Os acontecimentos dessa semana que levaram ao afastamento do general Gonçalves Dias, do ministério do Gabinete de Segurança Institucional(GSI) revelam a profundidade da ameaça golpista que a tutela dos militares sobre o regime político impõe ao País.
Vídeos divulgados pelo canal norte-americano e bolsonarista, a CNN, no dia em que o general havia sido convidado para depor na Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, mostram sua presença no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro passado, nos momentos da invasão da sede do Governo Federal, bem como das sedes do poder Legislativo e Judiciário. Segundo o governo, tais vídeos teriam sido ocultados da presidência da República, ao mesmo tempo em que o GSI decretou sigilo sobre os mesmos por cinco anos, indícios claros de que há uma conspiração contra o governo Lula dentro do próprio Palácio. Fica claro que Lula está sendo traído e que, de modo algum, se pode confiar nos chefes militares que participaram de todo o processo golpista que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, levou Lula à condenação e prisão ilegais e ao famigerado governo militar de Bolsonaro.
Elementos da direita partiram para uma ofensiva cínica que visa acusar, de forma mirabolante, o próprio governo Lula de ser o responsável pelos atos realizados no dia 8/1, realizados por bolsonaristas que se concentravam nas portas dos quartéis em Brasília.
O deputado golpista e membro do MBL, Kim Guattari (UB-SP) publicou em suas redes sociais, que “o governo Lula começa a cair hoje”, defendendo a criação de mais uma CPI golpista. Uma política que foi adota por vários outros elementos da direita.
Estamos diante de uma operação golpista real que visa derrubar o governo Lula imediatamente, se possível, ou que vai nesse sentido. Ela está em sintonia com os interesses do governo dos EUA que, na mesma semana, atacou abertamente o presidente pela aproximação do Brasil com a China e a Rússia, contra os interesses dos tubarões imperialistas.
É preciso que haja uma investigação sobre o ocorrido, que não pode ser conduzida pelos militares e por nenhuma instituição golpista.
É urgente uma reestruturação dos serviços de informação, com o fim do GSI e da ABIN. Não pode haver serviços de espionagem que atuem em território brasileiro, contra as instituições nacionais e contra o governo eleito pela população.
É preciso mobilizar, nas ruas, a esquerda e o conjunto dos trabalhadores contra a direita golpista, na defesa do governo eleito pelos trabalhadores e pelas reivindicações populares.
No 1º de Maio, por exemplo, ao contrário de convidar notórios direitistas como o governador de SP e os presidentes da Câmara e do Senado, como faz a burocracia sindical, é precisar mobilizar os trabalhadores e a juventude na luta contra o golpismo da direita e na defesa das reivindicações dos trabalhadores.