Em razão da perseguição judicial desatada contra ele por Alexandre de Moraes, Monark se viu diante da necessidade de ir embora do Brasil, pois aqui já não lhe era mais permitido que exercesse seu trabalho de podcaster. Além disto, ainda corria o risco de eventualmente ser preso, caso continuasse lutando por seus direitos.
Tudo teve início em 2022
No começo daquele, em episódio do Flow Podcast, Monark defendeu que nazistas deveriam ter o direito de criar e legalizar o seu próprio partido no Brasil. A posição de Monark não foi nada além de uma defesa dos direitos democráticos fundamentais à associação e à livre criação de partidos políticos, ambos previstos na Constituição Federal (arts. 5º, XVII e 17).
Argumentou que seria mais fácil combater o nazismo se eles estivessem à vista de todos.
Contudo, sua fala foi distorcida. Da esquerda à extrema-direita, viram-se manifestações desonestas acusando o apresentador de ser nazista.
Inquérito criminal foi aberto contra Aiub, perseguição judicial que ocasionou seu desligamento do Flow.
Sem a fonte de rende advinda do podcast, teve de cria seus próprios.
Então, retomou sua atividade como apresentador no youtube.
Contudo, ainda em 2022, logo após as eleições presidenciais, questionou o resultado das mesmas, a confiança das urnas e a lisura do TSE.
Ou seja, Monark não estava fazendo nada além de exercer seu direito á livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV da CF/88). Em outras palavras, o direito à liberdade de expressão.
Contudo, vivemos em uma época em que é pecado criticar as instituições ditas “democráticas” do Judiciário e seus membros. A ideia de que o judiciário, em especial o STF e TSE, são órgãos democráticos tornou um dogma religioso. Aqueles que se opuserem, deverão queimar na fogueira da inquisição pseudo-democrática.
Assim, com a crítica nova perseguição judicial foi desatada contra o youtuber.
A partir de então foi pego para Cristo por Alexandre de Moraes, que suspendeu a conta de Monark no Youtube, principal plataforma de vídeos online.
Apesar da perseguição, Monark não aceitou ter sua liberdade de expressão tolhida.
Assim, logo após o 8 de janeiro, o apresentador declarou que simpatizava com a revolta dos manifestantes bolsonaristas, em razão de o Estado ser “uma ditadura nefasta e autoritária, só roubam o povo”. Nada além de falar, manifestando seu pensamento, direito constitucionalmente garantido.
Contudo, novamente atropelando a Constituição, e dando continuidade à perseguição, Alexandre de Moraes determinou a suspensão da conta de Monark no Twitter, uma das principais redes sociais, fundamental para aqueles que trabalham nesse ramo. Para piorar a situação, ainda o incluiu em um dos inquéritos antidemocráticos do STF, abertos pelo próprio ministro para perseguir os bolsonaristas por causa da fanfarronada no 8 de janeiro.
Apesar de tudo, Monark seguiu expressando sua opinião no decorrer do primeiro semestre de 2023. Manteve sua posição de desconfiança em relação ao STF, ao TSE, às urnas e às eleições. Nada de absurdo, e certamente uma posição compartilhada pela maioria do povo brasileiro. E, mesmo que fosse uma opinião absurda, jamais deveria ser alvo de censura. O direito à liberdade de expressão deve ser irrestrito.
Em razão da insistência de Aiub em exercer seus direitos, Moraes decidiu aprofundar a perseguição, determinando a suspensão de todas as redes do podcaster, impondo-lhe também multa de R$300.000,00.
Pelo andar da carruagem, se Monark ficasse aqui no Brasil, ele teria de ficar quieto, sem a possibilidade de trabalhar como apresentador de podcast ou qualquer outro trabalho que lhe permitisse se expressar livremente. Caso insistisse em desobedecer os mandamentos do Supremo Tribunal Federal, a perseguição continuaria e se aprofundaria, criando inclusive o risco de sua prisão.
Ocorre que, o mais recente episódio de perseguição judicial contra Monark foi processo movido por Flávio Dino, o ministro da justiça, em razão de o youtuber tê-lo chamado de gordo enquanto fazia uma crítica política em seu programa, Monark Talks.
Segundo informações da imprensa burguesa, Dino requereu que o apresentador publicasse vídeos nas redes sociais, retratando-se. Contudo, como ele está proibido de publicar nas redes por Alexandre de Moraes, a retratação poderia ser entendida como crime de desobediência pelo “democrático” Ministro. De forma que a possibilidade de prisão de Monark tornou-se concreta.
Assim, a fim de poder se sustentar e exercer seus direitos democráticos, Monark decidiu ir embora do Brasil. Anteriormente, no mês de junho, havia dito que adquirira nacionalidade italiana, para caso a perseguição se acirrasse. No entanto, ele foi para os Estados Unidos.
Segundo o youtuber, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo:
“O Brasil virou uma ditadura do Judiciário, não existe mais lei. Eu sou um perseguido político e, infelizmente, temendo pela minha segurança e também para continuar com o meu trabalho, me vi obrigado a vir para os Estados Unidos, que é um país que tem liberdade de expressão. Vou continuar com meu podcast falando sobre a situação brasileira”.
Monark está correto. Ele é um perseguido político. Afinal, está sendo alvo de processos judiciais simplesmente por exercer seus direitos fundamentais. Processos cujas “vítimas” são seus próprios acusadores, julgadores e executores das penas. Nesse sentido, ele está igualmente correto quando afirma que vivemos em uma ditadura judicial.
Atualmente, no Brasil, leis não valem mais. A Constituição não vale mais. Juízes decidem se obedecerão ou não à lei de acordo com seu próprio arbítrio, este condicionado, em geral, pela conjuntura política brasileira. E isto vale também para os ministros. Ademais, o Supremo vem, cada vez mais, usurpando a função do Congresso Nacional, criando leis, revogando as criadas pelo parlamento e mesmo impedindo as casas legislativas de atuarem.
É uma ditadura, de fato. E, embora ainda busque manter-se velada, escancara-se a cada arbitrariedade. De forma que não irá demorar para que se torne uma ditadura aberta.
Apenas mobilizações de massas do povo brasileiro, guiada pela classe trabalhadora e em favor dos direitos democráticos da população, em especial o direito à liberdade de expressão, poderá frear o avanço ditatorial.