É de conhecimento internacional, que desde a queda de Pedro Castilho mediante um golpe de estado, o Peru se encontra em uma profunda crise, um verdadeiro banho de sangue.
Após a retomada dos protestos no dia 4 de janeiro de 2023, principalmente na cidade de Puno, o maior foco dos protestos contra o governo ilegítimo de Dina Boluarte apoiado tanto pelo congresso dominado pela direita, tanto por órgãos do imperialismo, dezenas de pessoas já foram assassinadas pela polícia, muitas outras se encontram feridas e tantas outras encarceradas.
Segundo matéria publicada no Jornal La República, no dia 11 de fevereiro, sábado, “Dos 60 mortos, a ação policial, acabou com os sonhos de pelo menos 48 deles”, para apontar ainda que “morreram, em sua maioria, por disparos de armas de fogo em protestos”. O que sinaliza a truculência do regime peruano em curso. Em outro momento, o periódico apresenta na matéria fotos e informações de algumas das pessoas assassinadas, em sua maioria jovens e estudantes, alguns entre 15, 16 anos.
Embora, os números, que comprovam a truculência da ditadura sanguinolenta de Dina Duarte estejam mais do que provados, o imperialismo segue sua campanha com o objetivo de deslegitimar a luta da classe trabalhadora peruana, seja encobrindo ou mascarando informações, levando em conta que domina a imprensa peruana no sentido de determinar o que pode e o que não pode ser mencionado em relação aos protestos, seja atribuindo às vítimas a alcunha de terroristas e vândalos, como podemos perceber no relato, divulgado no La República, de Raquel Quiespe “Ele não era um terrorista ou um delinquente, meu irmão era um esportista, um estudante” ao se referir ao irmão Beckham Romario Quiespe, morto em 11 de dezembro do ano passado e de várias outras passagens de familiares ao comentarem suas perdas em declarações para o jornal.
Junte a isso o fato de, no dia 14 de dezembro de 2022, ter sido decretado pelo governo Estado de emergência, o que restringiu direitos democráticos dos trabalhadores e permitiu a intervenção de forças de repressão estatais como a Polícia Nacional e as Forças Armadas. O resultado não poderia ser diferente, isto é, um verdadeiro banho de sangue perpetrado contra a população.
Por fim, é preciso destacar que o regime peruano é uma ditadura militar, que atenta diretamente, relatos violentos não faltam e o número de mortes cresce a cada dia, contra as reivindicações da população peruana, que se encontra a mercê de uma profunda crise. Crise esta que derrubou Pedro Castilho e que busca através da nomeação para a presidência de uma representante, na verdade é nada mais, nada menos que representa a afirmação de estado capacho na figura de Dina Duarte e de um congresso golpista, atender a sede de dominação do imperialismo contra governos que se choquem contra seus interesses. E esta tendência de derrubar estados e eleger golpistas e ditadores será uma constante à medida que a classe trabalhadora radicalizar sua luta.