Universidade Marxista

Primeiro dia do curso “A Questão Palestina”: um breve resumo

Ministrado por Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, neste sábado foi exposta a origem do sionismo, o apoio do imperialismo britânico e a ilegitimidade de "Israel"

Começou no último dia 16, iniciou-se o mais novo curso ministrado por Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO). Em razão da importância da ação revolucionária da resistência palestina do 7 de Outubro e da crise que ela desencadeou, no sionismo e no imperialismo, o curso ministrado trata da Questão Palestina, abordando a história da região, inclusive a formação do povo árabe e seu império, passando pelo surgimento do sionismo, a Primeira Guerra Mundial, a dissolução do Império Turco-Otomano, a criação artificial do Estado de “Israel”, que se deu com o apoio do imperialismo, e chegando aos dias atuais.

Rui começou esclarecendo a respeito da afirmação de que os sionistas teriam direito à Palestina, pois os judeus teriam habitado a região há cerca de 2 mil anos antes de Cristo. Explicou que tal afirmação não corresponde à realidade. Afinal, ninguém sabe exatamente o que se passou na região naquela época, pois a Palestina era pouco desenvolvida, e os judeus não eram mais do que uma tribo.

Rui prosseguiu a exposição explicando que os árabes costumavam ser um povo esparso e atrasado na Península Arábica, situação que muda com a aparição de uma figura história e sagrada para os muçulmanos: Maomé. Ele provoca uma revolução ideológica entre os árabes, criando o islamismo, que acabou por se tornar uma das maiores religiões do mundo.

Como tudo tem um início, meio e fim, o Império Árabe inevitavelmente decaiu, chegando ao seu fim no século XII, que coincidiu com a ascensão da Europa, após décadas de um período de decadência e estagnação (a Alta Idade Média), tendo as cruzadas contribuído para isto. O fim do Império Árabe resultou no Império Turco-Otomano.

O presidente do PCO anunciou o ponto de partida da história em si: a Primeira Guerra Mundial. Este conflito acabou por levar o Império Otomano ao seu fim. Foi frisado que não se tratava de um país imperialista, mas de um antigo império em decadência, em dissolução, já que havia perdido a maior parte de seu domínio. Como disse Rui, o império compreendendo partes da Europa e da Ásia era um anacronismo histórico no início do século XX.

Foi explicado, então, que os alemães, iniciarem a guerra, buscavam expandir seu domínio colonial, em especial sobre o Império Turco Otomano. Aproveitando-se disto, os imperialismos francês e inglês impulsionaram os países árabes contra o velho império, sob a promessa de que iriam lhes dar a independência depois da guerra. Contudo, foi um golpe do imperialismo, pois franceses e britânicos fizeram um acordo para dividir a região entre eles.

Foi nessa região, que surgiu a Palestina. Separada da Jordânia para permitir ao imperialismo britânico um maior controle sobre as rotas comerciais e os países árabes, conforme explicado por Rui, que aproveitou, então, para desmontar a tese sionista de que não há um povo palestino. A divisão forçada feita pelo imperialismo, obedeceu, em parte, às diferenças nacionais que existiam.

Partiu-se então para a exposição do que foi o sionismo, expondo-o como uma doutrina supremacista, que queria, desde o início, formar um Estado puramente judeu. Contudo, Rui explicou que esse movimento só foi vingar com o apoio do imperialismo britânico, no fim da Primeira Guerra Mundial. Mostrou, inclusive, que a burguesia imperialista que esteve por trás da formação de “Israel”, era antissemita.

Rui então explicou a importância da Revolução de 1936 – 1939, como um acontecimento fundamental na história da criação de “Israel”. Afinal, para derrotá-la, o imperialismo britânico empreendeu uma enorme repressão e destruiu absolutamente todas as organizações de resistência dos palestinos. Daí então, após uma manhã de atividade, teve o intervalo para o almoço.

Um belo de um churrasco feito pelo Bar Jacobinos, oportunidade na qual os militantes tiveram para confraternizar e discutir as questões postas na primeira parte da aula.

Na segunda parte do curso, no retorno após o almoço, Rui explicou a contradição existente entre britânicos e sionistas, mostrando que não se trava de um apoio do imperialismo aos palestinos. De forma alguma. O Império Britânico sempre esteve 100% com os sionistas. Ocorre que, eles precisavam considerar os países árabes para não perder o controle sobre a região do Oriente Médio.

Tanto é assim que as tropas sionistas sempre foram treinadas em mais alto nível pelo exército britânico, de forma que os judeus constituíram um exército profissional, enquanto os palestinos não tinham nada, já que suas organizações de resistência haviam sido todas desmanteladas pelos britânicos, na revolução de 1936.

Foi explicado também o papel criminoso do stalinismo, ao fornecer mais armas para os sionistas, mostrando que Stálin era um verdadeiro contrarrevolucionário.

Rui também abordou a questão da partilha da Palestina pela ONU, desmontando o argumento utilizados pelos apoiadores de “Israel”, de que o país teria sido criado pela ONU e, por isto, seria legítima.

Foi demonstrada a farsa, pois o Plano de Partilha foi elaborado por 12 países. Nenhum deles árabes. A população palestina sequer foi consultada. Algo profundamente antidemocrático. Os governos que não foram comprados pelo imperialismo, foram ameaçados com sanções comerciais.

Conforme apontou Rui, a criação do Estado de “Israel” foi uma enorme operação de corrupção, criminosa e ilegítima, pois jamais considerou a população local.

E assim teve fim o primeiro dia do curso A Questão Palestina, cuja aula pode ser conferida na plataforma da Universidade Marxista. Veja o link e se inscreva, caso ainda não o tenha feito!

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