O sistema carcerário brasileiro acaba com a farsa de que o Brasil é um país democrático. Ele funciona com a completa conivência do judiciário, que envia todas as semanas milhares de presos, pelos motivos mais torpes possíveis, para esse verdadeiro inferno na terra que são as cadeias brasileiras.
E não apenas aqueles que estão presos sentem na pele as consequências do tratamento absolutamente desumano dentro das penitenciárias, os familiares desses presos que se deslocam até os presídios para visitar os seus entes também são vítimas, em especial as mulheres.
Supostamente proibidas no estado de São Paulo desde 2014, as revistas íntimas nos presídios continuam acontecendo e de forma verdadeiramente brutal.
As mulheres que visitam seus ´parentes em presídios relatam episódios dignos de uma verdadeira sessão de tortura para saber se elas estão ou não carregando drogas em suas genitálias.
A Defensoria Pública de São Paulo denunciou o episódio em que uma mulher chegou a ser submetida a uma lavagem intestinal e ingestão de medicamentos, dentre outros abusos que acabaram gerando na mulher um quadro de intenso sangramento e inflamação.
Esse é só um dos muitos casos relatados à Defensoria Pública de São Paulo de abusos por parte da administração dos presídios.
Em outro relato, a familiar de um preso afirma ter sido obrigada a passar três vezes pelo aparelho de escanear após ser informada de que haviam “objetos estranhos” no seu corpo. Após uma radiografia mostrar que nada havia, não satisfeito, o diretor do presídio a informou que ela precisaria ser submetida a um exame de papanicolau em que o médico observou a sua vagina com uma lanterna.
O aparelho de escanear deveria, aliás, substituir a revista íntima, no entanto, mais de 49% dos familiares dos presos relatam que essa substituição não ocorreu e que mesmo após a instalação do aparelho, eles vem sendo submetidos à revista íntima.
Esse é retrato da forma animalesca pela qual a esmagadora maioria das mulheres é tratada pelas instituições brasileiras. Longe de serem agraciadas pela demagogia identitária, a mulher da classe trabalhadora sente na carne todo o fascismo do judiciário e do sistema prisional brasileiros.