Durante sua intervenção no ato que acontece agora em defesa do povo palestino, Izadora Dias criticou a hipocrisia da imprensa capitalista, que faz “toda uma demagogia em relação ao racismo”, mas não defende o povo árabe. Confira sua fala na íntegra:
“Eu represento o coletivo João Cândido, que é o coletivo de negros do PCO. O que está acontecendo com povo palestino não tem precedente na história moderna. Israel é um Estado racista, e gostaria de destacar isso porque vemos, na imprensa burguesa, que existe toda uma demagogia em relação ao racismo, à questão do negro. Você não pode falar tal palavra que isso inclusive justifica a prisão da pessoa.
Mas, agora, temos um povo que está sendo totalmente massacrado, não há palavras para o que está acontecendo ali, estão jogando bombas na cabeça de crianças, estão passando por cima de todas as leis quando se está em uma guerra. E aí a imprensa não fala mais de racismo! Por que eles não falam que o Estado de Israel é um Estado de gente branca, de olho azul, que justifica, por conta da raça e da religião, atacar um país daquela maneira? Cadê? Cadê a imprensa? Inclusive, para muitos aqui, a preocupação é fazer um ato bonito para essa imprensa.
Dia 20 de novembro agora é o dia da consciência negra. A nossa bateria Zumbi dos Palmares representa um grande lutador do povo negro, e se hoje em dia estivesse acontecendo essa luta, iriam dizer que os negros escravizados são terroristas. Então queria levantar aqui a questão dos grupos armados: eles são essenciais para a existência da Palestina, eles representam o povo palestino, o Hamas é o povo palestino. Então não tem defesa do povo palestino sem a defesa dos grupos armados que estão os defendendo. Porque não vai ser com flores, não vai ser com nota de repúdio, não vai ser com luta do estilo DCE que os palestinos vão derrotar Israel
Queria deixar aqui destacado que são esses os ditos terroristas que estão, na verdade, enfrentando o verdadeiro terrorismo que é o Estado de Israel. Todos os grupos armados da Palestina!
Nós do PCO, nós do coletivo negro, não vamos deixar de defendê-los, não vamos! E não adianta sionista nenhum tentar abaixar a nossa bandeira, tentar justificar que a gente tem que aceitar que a Globo, a imprensa brasileira chame o Hamas, o Hesbolá, todos os grupos de resistência armada de terrorista.”