O Acordo Sykes-Picot de 16 de maio de 1916, também conhecido como Acordo da Ásia Menor, foi feito entre o Reino Unido e a França com o consentimento da Rússia, estabelecendo zonas de influência em parte do Oriente Médio, grosso modo, nas modernas Turquia, Síria, Líbano, Jordânia, Iraque, Palestina e “Israel”.
A negociação ficou sob responsabilidade dos diplomatas Mark Sykes, britânico, e François Georges-Picot, francês. O governo czarista era uma parte menor do acordo Sykes-Picot, quando os bolcheviques publicaram o acordo em 23 de novembro de 1917, após a Revolução Russa, revogaram sua parte no tratado.
O Acordo partilhou antecipadamente o espólio do Império Otomano no Oriente Médio, dois anos antes do fim da Primeira Guerra Mundial, a partir dos interesses estratégicos do imperialismo no Oriente Médio. A base da partilha baseou-se em três aspectos: 1) Petróleo; 2) Canal de Suez; 3) Portos no Mediterrâneo; 4) Acordo com o sionismo.
Com esse acordo, a região passava das mãos do decadente Império Otomano para o imperialismo, que submeteu os povos da região à ditadura dos grandes capitalistas do setor de energia que, rapidamente, impuseram o regime necessário para garantirem seus interesses.
O acordo, exposto publicamente em 1917, estabelecia o controle de áreas que compreendiam a costa do mar Mediterrâneo até o rio Jordão, a Jordânia, o sul do Iraque e uma pequena área adicional que incluía os portos de Haifa e Acre, para se acessar o Mediterrâneo.
A França estabeleceu o controle do sudeste da Turquia, norte do Iraque, Síria e Líbano. A Rússia recebeu Istambul, o Estreito Turco e a Armênia. As forças imperialistas estabeleceram o domínio de acordo com os limites do estado dentro de suas zonas.
Para a Palestina, foi proposto uma “administração internacional” como parte da zona do Acre-Haifa, que seria um enclave britânico no norte da Palestina para permitir o acesso ao Mediterrâneo. Os britânicos assumiram o controle do território em 1920 e governaram como Mandato Britânico da Palestina de 1923 até 1948. Eles também determinaram um mandato no Iraque de 1920 a 1932, e o mandato francês para a Síria e Líbano foi de 1923 a 1946.
Durante a partilha do espólio do Império Otomano, os britânicos prometeram ao movimento sionista internacional apoio na fundação do histórico território judeu na Palestina através da declaração de Balfour, carta escrita e publicada em 1917. Trata-se, portanto, de um verdadeiro conluio do imperialismo contra os povos do Oriente Médio, uma demonstração de como a divisão do território foi calculada.
Os árabes desde sempre percebiam as péssimas intenções das potências imperialistas. Para tentar amenizar a situação junto aos povos do Oriente Médio, o imperialismo fez duas declarações, a “Declaração aos Sete”, dos britânicos, e a “Declaração Anglo-Francesa”. Esta prometia “a completa e final libertação dos povos que há muito tempo oprimidos pelos turcos, e a criação de governos e administrações nacionais, derivando sua autoridade do livre exercício da iniciativa e escolha das populações indígenas”. Uma mentira descarada.
Ainda sobre o sionismo, que estava embutido no Acordo da Ásia Menor, James Balfour declarou que: “As quatro grandes potências estão comprometidas com o sionismo. E o sionismo, seja certo ou errado, bom ou ruim, está enraizado em tradições milenares, em necessidades presentes, em esperanças futuras, de importância muito mais profunda do que os desejos e preconceitos dos 700.000 árabes que hoje habitam aquela terra antiga”.
O imperialismo se organizou previamente para o massacre que estabeleceram na região, especialmente na Palestina, que tem objetivo de limpeza étnica declarado. Trata-se de uma tática que visa controlar a região rica em recursos, algo que tem como peça-chave o estabelecimento do poder do sionismo na região.
Só a completa derrota do imperialismo pode trazer paz à região. O povo do Oriente Médio não suporta mais a presença de “Israel”. Isso é possível ser visto pelas ações dos hutis, do Iêmen, que estão conseguindo controlar o mar Negro e o fluxo de embarcações no Canal de Suez através do afundamento de navios dos países aliados de “Israel” e que comercializam com este país artificial.