O presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin-Archange Touadéra, respondeu de maneira direta à proposta indecorosa do presidente francês, Emmanuel Macron, no recente encontro entre os dois lideres. Na ocasião, Macron sugeriu a Touadéra que retirasse os instrutores militares da Rússia em troca de um possível regresso das forças francesas.
A França suspendeu a cooperação militar com a RCA em 2021, acusando as autoridades do país de estarem em uma campanha antifrancesa e pró-Rússia. Desde então, o governo solicitou oficialmente da Rússia ajuda na área militar, sobretudo, com o combate a grupos terroristas, como o Estado Islâmico.
“Não é da sua conta”, eis a resposta Touadéra. Segunda a imprensa internacional:
Touadéra explicou ao seu colega francês que estava interagindo ‘com as autoridades russas no âmbito de um acordo no campo da defesa e treinamento entre os dois países’ e acrescentou que o resto ‘não era da sua conta, informou a rádio francesa RFI
A crise do imperialismo francês na África está cada vez mais acentuada e o nacionalismo cresce pari passu a essa crise. Uma dos fatores fundamentais é a perspectiva aberta pela Rússia e China, que conseguiu ampliar um tanto seu espaço no mercado internacional, embora seja ainda muito pequeno em relação ao controle imperialista do mundo. O imperialismo tem dificuldade de responder e até mesmo perdeu batalhas militares, como no Afeganistão, o que impulsionou o nacionalismo dos países atrasados a desafiar o imperialismo em diversos locais, como nas antigas colônias francesas.
A crise do imperialismo francês abre caminho para a afirmação do nacionalismo, dos interesses econômicos nacionais ou para a mudança na dominação desses países, com a tentativa dos EUA de aprofundar sua influência na África. Contudo, a tendência é o desenvolvimento do nacionalismo e a oposição ao imperialismo, que se revela inclusive nas formas de tratamento com os antigos colonizadores.