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Fundação de "Israel"

Plano de Partilha foi um dos maiores crimes da história

Sem envolver os palestinos e os países árabes, e dando a maior parte dos territórios aos judeus, minoritários, a partilha foi uma violação ao direito democrático dos palestinos

O curso A Questão Palestina, promovido pelo Partido da Causa Operária (PCO) e ministrado por Rui Costa Pimenta – presidente do Partido -, está sendo profundamente esclarecedor sobre a história do povo palestino, de como se deu a formação de “Israel”, em especial de como foi uma formação ilegítima, pois viabilizada pelo imperialismo.

Sobre isto, na segunda parte do curso ministrada no primeiro dia (16), Rui falou sobre o quão criminoso foi o Plano de Partilha da Palestina, a Organização das Nações Unidas (ONU).

Rui explicou que, se àquela época não era claro, hoje em dia não há dúvidas de que a ONU é uma organização do imperialismo, sob o comando dos Estados Unidos. “O que é a ONU? A ONU é os EUA”, disse Rui.

Em outras palavras, foi esclarecida a ilegitimidade por trás da formação de “Israel”, pois seu processo de formação foi dirigido pelos EUA. Nesse sentido, frisou que é preciso compreender de uma maneira nítida o papel da ONU na formação.

Então, falou sobre o Plano de Partilha.

Através dele, foi tomada a decisão de dividir a palestina em dois países, uma parte aos judeus e outra para os palestinos. Apesar do aspecto demográfico, ou seja, da maioria populacional palestina (e, por conseguinte, a minoria judaica), a maior parte da divisão territorial feita pela ONU ficou para os sionistas. Frisando, os estes à época, constituíam menos de um terço da população total da Palestina.

Conforme destacado por Rui, deve-se atentar para o mapa absurdo que resultou do Plano de Partilha da ONU. O normal seria uma divisão meio a meio. Contudo, pelo mapa, a parte dos árabe está separada uma da outra. Por outro lado, o território dos israelenses foi estabelecido de forma contínua. Ou seja, o Plano de Partição já servia para o objetivo geral dos sionistas, de tomar conta de toda a Palestina. O que, dada a demografia (maioria de palestinos), só poderia ser feito com a limpeza étnica (a expulsão dos palestinos).

Rui então expôs que, com o Plano da ONU, os judeus ficaram com quase 60% do território, apesar de ser menos de um terço da população. Dentro dele estavam as áreas mais férteis, as principais cidades e portos marítimos. Por outro lado, os palestinos, que constituíam mais de dois terços da população, ficaram com pouco mais de 40%.

Explicou-se também que a elaboração do plano foi realizada por uma comissão especificamente constituída para esse fim. Essa comissão era composta por 12 países. Ocorre que os palestinos não participavam dela, aliás, nenhum país árabe participava. Os Estados Unidos, então, não tiveram dificuldade em “convencer” os representantes oficiais desses países, seja pela corrupção, seja pelas ameaças, a votarem a favor do Plano de Partilha, nos termos favoráveis ao sionismo. Rui igualmente informou que o mesmo se deu com a votação na Assembleia Geral, para a aprovação em definitivo do plano. O Brasil, governado por Café Filho desde o golpe de 1954, foi um dos países que votou favoravelmente.

Tratou-se de uma verdadeira operação criminosa, conforme apontado por Rui. Além de criminosa, foi igualmente uma operação antidemocrática, pois não levou em consideração a vontade da maioria da população palestina.

Algo pérfido, calculado minuciosamente pelo imperialismo, para viabilizar e facilitar o plano do sionismo de tomar conta de toda a região.

Naturalmente, os árabes protestaram, mas não reagiram.

Rui frisou ainda que quando o Plano de Partilha da Palestina foi aprovado, o domínio do sionismo sobre a Palestina já estava praticamente consolidado. Os judeus já haviam constituído um Estado nacional, com direito a forças armadas, ministério, governo, etc. Os palestinos, por sua vez, dada à repressão precedente dos britânicos, se opuseram à partilha, mas não tinham um comando central. Suas organizações de resistência haviam sido destruídas, principalmente durante a Revolução de 1936-39. A guerra, então, não foi uma guerra mitológica como propagandeado por “Israel” e os apoiadores do sionismo, mas um massacre. Assim, os israelenses tomam conta, sem dificuldade, de aproximadamente 80% do território.

A Faixa de Gaza ficou para o Egito e a Cisjordânia para a Jordânia.

Segundo Rui, o que deveria ter sido feito, a única solução democrática para a população da Palestina, era o seguinte: chamar a população que morava nessa região para convocar e eleger uma Assembleia Nacional e, partir dela, criar uma Constituição Nacional, a valer para toda a população da região. Esta era a única solução

De forma que o Estado de “Israel” nasceu de uma anomalia, uma usurpação extremamente grave: o imperialismo decidiu que a minoria, e não a maioria, é que teria o comando do Estado, dominando a maior parte do território. Contudo, a maioria é que deveria ter decidido.

A fundação do Estado de “Israel” começou com a ONU rasgando esse principio democrático elementar. Rasgaram também outro: quem decide como vai se organizar um país? A ONU? Não, o povo do país. No caso, a população da palestina. A ONU confiscou igualmente esse direito.

Assim, Rui conclui que a formação de “Israel” é uma das maiores operações criminosas que já existiu.

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