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Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Política

Não esperamos reciprocidade

As defesas de posições políticas não podem ser tomadas a partir de aspectos morais e de questões que de forma concreta não representam absolutamente nada na luta política

A atividade política é por excelência uma atividade humana conspirativa, é uma atividade de lutas de classes. Mas, por outro lado, é também verdade que pelas circunstâncias históricas do desenvolvimento do modo de produção, a solidariedade e a coletividade se tornam aspectos característicos do sujeito coletivo chamado classe trabalhadora. Mas se esse fosse um aspecto absoluto atualmente, estaríamos no socialismo, e não no capitalismo. O que vemos é um embrião da solidariedade e coletividade.

As relações políticas são hegemonicamente relações burguesas, que se pautam no individualismo, na concorrência desleal e em tudo quanto é característica decadente dessa classe social… decadente. Esse tipo de relação, apesar de em grande medida ser combatida pelas organizações populares, é impossível ficar alheio à sua penetração e reprodução. Por isso é preciso manter sempre a atenção ao combate a esse tipo de situação, compreender bem suas características para identificar aquilo que é passivo de evolução e aquilo que é preciso ser descartado por completo.

O que determina os rumos da política é a correlação e colisão de forças, o combate entre as classes sociais personificadas em suas organizações (a burguesia principalmente pelo Estado e pelos seus partidos, e a classe trabalhadora com as mais variadas organizações), além disso, um conjunto de fatores e de oportunidades históricas que se encontram dispostas na dinâmica política. Esperar desse combate, dos posicionamentos, da marcha em busca de resultados, uma determinada reação, é algo realmente assertivo. Mas esperar uma reciprocidade em absoluto, seja de aliados ou até mesmo de acordos momentâneos com inimigos, é o começo do fim de uma atividade política. É “fazer cortesia com chapéu alheio”, é não dispor de condições para alcançar seus próprios objetivos e contar com a própria sorte, com a boa vontade dos outros, com a espontaneidade de evolução da situação política.

O socialismo científico e o próprio desenvolvimento da ciência política, fornecem para humanidade ferramentas de análise e de atividade política que permitem o processo de construção de resultados políticos, de uma maneira racional. Esses resultados são construídos por meio de uma avaliação de tendências históricas, absorvidas da constante dinâmica da realidade concreta, ou seja, a adequação das posições políticas de acordo com as experiências da própria vida, de acordo com os caminhos e possibilidades que são apontadas pela própria vida humana.

É por essa via de análise e de atividade política que as organizações de trabalhadores devem caminhar, porque primeiro é uma plataforma de atuação política respaldada em um método verdadeiramente científico, segundo porque desse modo gradativamente a independência de nossa ação política reside nessa questão, e terceiro que essa prática permite analisar de forma prática se há um acerto na avaliação de uma dada tendência política e em caso de erro, adequar a orientação política.

Muitas pessoas ficam impressionadas com a falta de reciprocidade no meio político, se deixam levar por convicções abstratas e eufóricas, quando na realidade o impressionante é que pessoas envolvidas no meio político permeado de conspirações, nos marcos de uma sociedade capitalista, fiquem abismadas com essa situação.

Para não cair nessa situação que de fato é muitas vezes frustrante para pessoas menos experimentadas, as organizações do povo devem preparar sua militância não para vivenciarem experiências de um mundo inexistente, mas para enfrentar as duras adversidades e enfrentamento das lutas de classes, ou seja, devem preparar seus quadros para trabalharem incansavelmente entorno do objetivo de acumular força política e para se chega à uma posição estratégica que lhes permitam avançar em sua luta.

As defesas de posições políticas não podem ser tomadas a partir de aspectos morais e de questões que de forma concreta não representam absolutamente nada na luta política. As posições políticas e ideológicas devem ser tomadas de acordo com a análise das possibilidade que elas podem abrir para o avanço da luta dos trabalhadores.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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