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Valéria Guerra

Jornalista (UMESP), historiadora, atriz com DRT-RJ, escritora, colunista do 247, PCO, e do meu site (https://guerraluz.prosaeverso.net/); mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação; professora do Estado do RJ na cadeira de biologia, poetisa e ativista contra a desigualdade no Brasil e no mundo.

Desequilíbrio social

MST, questão de ordem; salário mínimo, deboche nacional

Outro veneno, que vem matando a classe operária brasileira, é o “microbiano” salário mínimo: envenena professores, bancários, e toda uma gama de assalariados no Brasil...

MST, UMA QUESTÃO DE ORDEM E SALÁRIO MÍNIMO, UM DEBOCHE NACIONAL!

Há uma história da pobreza e suas vertentes desde que há um mundo capitalista, lê-se o trecho a seguir como um norteador/embasador de tal dilema: “Antes da idade capitalista, o capital era acumulado principalmente através do comércio significando não apenas a troca de mercadorias, mas incluindo também a conquista, pirataria, saque, exploração”.

Não foi em vão que as cidades-Estados italianas se prontificaram a ajudar a Europa ocidental nas Cruzadas.

O término dessas guerras religiosas encontrou Veneza, Gênova e Pisa controlando um rico império. E os conquistadores italianos aproveitaram ao máximo sua oportunidade. Uma corrente de riqueza do Oriente para as mãos de seus comerciantes e banqueiros.

Uma das melhores autoridades no assunto, John A. Hobson, disse sobre esse comércio italiano com o Oriente: “Assim, muito cedo foram lançadas as bases do comércio lucrativo que proporcionou à Europa ocidental a riqueza necessária para a posterior expansão dos métodos capitalistas de produção”.

O MST nasceu na década de 1980, e sua busca incessante por justiça social na ocupação da terra é seu lema principal. Como movimento social esta corrente de trabalhadores rurais somente deseja plantar e colher seu sustento advindo da mãe terra. No entanto, vimos brotar do infecundo solo político partidário de homens e mulheres parlamentares o desejo sanguinário de oprimir tal movimento através de uma CPI, que tem como objetivo final: criminalizar as ações benéficas do MST. O MST possui um histórico de disposição organizada, que nos dá subsídio para entender o quanto a referida bandeira, é uma questão de ordem; e um exemplo a ser seguido.

Já a questão de ordem na Casa Parlamentar, é instrumento utilizado pelo congressista, deputado ou senador, para suscitar, em qualquer fase da sessão conjunta, dúvida sobre a interpretação do Regimento Comum e dos Regimentos subsidiários, relacionada com a matéria tratada na ocasião. É decidida pelo presidente da sessão, sendo a decisão irrecorrível, a menos que esteja relacionada a dispositivo constitucional. E durante a CPI do MST, instaurada, há uma chuva de “questões de ordem” que partem da argúcia dos participantes ávidos de inquerir aqueles que estão ligados direta ou indiretamente ao movimento; encontrando em sua relatoria o antagonismo direitista do latifúndio, que tenta impor seu grandiloquente poderio… Em uma das sessões da Comissão parlamentar de inquérito, falas como a grafada a seguir demonstram o quanto vivemos em uma grandiosa fazenda chamada Brasil: “o governador do Goiá Ronaldo Caiado (União), declarou nesta quarta-feira (31/5) que o MST tem ligação com o tráfico de drogas, que o movimento “não existe” por não ter CNPJ e ainda frisou que não há invasões de terra no estado. Caiado foi ouvido pela CPI, que investiga o movimento rural.

 Afinal, ordem, significa uma disposição organizada. E há ordenação de atos profícuos no MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA, vejamos algumas notícias históricas do movimento que irá completar quatro décadas: “as atuações que o MST realizou no Setor de saúde também está sendo exitoso ao longo de sua existência, principalmente no atual contexto de pandemia. O Movimento realizou um esforço autônomo de enfrentamento ao novo coronavírus, com mapeamento, monitoramento e acompanhamento dos casos de COVID-19, com a identificação de médicos e representantes do setor de saúde para atuarem nos territórios do MST, e com a produção e doação de álcool, máscaras e fitoterápicos.

Além disso, o MST também conta com canais de comunicação para transmissão de informações, além de cuidados e ações como a guarita sanitária para controle de entrada e saída das pessoas nos territórios dos assentamentos.

As pesquisadoras Carmen Teixeira e Larissa Barros destacaram este olhar para a saúde de forma mais holística e diferente da visão da civilização ocidental moderna que leva, inclusive, à exploração dos recursos naturais à depredação do meio ambiente, no ano de 2020.

Uma delas declarou: “O que nos chamou a atenção, quando começamos a aprofundar análise das concepções e práticas de saúde do MST, foi perceber que ele vem produzindo em conhecimento, um saber prático que se expressa na vinculação estreita da luta pela Saúde com a luta pela Terra”, ressaltam”.

Desde o início da pandemia, o Movimento também tem realizado ações de reflorestamento, como o plano nacional plantar árvores, e produzir alimentos saudáveis, e diversas atividades de solidariedade, com doações de alimentos oriundos da agricultura camponesa, marmitas e cestas agroecológicas nos municípios onde o Movimento atua, como forma de dar subsistência neste momento em que a renda de muitos trabalhadores está comprometida. É importante ressaltar também que a Reforma Agrária Popular, projeto de democratização da terra do MST, é pautado pelo desuso de agrotóxicos, ou seja, uma produção em equilíbrio com o meio ambiente e sem veneno.

 Outro veneno, que vem matando a classe operária brasileira, é o “microbiano” salário mínimo: que envenena professores, bancários, e toda uma gama de assalariados no Brasil; e isso  tolhe sonhos e mediocriza a qualidade de vida destas pessoas.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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