Nesta semana, o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, se juntou a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, para pressionar o governo Lula a aumentar o número de cargos que ambos os partidos do Centrão terão direito no governo. Chantageando Lula, o União Brasil tem a terceira maior bancada na Câmara e Senado, sendo 59 deputados e dez senadores, além de já comandar os ministérios do turismo, comunicações e integração nacional.
Neste sentido, o deputado Luciano Bivar (União Brasil – PE) afirmou que “o PT é feito por pessoas inteligentes, que sabem que para fazer política é necessário ter espaços. Quanto mais espaços tivermos no governo, mais apoios poderemos garantir”, não escondendo em nenhum momento que, caso o governo queira ter algum suposto apoio, precisará dar cargos importantes para o Centrão.
O ponto-have, é que Elmar Nascimento tentar emplacar no comando tanto da Codevasf, a cobiçada companhia dos vales de São Francisco e Parnaíba – com mais de R$ 2 bilhões de orçamento -, como também o comando da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), do qual o PT já possuí outros planos para indicação.
A pressão por cargos irá apenas aumentar com a oficialização da federação entre União Brasil e PP que ocorrerá em maio. A ideia é pressionar a todo custo o governo eleito para liberar espaço para os parasitas do Centrão.
União Brasil e PP, partidos que perderam nas eleições presidências e que foram rejeitados pela população ao eleger Lula, agora querem exigir do governo mais e mais cargos. As promessas, por outro lado, são no mínimo enganadoras. Ambos os partidos foram base do governo Bolsonaro e lideranças do golpe de Estado dado contra Dilma Rousseff em 2016. União Brasil e PP querem tudo em troco de nada.
Na prática, a votação do Centrão em prol do governo se dá apenas em assuntos secundários. Para o que de fato Lula precisa com mais urgência, como as reformas sociais e econômicas, a experiência já demonstrou que o Centrão e toda burguesia golpista não irão tolerar. Dar mais poder a esses partidos é dar mais munição à campanha de sabotagem contra o governo e a campanha golpista de conjunto.
A política de alianças é, em grande medida, uma ilusão. Nos principais pontos da política de Lula não haverá cargo que compre os partidos da direita golpista. Todos eles defendem as privatizações, são contra o aumento do salário-mínimo e contra a política de desenvolvimento econômico do País.
A chantagem feita pelo União Brasil e pelo PP não devem ser toleradas pelo governo. Lula tem como única base real o apoio dos trabalhadores. Para isso, no lugar dos acordos com o Centrão, é necessário mobilizar a população em defesa do governo eleito e de suas reivindicações. É dessa maneira que a pressão se dá sobre o Congresso e o governo e é dessa forma com que Lula poderá de fato governar.
Os parasitas do centrão devem ser expelidos do governo. Eles são base para a política de sabotagem existente desde o primeiro dia.