O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) publicou nota oficial sobre o conflito entre israelenses e palestinos, que, embora ocorra há décadas, ganhou um novo capítulo após o ataque espetacular do Hamas ao Estado de Israel.
Tão logo ocorreu o ataque do Hamas no último sábado (7), a hipócrita e criminosa imprensa imperialista decidiu virar suas baterias contra o “terrorismo” dos palestinos. Não há, contudo, “terrorismo” nenhum: o ataque do Hamas foi apenas uma reação a mais de sete décadas de investidas violentíssimas do Estado de Israel contra o povo palestino. Há uma verdadeira limpeza étnica em curso no território palestino, hoje quase que completamente tomado por Israel, no que o MST denuncia como um “campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel”.
Logo de cara, o Movimento dos Sem Terra afirma o seu “apoio total e irrestrito à luta do povo Palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel”. A posição do MST, além de correta, é uma das mais firmes apresentadas pela esquerda brasileira. Ao dizer que o seu apoio é “irrestrito”, o MST acaba por ignorar por completo a polêmica implantada no interior da esquerda, de se o “terrorismo” do Hamas deveria ser apoiado ou não.
Como deixa claro o MST, a luta não e é do “terror” contra a “democracia”, mas a luta do povo sofrido da Palestina contra o Estado de Israel. E o que aconteceu, segundo a própria nota do movimento, foi nada mais que uma reação “legítima” às agressões de Israel.
Leia a nota na íntegra:
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil mais uma vez reitera nosso apoio total e irrestrito à luta do povo Palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel.
A Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos.
Gaza foi transformada pelo governo sionista de Israel em uma prisão a céu aberto! Um campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel.
Um território de 365 km2 onde vivem mais de 2 milhões de palestinas e palestinos que foram expulsos de suas casas e suas terras pelo exército e por colonos de Israel. Um dos territórios mais densamente povoados do mundo, em que as pessoas não tem a liberdade de ir e vir; são privados de comida, água, medicamentos, energia, assistência médica, entre outros direitos.
À brava Resistência Palestina em Gaza: seguiremos apoiando e defendendo o direito legitimo dos povos a reagir contra a opressão!
Ao povo de Gaza: vocês são um exemplo de resiliência para todos e todas que lutam por um mundo mais justo, onde os povos tenham o direto de definir seus próprios destinos, sem intervenções e colonizações.
Ao povo Palestino em qualquer lugar do mundo: vocês têm no Movimento Sem Terra irmãos e camaradas de luta! Não descansaremos enquanto não conquistarmos uma Palestina livre, com capital em Jerusalém e com o legitimo direito ao retorno de todos os refugiados expulsos de suas casas, terras e aldeias!
Seguiremos de mãos dadas com o povo Palestino, rompendo todas as cercas e muros que nos privam de viver e amar!