Por Maria Josefina Arce – Setenta e cinco anos depois da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU, o mundo assiste à manutenção por parte dos Estados Unidos de um bloqueio econômico, comercial e financeiro genocida contra Cuba durante mais de seis décadas, o que viola as prerrogativas mais básicas de um povo inteiro.
A condenação contra esta medida unilateral e criminosa tem-se intensificado ano após ano. Governos, pessoas e personalidades de diversas esferas manifestaram o seu repúdio a uma política que visa uma mudança no sistema cubano, provocando fome, doenças e descontentamento na população.
Assim, nas últimas horas, a Duma Estatal Russa aprovou uma resolução que apela ao levantamento das sanções que causaram danos consideráveis às Grandes Antilhas e, sobretudo, dor e sofrimento a gerações de cubanos.
O presidente do órgão legislativo russo, Viacheslav Volodin, destacou que os Estados Unidos terão que compensar Cuba pelas perdas devido ao bloqueio, que de maio de 2022 a fevereiro deste ano causou danos mensais de mais de 405 milhões de dólares.
Para além dos números, a hostilidade desta política é sentida pelos cidadãos no seu quotidiano. Nenhuma esfera da vida socioeconômica do país escapa a este cerco cruel. Aprofundemos os efeitos no sector da saúde, cujo acesso gratuito e universal foi garantido pela revolução cubana desde o seu triunfo em janeiro de 1959.
No referido período, o sistema de saúde cubano sofreu perdas de mais de 239 milhões 803 mil dólares, que supera os danos reportados antes da chegada da COVID 19.
As tensões vividas por este ramo vital são uma realidade, que se traduziram em efeitos na qualidade dos serviços prestados à população. A produção de medicamentos tem sido significativamente prejudicada, dada a incapacidade do país em adquirir as matérias-primas necessárias.
A isto somam-se os obstáculos à aquisição de equipamentos e peças necessárias à sua manutenção, que, tendo de ser adquiridos em mercados distantes, aumentam o seu preço.
Tal como especifica o relatório sobre os danos causados pelo bloqueio, recentemente apresentado em Havana pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez, esta situação tem um impacto particularmente duro sobre as pessoas mais vulneráveis, como as crianças diagnosticadas com cancro.
Desumana e cruel é esta política mantida pelos Estados Unidos há mais de seis décadas e que nega aos cubanos com diversas patologias medicamentos essenciais porque são produzidos por empresas farmacêuticas americanas. É fato que o bloqueio ameaça o direito à vida dos cubanos.