José Paz Bezerra nasceu em 1945 no interior da Paraíba e teve uma infância conturbada: vivia em extrema pobreza, com uma mãe prostituta e um pai debilitado devido a uma doença crônica sob seus cuidados. Ainda pequeno ele perdeu o pai e se mudou para uma favela no Rio de Janeiro, onde sua mãe se envolveu em outro relacionamento, com um homem que se conformava com a sua “profissão” de prostituta. Entretanto, esse homem maltratava José, que em uma tentativa de escapar dos abusos fugiu de casa aos 10 anos de idade e passou a viver nas ruas da cidade vendendo balas e cometendo pequenos delitos que o fizeram ser internado em instituições para menores infratores até os 18 anos. Quando adulto, tentou seguir carreira militar, mas foi desertado por indisciplina, e assim ele foi para São Paulo, em 1960.
Seus maiores crimes começaram em 1970, quando no dia 16 de julho ele trabalhava como taxista e atendeu uma professora de 36 anos. A mulher o pediu para que a deixasse no endereço solicitado, mas José negou, dizendo que a levaria para o Morumbi. Assustada, ela pulou do carro em movimento sobrevivendo com apenas alguns arranhões. Ela foi até a delegacia, registrou um boletim de ocorrência e contribuiu para a criação do retrato falado, mas a polícia não teve sucesso em identificar o criminoso.
Dias depois, foram registradas inúmeras denúncias de que o corpo de uma mulher seminua havia sido encontrado em um terreno baldio no Morumbi. A vítima estava amordaçada com a própria roupa íntima e os braços e pernas amarrados com a meia de nylon que ela vestia, seu rosto estava desfigurado, cheio de hematomas, havia sinais de estrangulamento e vilipêndio a cadáver e mais quatro corpos nas mesmas condições foram encontrados no local.
Em outubro do mesmo ano, uma mansão foi roubada pela empregada dos moradores e seu namorado que também trabalhava na mansão. A mulher foi pega em flagrante, mas seu namorado, José ,havia fugido. No interrogatório ela revelou a identidade às autoridades e confessou que ele era o tão procurado assassino em série do Morumbi, e ainda disse que ele mostrava uma mala com roupas e jóias de mulheres que ele dizia ter estrangulado. A polícia foi até a casa de José e encontrou uma coleção de objetos guardados como “troféus” dos crimes cometidos.
O assassino fugiu através de caronas de caminhoneiros para o Guanabara, onde ficou desaparecido por meses e logo depois foi para Belém do Pará, onde voltou a cometer assassinatos com o mesmo padrão, o que chamou a atenção das autoridades que finalmente conseguiram o identificar e prender. Um mês após ser detido, ele tentou suicídio, mas não obteve sucesso.
José disse em julgamento que torturava mulheres porque sua mãe era uma vadia que gostava de apanhar dos homens e fazia ele na infância a assistir enquanto tinha relações sexuais e que para que conseguisse sentir prazer nas relações a mulher tinha que permanecer imóvel, “como se estivesse morta” – disse ele. O estrangulador chegou a matar um total de 24 mulheres, mas foi condenado apenas por 4 por muitas das provas serem circunstanciais. Ele foi condenado a 100 anos de prisão e cumpriu a pena máxima do país (30 anos), sendo solto em 2001 e permanecendo em liberdade até os dias de hoje.