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O terrorismo real

Netanyahu quer matar 2,3 milhões de palestinos de sede e fome

Propaganda imperialista chama de "auto-defesa" as barbaridades do Estado de Israel e trata como "terrorista" aqueles que se revoltam contra o martírio em escala industrial

O primeiro-ministro do Estado nazista de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou no último dia 9 um “cerco completo” à Faixa de Gaza, que inclui o corte de serviços essenciais como energia elétrica e água, e também, o bloqueio até à entrada de comida no território governado pelo partido Hamas. “Estamos impondo um cerco total à Gaza. Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás, tudo bloqueado”, antecipou em vídeo divulgado no último dia 9, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, acrescentando: “estamos lutando contra animais e agimos em conformidade”. Cerca de 600 mil palestinos vivem na cidade e outros 1,7 milhão no entorno da área ampla correspondente à Faixa, sendo essas, afinal, as vítimas da ordem dada por Netanyahu.

A máquina de propaganda imperialista, rápida em denunciar a ofensiva liderada pelo Hamas como ato “terrorista”, simplesmente se cala diante da perversidade da reação do regime sionista. Quase como se dissessem “matar cerca de 260 civis israelenses é uma barbaridade, mas matar 2,3 milhões em um cerco, sem água ou comida, para assustar outros está liberado”.

A medida é considerada um crime de guerra pelas Convenções de Genebra, assim como diversas outras táticas infames adotadas pelo enclave imperialista, mas até o momento, seguem ignoradas pelas carpideiras do nazismo israelense. A comissão dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, por exemplo, tão logo se deram os primeiros ataques, publicou em seu perfil oficial no X:

“@volker_turk apela ao fim imediato da violência e apela à redução da escalada para evitar mais derramamento de sangue, à medida que foguetes indiscriminados são disparados contra Israel por grupos armados palestinianos, ataques aéreos israelitas em resposta”. 

Após a publicação acima, o atual Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, nada publicou em seu perfil oficial ou no da entidade. Com o lado definido em favor de Israel, o presidente dos EUA, Joe Biden, não poupou esforços em publicar seu apoio ao regime nazista de Israel e atacar a ofensiva liderada pelo Hamas contra os opressores da Palestina. Em uma das publicações, o mandatário norte-americano publicou a nota conjunta assinada pelos líderes das cinco principais nações imperialistas do mundo, naturalmente, em defesa do monstro que sustentam no Oriente Médio:

“Os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Itália e o Reino Unido permanecerão unidos e coordenados – juntos como aliados e como amigos comuns de Israel – para garantir que Israel possa defender-se”, disse Biden em comentário à nota.

Entre a imprensa pró-imperialista, o mesmo silêncio reina. O cinismo é tamanho que o portal Metrópoles publicou uma matéria intitulada “Ex-atriz pornô Mia Khalifa é demitida após comemorar ataques do Hamas”, trazendo a declaração nazista do ministro Gallant, tendo, contudo, o cuidado de omitir a parte mais grotesca da frase, em que chama os palestinos de “animais”.

O tratamento hipócrita destinado pelas entidades oficiais do imperialismo e o cinismo de seus órgãos de propaganda colocam às claras a farsa de campanhas como a posição contra o terror, e pela paz, os lamentos grotescos por mortes cuja responsabilidade principal é dos próprios articuladores da ditadura global. Seja por meio dos organismos governamentais, seja por meio da imprensa, a esquerda deve tratar esses temas como realmente são: uma farsa repugnante, sem outro objetivo além de enfraquecer o apoio que a luta dos oprimidos deve receber dos trabalhadores, da juventude e de todos os setores esmagados da sociedade. É do lado da ação libertadora empreendida pelo Hamas que estão os interesses de bilhões de explorados no planeta.

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