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COP28

Nada de ecologia! Explorar e garantir soberania sobre o petróleo

MRT usa a campanha ambiental para atacar Lula e os países atrasados, numa campanha que tem o fim de manter sob controle e exploração do imperialismo todo o petróleo mundial

O portal Esquerda Diário, ligado ao Movimento Revolucionário de Trabalhadores, na última sexta-feira, 8 de dezembro, publicou uma matéria em defesa do ambientalismo e dando sequência a sua campanha contra Lula. Intitulado “Em meio ao teatro da COP28, Brasil ingressa na Opep+ reafirmando exploração de combustíveis fósseis”, o artigo mistura uma série de elementos e acaba confuso, mas vamos aos argumentos:

“Sob o discurso de ‘convencer os países a abandonar a produção de petróleo’, a entrada do Brasil na Apeop+ [sic] na verdade demonstra como o governo Lula-Alckmin vai seguir representando os interesses dos grandes capitalistas, agora se aliando ao grupo de maiores exploradores de combustíveis fosseis [sic] do mundo.”

A Opep hoje inclui uma série dos maiores países do mundo não alinhados ao imperialismo, e outros agremiados nos BRICS. Nesse sentido, é uma extensão da organização dos países atrasados em torno do controle de um recurso extremamente precioso no momento, basta observar a crise energética na Europa. A oposição à Opep, portanto, é pró-imperialista.

Mais que isso, o faz através de mentiras. Apesar de os países da Opep serem os maiores em termos de extração de petróleo em seu território, não são os maiores exploradores do recurso. Estes são os países imperialistas — os maiores consumidores de combustíveis fósseis, de longe — que exploram petróleo nos países atrasados e, o que compram, cobram com juros, como através do refino, na economia, e de golpes e ofensivas militares.

O uso da expressão “Lula-Alckmin” encerra um parágrafo pequeno, mas recheado de políticas do imperialismo. Colocando Lula como um tucano, algo muito distante da realidade, observável pela posição em torno do conflito na Ucrânia, da desdolarização da economia internacional, dos BRICS e até mesmo da Palestina. O MRT consegue adotar uma posição completamente pró-imperialista, e o faz com tanto gosto que a inserção dos temas chega a deixar o texto confuso.

“Escancarando sua demagogia verde, o governo Lula foi totalmente na contramão do que anunciou no início da COP 28. Essa política segue a posição do País, quando levou ao Pavilhão Brasil, espaço onde o Brasil apresenta sua agenda climática, empresas como Vale e Braskem. A primeira, responsável pela maior tragédia ambiental e social do País, em Mariana e Brumadinho. E Braskem, que por sua sede de lucro, deixa diversos bairros em risco de afundamento do solo devido à extração de sal-gema em Maceió.”

O MRT insiste no ambientalismo, adentremos o tema: o golpe de 2016 teve como principal alvo no Brasil o orçamento público e as grandes empresas nacionais, com destaque para uma delas, a Petrobrás. Hoje, o imperialismo faz exercícios militares na Guiana, em Essequibo, reivindicado pela Venezuela. O que tem lá? Reservas de petróleo.

A Europa enfrenta uma crise energética que vem devastando sua economia, o imperialismo europeu, com destaque para a Alemanha, encara uma desindustrialização grave fruto de tal situação. Situação essa provocada pela escassez de combustíveis fósseis, uma vez que o comércio com a Rússia foi bloqueado.

O Oriente Médio é uma região assolada por golpes e desestabilização por parte do imperialismo. Vemos um genocídio em curso pelas mãos do Estado de Israel, base militar do imperialismo na região. O que tem no Oriente Médio? Petróleo.

A sucessão de fatos demonstra a importância para o desenvolvimento econômico, produtivo, do petróleo. E os frutos desse desenvolvimento podem ser destinados à classe trabalhadora brasileira, que está na miséria, e a pesquisas para o uso de outras energias ou o que quer que seja. A questão é, o controle e utilização do petróleo como recurso está posto. O não uso da riqueza gerada por ele, como ocorre agora no Brasil após o golpe, tem seus resultados dormindo nas ruas, embaixo de viadutos e pontes. Se trata de uma farsa.

Ademais, supondo uma concordância com o MRT, é de conhecimento notório internacional que o maior poluidor do planeta, de muito longe, são os EUA. Por que a campanha não se destina contra o imperialismo norte-americano, mas contra o Brasil, um dos países mais “ecológicos” do mundo?

“Mais uma vez vemos o governo Lula fazendo demagogia sobre o tema ambiental enquanto garante os interesses dos capitalistas que lucra [sic] com a devastação ambiental.”

Uma frase que poderia ser invertida: mais uma vez vemos um setor golpista da esquerda fazendo demagogia ambiental para criar as condições de um golpe de Estado, como o ocorrido em 2016. A devastação da Petrobrás, do Brasil e de tantos países do planeta pelo imperialismo, para negar-lhes a exploração do próprio recurso e tomá-la para si, é demonstração suficiente de onde parte essa campanha. O petróleo na margem equatorial não pode ser explorado pelo Brasil, pela Petrobrás, mas não tem problema para o MRT caso seja a Exxon Mobil, a Total Energies ou a Shell. Uma farsa completa.

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