Por quê estou vendo anúncios no DCO?

País do futebol

O futebol brasileiro é nivelado pelo alto

Ao contrário do que dizem, o Brasil ainda tem o futebol mais criativo e competitivo do mundo. Na Europa, a qualidade do futebol é garantida principalmente por jogadores nossos

futebol brasileiro

Após o perfil do Partido da Causa Operária (PCO) compartilhar no Twitter, na semana passada, um editorial do Zona do Agrião sobre a competitividade do futebol brasileiro, em um elogio à Copa do Brasil, diversos internautas responderam que o esporte no país é “nivelado por baixo”.

“Na verdade, aqui somos nivelados por baixo, por isso os jogos são mais competitivos. Não temos excelência como lá e por isso temos audiência menor, patrocínios menores, etc etc”, respondeu um. “Emocionante, sim, mas com qualidade técnica, não. O futebol brasileiro tá longe de ser técnico, poucas jogadas bonitas, bem trabalhadas e com técnicas. Emocionante, sim, técnica, não”, disse outro. “No Brasil todos os times são ruins”, alegou um terceiro.

Outras críticas desse nível foram feitas. Todavia, estão fora da realidade. 

Essa ideia de que as competições e os times brasileiros são “ruins”, “nivelados por baixo”, etc. não é nova. Há anos, esse argumento é repetido pela imprensa brasileira, definitivamente comprada para atacar o futebol nacional. O jornalista André Rizek, do SporTV (TV Globo), por exemplo, banalizou a eliminação do Flamengo para o saudita Al-Hilal na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa. Na ocasião, o jornalista afirmou que não era um grande absurdo o Flamengo — e outros times do futebol brasileiro campeões da Libertadores — serem eliminados por clubes da Ásia, da América Central, da África, alegando que atualmente o nível desses clubes seria o mesmo.

A derrota do Flamengo, no Mundial, serviu, portanto, para atacar o futebol brasileiro com um todo. O Zona do Agrião, por meio do Diário Causa Operária, à época, apontou que o problema não era o futebol brasileiro, que a derrota do Flamengo se deu especificamente pela contratação do técnico português Vitor Pereira, que destruiu o ótimo trabalho realizado por Dorival Júnior — o que se confirmou meses depois. O Flamengo de Dorival, campeão da Libertadores e da Copa do Brasil em 2022, teria, sim, condições de vencer o Real Madrid no Mundial de Clubes. Isso foi confirmado, inclusive, pelo sufoco que o clube merengue sofreu do Al-Hilal na final.

Mas, afinal, alegarão os inimigos do futebol brasileiro, um clube brasileiro não é campeão mundial desde o título do Corinthians, em 2012. São muitos anos sem o título para o futebol brasileiro.

Os motivos para isso são vários. Primeiro, os clubes brasileiros têm muito menos dinheiro, recursos e estruturas que os clubes europeus contra os quais disputa. Os campeões europeus são, em geral, os clubes mais ricos do mundo, capazes de contratar os melhores jogadores — que, em sua esmagadora maioria, são brasileiros. Segundo, o êxodo dos jovens craques brasileiros aumentou significativamente ao longo do século XXI, prejudicando os times nacionais para abastecer os monopólios da Europa. O Brasil é o país que mais exporta jogadores, justamente pela qualidade dos atletas.

Mesmo assim, o Brasil consegue se manter como a maior potência do futebol. Já é uma obviedade que os melhores jogadores que estão na Europa são brasileiros. Todavia, mesmo com o êxodo dos craques, o futebol nacional continua com jogadores de altíssimo nível. Isso ocorre porque o Brasil é uma gigantesca — e a maior do mundo — máquina de produzir craques. 

Simultaneamente, jogam no Brasil: 1) jovens jogadores que, infelizmente, serão os futuros craques dos clubes europeus; 2) jogadores no auge de sua carreira que, por diversos motivos (como adaptação ao exterior ou falta de oportunidade mais cedo na carreira) ficaram no país; 3) craques consolidados que ganharam tudo na Europa e voltaram à sua terra natal. Ainda, os bons jogadores sul-americanos, que não foram para a Europa, jogam no Brasil pelas condições financeiras melhores em relação aos outros países do continente.

Dessa forma, as competições brasileiras continuam tendo um altíssimo nível — que seria ainda maior se jogadores como Neymar, Vinícius Júnior, Casemiro, Bruno Guimarães, Rodrygo, Militão, Marquinhos, e outros, continuassem no país.

No Flamengo, por exemplo, há uma seleção de craques, como Pedro, Arrascaeta, Everton Ribeiro, Gérson, Gabriel. No Fluminense, André, Ganso, Cano, Felipe Melo, Fábio e Marcelo. No Botafogo, Tiquinho Soares, Adryelson, Marçal, Lucas Perri e Eduardo. No Palmeiras, Raphael Veiga, Gustavo Gómez, Endrick, Dudu e Rony. No Corinthians, que tenta fugir da zona de rebaixamento, Yuri Alberto, Roger Guedes, Paulinho e Renato Augusto. No Santos, a garotada: Marcos Leonardo, Ângelo e Deivid Washington. No Athletico do Paraná, Vitor Roque e Fernandinho. No Atlético Mineiro, Hulk, Arana e Paulinho. No Grêmio, Suárez. E assim segue…

A ideia de que “No Brasil todos os times são ruins” é totalmente falsa. Mesmo nas divisões menores existem jogadores de altíssima qualidade. 

É isso que torna o Campeonato Brasileiro a mais difícil competição do mundo. É isso que faz a Copa do Brasil ser o turbilhão de emoções que é. Os jogos são bons, os jogadores também. 

O futebol brasileiro, na realidade, é nivelado pelo alto, ao contrário da Europa. Na Espanha, Real Madrid e Barcelona se alternam nos títulos. Na Alemanha, o Bayern foi campeão pela 11ª vez seguida. Apenas na Inglaterra, pela política de paridade estabelecida pela Premier League, existe alguma competição e times melhores. No restante dos países, os times que não são de ponta só existem para compor a tabela de classificação e distribuir pontos para os maiores. Enquanto poucos times têm grandes estrelas, atletas de altíssimo nível, o resto é composto por verdadeiras “babas”.

Portanto, as competições europeias é que são niveladas por baixo, com a maioria dos times tão ruins que não venceriam nem a Série D do Campeonato Brasileiro.

A ideia do “temos audiência menor, patrocínios menores” por o futebol brasileiro ser “ruim” é outra falsidade. A audiência maior e patrocínios maiores do futebol europeu não são pela qualidade de suas competições, mas porque o continente é o centro da especulação em torno do futebol. O Brasil, país atrasado com uma moeda desvalorizada, não é um grande negócio para os parasitas que tentam transformar o esporte da classe operária mundial em um evento artificial ao estilo do Oscar para o Cinema.

No Brasil, ao contrário da Europa, ainda se respira o verdadeiro futebol. A decaída na qualidade do futebol brasileiro ao longo das últimas duas décadas ocorre devido às imposições do imperialismo, que rouba nossos jogadores e avacalha nossa maneira de jogar, tentando eliminar o drible e a criatividade pelo jogo burocrático “posicional”.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.