Nos Estados Unidos a privatização chegou a um patamar aberrante; onde, na prática aqueles que não puderem pagar suas dívidas médicas simplesmente serão presos. No país com o maior número de presos do mundo, até mesmo quem não tem dinheiro para acessar um pronto socorro pode ser levado para a cadeia.
O curioso é que os Estados Unidos são tratados pela imprensa burguesa como um verdadeiro exemplo do que se fazer no Brasil. O terreno econômico é sempre o principal alvo desta campanha, onde busca-se a todo custo privatizar quaisquer dos serviços fornecidos pelo Estado nacional. No entanto, em meio a toda esta campanha, como de fato funciona o sistema privatizado da saúde norte-americana?
Em 2020, um caso ganhou repercussão internacional. Em uma reportagem da CBS News foi mostrado o caso de um pai de um menino que sofre de leucemia. O tratamento da doença é totalmente pago, já que não existe serviço de saúde no pública no país. No entanto, as dívidas se acumularam devido ao alto custo das operações médicas e o pai, que apenas queria tratar seu filho, foi preso em Coffeyville, no estado do Kansas, por não ter dinheiro para pagar suas dívidas médicas. Para se ter uma dimensão dos custos, apenas para tratar da leucemia do filho, a família foi obrigada a contrair uma dívida superior a 70 mil dólares, algo que no Brasil custaria em torno de 365 mil reais. Um valor suficiente para comprar uma boa casa para qualquer família.
O caso chama a atenção. A prisão por dívida é algo que não existe na grande parte dos países desde a consolidação dos direitos democráticos, a partir da Revolução Francesa de 1789. No entanto, na “democracia” norte-americana, os direitos não possuem a mesma validade.
Anualmente, cada vez mais trabalhadores são presos nos Estados Unidos por não terem condições de pagar por tratamentos médicos. Ou seja, não basta que tudo, desde a ambulância até o algodão utilizado na injeção precisa ser pago, o trabalhador, caso não tenha condições de financiar seu tratamento, será preso.
Financiamento
Nos EUA os custos são tão altos que para realizar um tratamento de uma doença comum é preciso de um aporte financeiro semelhante a comprar um carro típico de setores da classe média alta.
Segundo dados oficiais, 1 em cada 3 norte-americanos já sofreu com dívidas deste porte. São dezenas de milhares de mandatos de prisão por dívida sendo emitidos anualmente nos EUA.
1 em cada 3 norte-americanos com dívida já foi acionado por uma dessas arapucas. Apenas 2% dos supostos devedores acionados são representados por advogados nos julgamentos, o que dá bem uma ideia da farsa ‘judicial’.
O caso norte-americano serve para mostrar o que a direita golpista quer que ocorra no Brasil. O país mais rico do mundo empurra sua população para um regime de terror, onde até o direito à saúde é negado. O mesmo nesse sentido vale para o sistema educacional norte-americano que, dentre outros serviços que deveriam ser financiado pelo Estado. No entanto, muitos alunos saem das universidades falidos e com dívidas gigantescas para pagar. Muitos já estão na mira da justiça e podem ser presos.