Há 83 anos, no dia 16 de novembro de 1940, os nazistas construíram um muro ao redor do gueto de Varsóvia, que segregou completamente cerca de 400 mil judeus em uma área de aproximadamente 3 km². O muro, fortemente vigiado por soldados e com mais de três metros de altura, foi arguido para evitar a movimentação de entrada e saída para o restante da capital polonesa.
Estabelecida como a maior comunidade judaica da Europa antes da guerra, Varsóvia era o centro da vida e cultura judaica na Polônia. Neste período os judeus representavam cerca de 30 por cento da população total da cidade, que caiu sob a dominação das forças alemãs no final de setembro de 1939, conforme define a Enciclopédia do Holocausto.
Na invasão, a Alemanha contou com uma força avançada de mais de 2 mil tanques, 900 bombrdeiros e cerca de 400 aviões de combate. Foram 60 divisões com aproximadamente 1.5 milhão de soldados. A contraofensiva da Polonia foi fraca e, apesar de causar baixas no exército alemão, foi derrotada em semanas. A tática de guerra dos nazistas foi demoninada de Blitzkrieg, ou “guerra relâmpago”, uma vez que consistia em realizar ataques-surpresa utilizando forças maciças e concentradas de unidades blindadas velozes apoiadas por um poderio aéreo implacável.
De acordo com a Enciclopédia do Holocausto, a Polônia foi repartida entre os alemães e a União Soviética em conformidade com o protocolo secreto do pacto de não-agressão que assinado por ambos os países (Pacto Molotov-Ribbentrop). A linha de demarcação foi colocada ao largo do rio Bug.
Ocupação
A Alemanha anexou os territórios poloneses da fronteira leste: Prussia Ocidental, Poznan, Alta Silesia e a antiga cidade livre de Danzing. Já o restante do território sob domínio alemão – Varsóvia, Cracóvia, Random e Lublin – foi organizado como uma única área administrativa denominada Governo Geral, que teve a frente o advogado do partido nazista, Hans Frank.
Como não bastasse a invasão e ocupação do território polonês, os nazistas ainda criaram os guetos, sendo o maior deles o de Varsóvia, para segregar a comunidade judaica. Foram mais de 1.000 guetos somente na Polônia, sendo que alguns tiveram curta duração e outros, como de Varsóvia, durou três anos, mas com uma coisa em comum: judeus vivendo em condições miseráveis.
Os guetos acabaram sendo destruídos, uma vez que os nazistas implementaram a “solução final” (plano para exterminar todos os judeus da Europa), que teve início em 1941. Com o plano, os alemães e seus colaboradores locais fuzilavam judeus nos próprios guetos ou os deportavam via trens para campos de extermínio.
Gueto de Gaza
Oitenta e três anos depois a história parece se repetir, só que ao contrário. Desta vez com a investida do Estado judeu de Israel (que conta com o apoio do imperialismo americano) contra a Faixa de Gaza, território palestino com uma área de 365 km² e com uma população de pouco mais de dois milhões de habitantes.
Chamada de guerra pela grande imprensa, a invasão de Israel na Faixa de Gaza lembra e muito a investida que a Alemanha realizou contra a Polônia. Um episódio que deixou marcas no passado e no presente de um povo. Situação que possivelmente ocorrerá no futuro quando os historiadores relatarem os episódios do massacre de Israel em Gaza.