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Rui Costa Pimenta

“Mudança na política de preços é apenas um passo”

Na Análise Política da 3ª, Rui comenta que é preciso haver uma sequência de outras ações para reverter totalmente a privatização da Petrobrás

Nesta última terça-feira, Rui Costa Pimenta esteve novamente no programa da Rádio Causa Operária, Análise Política da 3ª. Como em todas as suas edições, Rui Pimenta comentou, em um programa de perguntas e respostas, a respeito dos últimos acontecimentos da semana. O tema de destaque do programa era a notícia a respeito da nova política de preços da Petrobras. Outros temas, nacionais e internacionais, também foram debatidos, ora perguntado pelos outros participantes do programa – companheiros João Pimenta e Francisco Muniz – ora em resposta às perguntas enviadas pelos ouvintes através do chat do YouTube.

Um dos temas tratados foi a eleição na Turquia. Rui Pimenta comentou que, apesar de toda a pressão e das pesquisas falsificadas do imperialismo, Erdogan, o atual presidente turco, teve o maior número de votos, apesar de o pleito ter se encaminhado para o segundo turno. O candidato da oposição, Kemal Kilicdaroglu, ficou em segundo lugar e irá disputar com Erdogan na próxima etapa. 

Apesar de Kilicdaroglu ser, claramente, o candidato do imperialismo, Erdogan está cotado para vencer as eleições no segundo turno. Além disso, o partido do atual presidente fixou uma maioria no parlamento. O presidente nacional do PCO avalia que isso foi uma derrota bastante dura para o imperialismo norte-americano, dando mais uma demonstração de fraqueza. Um setor da esquerda nacional que não consegue deixar de ser pró-imperialista estava torcendo contra a vitória de Erdogan e agora se vê frustrada com a possibilidade cada vez mais iminente de sua reeleição.

A questão da guerra da Ucrânia também foi abordada. A afirmação de um general ucraniano, que lembrou que Zelensky havia dito há cerca de um ano “nós quebramos a espinha do exército russo” – apesar de as tropas ucranianas continuam passando grande dificuldade e sendo derrotadas diariamente – e a contra-ofensiva ucraniana – constantemente alardeada pela imprensa capitalista – que nunca se materializa, são fatos que dão uma ideia da situação atual da guerra.

É seguro dizer que o imperialismo, perdendo terreno na Ucrânia, está passando por uma nova fase de grande dificuldade da dominação mundial. Rui Pimenta afirma que isso transparece para os governantes dos outros países do mundo a fraqueza enfrentada pelos norte-americanos, o que os encoraja a levar adiante uma política cada vez mais independente do imperialismo.

Sobre a situação nacional, foi comentado o tema a respeito do arcabouço fiscal. Para procurar atrapalhar o projeto do governo, a direita criou uma “trava” em que não poderá haver aumento real do Bolsa Família se o novo teto de gastos não for cumprido.

Rui Pimenta comentou que Arthur Lira, o responsável por essa restrição ao Bolsa Família, está representando os interesses do mercado financeiro. A ideia é criar uma série de mecanismos para restabelecer o teto de gastos, que havia sido derrubado pelo governo, caracterizando, neste momento, uma verdadeira queda de braço entre o governo Lula e o Congresso. 

A principal notícia do dia foi a decisão do Lula de reverter a Política de Paridade de Importação (PPI) na Petrobras, abandonando, portanto, a política de preços imposta pelo governo golpista de Temer.

Sobre ela, Rui Pimenta comentou que não foi aceito com tranquilidade pela burguesia e pelos acionistas, e que a situação caracteriza um grande escândalo nacional. A Petrobras aplica uma política de preços baseada numa cotação estrangeira para poder pagar aos seus acionistas os maiores dividendos de todo o planeta Terra. A empresa estatal da Arábia Saudita, por exemplo, que tem acionistas privados, não paga nem metade dos dividendos da Petrobrás.

O governo Lula tomou uma atitude correta em abandonar essa política de preços, no entanto, isso é apenas um primeiro passo. Os acionistas poderão agora ter alguma reação, como a derrubada da empresa no próprio mercado de ações, é preciso observar. No entanto, a melhor atitude a se tomar seria uma abolição total do processo de privatização da Petrobrás. A esquerda nacional e o movimento de trabalhadores deveriam lançar uma campanha em favor da estatização total do petróleo brasileiro.

Outra ideia que o companheiro Rui mencionou que seria importante desenvolver é o fato de que há cerca de 40 milhões de brasileiros no Bolsa Família, portanto na miséria, e que é totalmente absurdo que uma riqueza tão grande quanto o petróleo esteja nas mãos de entes privados. Esta privatização, assim como todas as outras, é algo totalmente criminoso.

Muitos outros temas foram debatidos no programa, para acompanhá-lo integralmente, basta acessá-lo pelo video abaixo. A Análise Política da 3ª vai ao ar todas as terças-feiras, às 16h, no canal da Rádio Causa Operária do YouTube.

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