São cada vez mais fortes as críticas à política do imperialismo na Ucrânia. O conflito completou um ano por conta do pesado financiamento dado pelos países imperialistas às forças armadas, milícias e grupos de mercenários nazistas que defendem o governo fantoche de Zelensky. Os protestos na Europa se acumulam contra o envio de armas à Ucrânia. No último final de semana ocorreram grandes manifestações em Paris, Berlim, Gênova e Milão, pelo menos.
Na Itália, cartazes pediam “OTAN fora da Itália” e “Abaixe as armas, aumente os salários”, por exemplo. Na França, bandeiras da União Europeia e da OTAN foram rasgadas na Marcha Nacional pela Paz, o que mostra que para grande parte da população europeia está mais do que claro quem impulsiona a guerra. Na Alemanha, o maior protesto foi chamado de Rebelião pela Paz e reuniu dezenas de milhares de pessoas, isso tudo em baixo de neve que caía na capital da principal economia do continente. Apesar da imprensa alemã noticiar um público de cerca de 13 mil, os organizadores apontaram estimativas superiores a 50 mil presentes, a partir de estimativas feitas por profissionais que estavam no palco onde ocorreu um comício próximo ao Portão de Brandemburgo..
As principais convocadoras do ato na Alemanha, Sahra Wagenknecht e Alice Schwarzer, haviam publicado há duas semanas um manifesto intitulado “Manifesto pela paz”. Nele se posicionam firmemente contra o envio de armas à Ucrânia, responsabilizando o governo do chanceler alemão Olaf Sholtz por uma possível escalada do conflito. A imprensa alemã procurou desestimular, sem sucesso, a adesão ao protesto, alertando a população para possíveis radiciais de esquerda e direita que poderiam provocar violência.
Enquanto a imprensa imperialista procura invisibilizar essa revolta da população à política de fomento da guerra por seus governos, a reação popular só cresce. A crise econômica segue prejudicando as condições de vida nesses que são a maioria dos países capitalistas desenvolvidos do mundo. Enquanto isso, os trabalhadores se insurgem cada vez mais contra o gigantesco gasto empregado a mando do imperialismo norte-americano, ao mesmo tempo em que temem que a guerra chegue às suas casas. O temor de que a escalada bélica chegue ao ponto do uso de armas nucleares também joga a população contra a política dos seus governos.
Vale lembrar que a esquerda que procurou apontar Lula como um marionete do imperialismo se esquece propositalmente que ele barrou o envio de armas produzidas no Brasil para serem usadas pela Ucrânia. Se importam demais com declarações protocolares e ignoram o que existe de concreto na situação. A postura do Brasil, nesses sentido, está bem alinhada com o sentido geral dos protestos populares na Europa. Uma postura que expressa uma atuação independente no cenário internacional.