui a análise da violência como problema social por uma espécie de bolsonarismo "light" como se o problema fosse resolvido com proibições e repressão

Nessa segunda-feira, dia 23, ocorreu mais um caso de ataques em escolas. Um rapaz de 16 anos disparou tiros contra 3 jovens em uma escola da zona leste de São Paulo, na região de Sapopemba, uma pessoa morreu.

Junto com o caso, aparecem as tentativas de interpretar o que aconteceu sem levar em contas problemas sociais fundamentais.

Em coluna publicada no portal Brasil 247 nessa terça-feira (24), intitulada “Mais um jovem morto nas escolas: mãos do bolsonarismo e da extrema direita sujas de sangue, o reflexo do discurso armamentista”, o autor Artur Figueiredo acredita que o problema principal é o “discurso” bolsonarista sobre as armas.

“Desde a eleição de Jair Messias Bolsonaro (PL), em 2018, o Brasil ascendeu discursos de ódio aparelhados por uma política de medo, opressão contra as Instituições e especialmente, contra os mais pobres, personagens mais afetados pelo sucateamento de políticas públicas e o controle de liberdades individuais, fundamentadas num pseudo cristianismo exacerbado.”

Segundo essa ideia, os discursos e as ideias bolsonaristas seriam a principal causa da violência nas escolas, como a que aconteceu em São Paulo.

O que falta nessa análise é o fundo do problema. Os discursos e as ideias não seriam produto de uma situação social cada vez mais deteriorada. E ignora que essas ideias crescem baseadas nessa situação.

E é uma deterioração ainda maior da situação que está levando a esses casos de violência nas escolas.

A esquerda, tradicionalmente, defende que os problemas de violência são problemas sociais. Mas sob a cobertura das “mazelas do bolsonarismo” alguns setores da esquerda parece que esqueceram das causas sociais da violência.

“A narrativa das armas é apenas uma promoção de fabricantes que aprenderam que sangue e morte são a melhor maneira de enriquecimento, sob um mecanismo letal, o genocídio estrutural.”

Para o autor, o problema é o “discurso” e a “narrativa das armas”. Segundo ele, “é nesse cenário que se constrói a violência estrutural”. Ou seja, a violência é fruto não de uma situação concreta, social, econômica, mas de um discurso. Se resumirmos essa ideia, chegaremos à absurda explicação: a estrutura (a violência, segundo ele) está determinada pela superestrutura (o discurso, as ideias).

Mas se devemos falar de estrutura, a violência é a expressão na superfície de uma estrutura social deteriorada.

A questão do armamento é a mesma coisa. Segundo a ideia do autor, se acabarmos com o discurso armamentista e com as armas, a violência pararia. Ou seja, não precisamos resolver os problemas sociais.

Noticiários afirmaram que o atirador na escola sofria por “homofobia”. Fato é que, como ocorreu na maioria dos casos em escolas, a pessoa era mal tratada. Então, o problema, segundo o autor, não seria resolver as condições totalmente degeneradas mas acabar com as armas. Será mesmo? Logicamente que acreditar nisso seria um total idiotice.

No fundo, a ideia de que precisa acabar com as armas e com o discurso armamentista para resolver o problema nas escolas, é uma ideia bolsonarista. Ou seja, a violência não é um resultado da sociedade capitalista totalmente degenerada, ou seja, um problema social. Bastaria, para resolver, medidas coercitivas, proibições, repressão.

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