Há mais de 70 anos o Estado de Israel vem realizando uma limpeza étnica na Palestina, com vistas a expulsar toda a população árabe da região, para conformar no lugar um Estado nacional integralmente judeu.
Para isto, no decorrer dos anos, desatou incontáveis massacres e atos diários de terror contra os palestinos, que, mesmo em desvantagem, enfrentaram os sionistas em inúmeras ocasiões, da maneira que puderam. Várias organizações travaram a resistência palestina. Durante anos, a principal fora a OLP, criada na década de 60. Contudo, com sua capitulação que teve início nos anos 90 e foi se consumar na primeira metade dos anos 2000, o partido que passou a encabeçar a resistência palestina ao terror sionista foi o Hamas, na segunda metade dos anos 2000, organização esta que surgiu na década de 80
Desde o ano de 2018, mas especialmente nesse ano de 2023, o Estado de Israel intensificou sua política de avançar contra o território palestino e seus locais sagrados.
No último dia 7, após muitas idas e vindas, muita experiência adquirida, temperamento na luta, o Hamas e outras organizações desfecharam um golpe histórico para a resistência palestina, no Estado de Israel. A ação da resistência palestina vem sendo extensivamente relatada por este Diário, e expôs a profunda crise e debilidade em que se encontra o sionismo. Para disfarçar essa situação, a reação de Israel vem sendo completamente desproporcional. De forma que já adquiriu um caráter genocida. Para além do bombardeio indiscriminado de Gaza, bloqueio completamente a entrada de víveres, suprimentos e energia ao enclave.
Trata-se de uma medida para deixar Adolf Hitler com inveja.
Recentemente Putin comparou as recentes ações de Israel com o cerco da Alemanha Nazista a Leningrado, uma das maiores atrocidades da Segunda Guerra Mundial. Uma comparação adequada.
Deve-se frisar que a Faixa de Gaza já era bloqueada por Israel. Afinal, antes da atual guerra de extermínio, o enclave era basicamente um campo de concentração a céu aberto, sob o controle do Estado Sionista. Nela, ficavam praticamente encarcerados 2,3 milhões de palestinos. Em apenas 365 km².
Já era cercado por um perímetro altamente fortificado. Muros e cercas. Vigiado dia e noite por guardas sionistas. Praticamente uma prisão. Por terra havia apenas três saídas. A de Beit Hanouin/Erez, no norte de Gaza, para Israel, apenas para palestinos com permissão emitidas por Israel. A de Rafah, no Sul de Gaza, para o Egito, que aberta esporadicamente. E a de Karem Abu Salem/Kerem Shalom, próximo de Rafah. Esta última era a principal rota comercial de Gaza.
Apesar de banhado pelo mar, Israel também já realizava bloqueio marítimo e também aéreo. Aliás, o único aeroporto já havia sido destruído pelos sionistas em 2001. Resumido, antes da guerra, Gaza já era um campo de concentração a céu aberto.
Mas Israel não se contentou simplesmente em cercar a região de forma a emprisionar os palestinos. Sempre foram frequentes os bombardeios, antes mesmos dos atuais. De forma que a infraestrutura nunca foi decente. Sempre precatária. Segundo a ONU, mais de 95% da água de Gaza era imprópria para consumo, pois, com a infraestrutura danificada pelos bombardeios, o esgoto se misturava com a água.
E nunca foi possível resolver essa situação pois, Israel controla a entrada dos insumos necessários e, é claro, o fornecimento de energia dentro do enclave. De forma que nunca houve a quantidade necessária para a reconstrução da infraestrutura danificada.
Mas, como os sionistas não estão apenas interessados em oprimir os palestinos, mas em extermina-los, com a atual guerra eles instituíram um bloqueio total já no dia 9.
Impediram a entrada de tudo: água, comida, combustível, suprimentos hospitalares, impediram o fornecimento de energia etc.
Com a falta de água e a alta densidade populacional, epidemias de cólera e outras doenças infecciosas já surgem no horizonte, conforme noticia a Aljazeera.
Mostrando que o sionismo é equivalente ao nazismo, segue a declaração de Yoav Gallant, ministro da Defesa de Tel Aviv, ao anunciar e justificar o bloqueio, no mesmo dia:
“A ordem foi para se estabelecer o bloqueio total para a Faixa de Gaza. Não haverá eletricidade, nem comida, nem água, nem combustível, tudo fechado […] “Nós estamos combatendo contra animais humanos e estamos agindo em conformidade com esse contexto”.
Desde então, já são 5.791 mortos. Desse total, mais de 40% são de crianças, o que é também um resultado do bloqueio. Afinal, sem os víveres, suprimentos, energia, combustível e insumos o sistema de saúde vem entrando em colapso, de forma que os mais fracos perecem com mais facilidade.
Nesse sentido, a ONU relatou nesse domingo que há 120 bebês prematuros em incubadoras com risco de morrerem em um hospital em Gaza. Por que razão? Falta de combustível? E por que falta combustível? Por que Israel bloqueou a entrada.
Hitler fica com inveja de Netanyahu e Yoav Gallant.
Os nazistas ficariam com inveja dos sionistas.