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Pró-imperialismo

MRT: o antitrotskismo a serviço do imperialismo

Pelo fato do MRT não conseguir conduzir as massas, e por serem pautados pelo imperialismo, o agrupamento pequeno-burguês pode ser considerado como água de moinho da direita.

Após seis meses de governo do PT, diversas frações da esquerda pequeno-burguesa operam um grande ataque à esquerda e aos trabalhadores. A tática é a de produzir um desgaste ao governo, a partir de reivindicações da esquerda, dando mais legitimidade a um possível golpe da direita. 

Foi assim em 2016, um ano após a fundação do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), quando essa fração, através do Esquerda Diário, colaborou para impulsionar o golpe de Estado. Esse grupo que se autoproclama trotskista, além de sectário, atua como linha auxiliar da direita.  

Diariamente o MRT desfere ataques contra Lula e contra o PT, a partir da captura de pautas originadas na própria imprensa capitalista, mas com palavras de ordem sob um verniz teórico, tentando disfarçar o caráter direitista da fração da Quarta Internacional. 

Em meio aos ataques desta semana, o MRT lançou o debate “O governo Lula-Alckmin está em disputa?”, lançando o seguinte desafio: “Quem já não ouviu que não apoiar o PT é fazer o jogo da direita? Esse é o método fundamental que determina as principais ações petistas”. 

Por detrás das questões supostamente infantis, o Esquerda Diário já estabelece a justificativa para um golpe, relembrando os 10 anos das manifestações de junho de 2013. Segundo o Esquerda Diário, “nesse último mês, o portal Esquerda Diário e o Semanário Ideias de Esquerda ao relembrar em uma série de artigos os 10 anos das manifestações de junho de 2013, desconstruíram a teoria do Ovo da Serpente” (sic), onde é destacado o “papel traidor” do PT. 

Com essa desculpa, o MRT procura se isentar do papel histórico do trotskismo que é a de conduzir a esquerda e a classe trabalhadora para reivindicar um governo que atue para os anseios de classe, justamente o que não ocorreu em 2016, quando o MRT optou por organizar insurreição que levou a direita à vitória. 

Marxismo de perfumaria 

Após fundada a Quarta Internacional uma série de grupos que se reivindicam como herdeiros, se encarregaram de tentar destruir o trotskismo. Uma das formas é misturar teorias que não tem relação com o legado de Leon Trótski. Segundo o Esquerda Diário: 

“No sentido gramsciano de hegemonia, portanto, é possível perceber embates em torno da grande política, principalmente no cenário internacional e nas relações geopolíticas. E na pequena política, baseado nas disputas de Lula com Lira no Congresso, que refletem mais de fundo maneiras distintas de como aplicar o plano neoliberal. 

Gramsci é confessadamente antitrotskista. Na Primeira Conferência Nacional do PCI, em 1924, Gramsci expressou publicamente sua crítica à oposição de Trotski ao PCUS, atacando o líder revolucionário como sendo “contrarrevolucionário”. No mesmo ano criticou as “Lições de Outubro”. Em 1926, o então subsecretário do PCI, escreveu carta de apoio à Stálin. 

Portanto, a distorção do trotskismo feita pelo MRT tem por finalidade produzir confusão política junto à alguns setores da esquerda. Com o desvirtuamento do trotskismo, o representante do Esquerda Diário no Brasil, pavimenta o caminho para o stalinismo. Quem diz “grande política” e “pequena política”, não consegue afirmar que os países adiantados, do ponto de vista capitalista, oprimem sistematicamente países como o Brasil, a ponto de produzir contradições em um governo de esquerda. 

Consequentemente, o Esquerda Diário que ataca o PT como stalinista (“Conciliação de classes: a herança maldita do stalinismo”), na realidade pratica o stalinismo usando Gramsci para atacar o governo. Pior ainda, quando o esse agrupamento pequeno burguês afirma que é “fato que a burguesia embarcou no projeto petista”. 

Embora o PT seja uma federação de partidos e mantenha stalinistas em suas fileiras, não faz o menor sentido afirmar que o PT é stalinista, muito menos afirmar que a burguesia embarca em um partido de esquerda. A burguesia é a própria direita e controla o regime político. As eleições são um jogo de cartas marcadas, e a burguesia, quando algo escapa ao seu controle, infiltra pessoas em partidos de esquerda; corrompem movimentos políticos; utilizam sua imprensa para promover ações golpistas etc. 

Portanto, a acusação feita pelo Esquerda Diário de que “o PT não possui um projeto próprio de hegemonia”, é ato falho para afirmar que o MRT visa um projeto de hegemonia, que nada mais é que atuar ao modo proposto por Gramsci. Outra falha analítica grave é afirmar que o PT, composto majoritariamente por uma base operária – mas com uma burocracia pequeno-burguesa -, é um partido “burguês”. Essa afirmação é falsa e deve ser repelida. 

O marxismo é uma ciência a serviço da classe trabalhadora, não pode conter falsificações como a feita pelo MRT. O PT tem contradições enormes; possui muitos oportunistas; governa a partir da conciliação de classes, mas sua base é proletária. Outra barbaridade cometida pelo MRT é não compreender que o PT não é um partido revolucionário, por isso deve ser submetido ao escrutínio a partir de como se organiza internamente. Fazer a crítica ao PT como se esse partido fosse revolucionário é uma aberração política. 

Pelo fato do MRT não conseguir conduzir as massas, e por serem pautados pelo imperialismo, o agrupamento pequeno-burguês pode ser considerado como água de moinho da direita, pois pretendem uma independência de classes sem uma luta concreta, que atue ao lado dos trabalhadores. O PT merece críticas duras, mas não pode ser acusado de partido burguês. A conciliação que o PT promove não leva à independência de classe, é um paliativo diante da crise, mas deve ser analisada com seriedade, não com argumentos infantis pequeno-burgueses.

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