Após serem retirados pelo governo federal da reserva Ianomami em estado de grave desnutrição e malária, os índios Ianomami amargam uma condição de mendicância na capital de Roraima.
Em Boa Vista os Ianomami não têm para onde ir e nem a quem se dirigir já que nem mesmo o português eles falam, de modo que, morando nas ruas e sem qualquer acesso a alguma oportunidade, muitos acabam se entregando inclusive ao alcoolismo.
Segundo matéria feita pelo estadão na última semana, existe relato de que até mesmo o ato de atravessar a rua pode ser um problema para esses índios que nunca tiveram contato algum com a civilização, resultando algumas vezes em atropelamentos.
“Também não tem local para os Ianomamis em Boa Vista. Aqui nos trazem comida e trocamos por bebida e assim vamos passando”, disse o Ianomami Cauã Sanomã.
“O acompanhamento desses indígenas foi feito pela associação Hutukara e pelo CIR (Conselho Indígena de Roraima) . Mas não temos casa de apoio, nem abrigo, nem local para eles. O que fazemos é levar alimentação e dar abrigo quando pedem”, relatou também em entrevista ao Estadão, desta sexta-feira (27), o voluntário Nonato Cavalcante.
Às enormes dificuldades dos Ianomami na cidade grande, soma-se o fato de que outros índios de outras etnias e localidades como os Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul e os Pataxó na Bahia sofrem com os mesmos problemas de miséria e doença.
O problemas dos índios longe de resumir aos garimpeiros passa pela falta de assistência pública de qualquer tipo.
É preciso dar aos índios uma infra estrutura básica para a sobrevivência de qualquer ser humano, como uma assistência médica, moradia ,alimentação regular e também materiais de trabalho para que eles possam ter a oportunidade de se desenvolver se assim desejarem.
O índio não quer viver na miséria, desde que o primeiro português chegou por aqui e mostrou aos índios a tecnologia, eles quiseram se desenvolver. Defendemos a demarcação imediata das terras indígenas cumprindo o que já foi estabelecido na Constituição de 1988, bem como o fornecimento de infra-estrutura às áreas demarcadas do mesmo jeito que é oferecida às cidades, com fornecimento de saneamento, eletricidade e comunicação gratuitos às tribos bem como auxílio às tribos em sua auto-defesa com policiamento com milícias indígenas com indígenas das próprias comunidades treinados para aprenderem a utilizar armas de fogo, com apoio técnico das secretarias de segurança das cidades próximas.
Além disso as áreas demarcadas têm que ter apoio das instituições voltadas para os índios, dando orientação para desenvolvimento de agricultura, comércio de produtos, bem como instalação de postos de saúde, escolas, creches etc. nas mesmas áreas, tendo garantidos tanto pelo Governo Federal, Estado e Municípios todo suporte, investimento e manutenção do mesmo jeito que é oferecido a uma cidade comum, sendo estes serviços gratuitos, para todos os índios que precisem para que possam se desenvolver e fazer parte da mão de obra ativa do Estado.