O banqueiro Luiz Frias, dono do portal UOL e da Folha de S.Paulo, pode ser considerado um dos maiores inimigos do futebol brasileiro. É ele quem paga os “colunistas” Casagrande, Milly Lacombe e também Mauro Cezar Pereira, que escreveu o artigo que será discutida aqui: “Enquanto Neymar curte cruzeiro com parças, Al-Hilal não sente sua falta”.
O texto começa dizendo que: “são 19 vitórias consecutivas, 27 jogos sem perder com apenas três empates. Na última partida, 7 a 0 sobre Abha. Esse é o retrospecto do Al-Hilal, líder do campeonato saudita com sete pontos de vantagem sobre o Al-Nassr de Cristiano Ronaldo. O saldo da equipe treinada por Jorge Jesus é de 48 gols! E tudo isso sem Neymar, lesionado, que fez apenas cinco aparições pelo time árabe, a última em 3 de outubro”. Até aí é uma realidade, no entanto, isso não infere de forma alguma na qualidade do futebol de Neymar. É apenas uma afirmação de que o time conseguiu se acertar sem ele em uma competição que não oferece tantas dificuldades.
Basta fazer uma comparação simples. A primeira rodada do Botafogo no Brasileirão de 2023 foi impressionante. Naquele momento, o clube havia cedido o jogador Jeffinho, que havia se destacado muito em 2022, para o Lyon. Na lógica dos geniais colunistas da UOL, faria sentido escrever a matéria “Jeffinho curte a França e Botafogo não sente sua falta”. É ridículo, é apenas um comentário para atacar o jogador. O al-Hilal contratou Neymar porque o considera um grande craque, a posição do clube, portanto, é de que melhor seria se o brasileiro estivesse jogando. Até aqui a imprensa só faz seu jogo sujo tradicional, jogar lama em Neymar sem motivo algum. Mas então começa literalmente a insanidade.
Mauro Cezar afirma: “se Neymar era coadjuvante no Paris Saint-Germain, ofuscado por Mbappé, hoje o atual time simplesmente não sente sua falta. O brasileiro foi parar no futebol da Arábia Saudita depois que nenhum gigante europeu se prontificou a pagar os 90 milhões de euros desejados pelo PSG”. Aqui entra o principal método da imprensa burguesa: mentir descaradamente. Para o UOL, Neymar é tão horrendo que era “ofuscado” por Mbappé. Mas o bom do futebol é que é um esporte muito prático, que pode ser analisado de forma concreta, e quem costuma fazer isso são os próprios torcedores.
Então seria bom que Mauro, antes de sair tecendo elogios à Mbappé, conversasse com os torcedores do PSG. O que aconteceu foi que, em março de 2023, já se ouvia os gritos de “Sem o Neymar é uma vergonha!” Um fenômeno parecido aconteceu com a Seleção Brasileira, que caiu muito de qualidade após a lesão do craque. Mas não são apenas os torcedores que demonstram a realidade, há também os números do campeonato. O PSG por pouco não se classificou na Liga dos Campeões, empatou com o terceiro lugar na fase de grupos com 8 pontos, apenas sendo classificado por saldo de gols. O Newcastle por pouco não eliminou o PSG, que se safou com um gol aos 8 minutos de acréscimo do segundo tempo.
O caso do PSG é tão gritante que o próprio UOL foi obrigado a divulgar os números no artigo: “com mais tropeços e menos gols, PSG já sente saudades de Messi e Neymar”. Nesse artigo, são divulgados os números: “PSG nas duas últimas temporadas – Aproveitamento: 71,7% dos pontos disputados – Vitória: 66% (66 em 100 jogos) -Média de gols marcados: 2,32 (232 gols em 100 jogos) – Média de gols sofridos: 1,01 (101 gols em 100 jogos); PSG na temporada atual – aproveitamento: 62,5% dos pontos disputados – Vitórias: 50% (4 em 8 jogos) – Média de gols marcados: 2 (16 gols em 8 jogos) – Média de gols sofridos: 0,75 (6 gols em 8 jogos)”. E o artigo ainda menospreza a importância de Neymar, visto que ele foi decisivo para o clube desde o ano de 2017, já Messi entrou no time consolidado, em 2021, e ficou por menos de dois anos.
Mauro Cezar ainda continua: “tecnicamente o time se vira, com sobras, sem Neymar, o que não é algo a ser ignorado. Se voltasse a jogar hoje, provavelmente ficaria na reserva e teria que se empenhar muito para ganhar espaço entre os titulares”. Mais uma colocação apenas para avacalhar o jogador. Ele provavelmente ficaria na reserva, não por ser mau jogador e sim porque teria acabado de sair de uma lesão e estaria sem preparo físico. E o colunista conclui debochando: “mas não deve retornar aos campos antes de agosto e até lá há muito tempo para fazer fisioterapia nos cruzeiros da vida, cercado de parças, celebridades e subcelebridades. Afinal, a vida é para ser vivida, não?”
O que é mais interessante é que os ataques a Neymar surgem sem grande motivo aparente. O jogador está sendo criticado porque está realizando um cruzeiro enquanto está lesionado. Para a imprensa burguesa, ele teria a obrigação de ficar em casa e agir como um santo. E o que seria moralmente condenável de curtir um cruzeiro? Boa parte dos jornalistas do UOL estaria disposta a fazer tal tipo de viagem. Nem como ataque moral, como quando inventaram o caso da agressão a Najila, essa questão do cruzeiro tem valor.
A realidade é que a campanha da imprensa burguesa contra o futebol brasileiro é constante e antiga. O motivo é que os interesses econômicos, dos monopólios estrangeiros, atuam constantemente sobre o futebol. O esporte é controlado na maioria pelos europeus, no entanto, o Brasil sempre foi uma enorme ameaça ao seu domínio. Neymar é a personalização disso, o melhor jogador do mundo é brasileiro. E não só isso: a sua empresa também é brasileira.
O fato de Mauro Cezar criar o mundo da fantasia onde Neymar é mau jogador é uma demonstração cabal desse fato. A imprensa tem um cota de ataques ao craque: se houver algo real eles usam o fato, mas, se não houver, como é a maioria das vezes, inventam. A vítima inicial é o próprio Neymar, mas a vítima final é o futebol brasileiro e a própria nação, que tem no futebol um de seus maiores patrimônios. Para todos os que almejam o desenvolvimento do futebol arte e o Hexa é preciso que fique claro: um dos maiores entraves para isso é a imprensa burguesa lesa-pátria, e por detrás delas, os banqueiros.