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Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Também no Brasil

Mobilizar o povo contra a direita, como em Paris

Colocar os trabalhadores na rua, para derrotar a direita, que quer sabotar o governo Lula e manter o retrocesso promovido pelo regime golpista

Em um dos seus vários discursos importantes na sua recente viagem à Europa, o presidente Lula falou para mais de 20 mil pessoas aos pés da Torre Eifel e defendeu depois de fazer uma intensa propaganda sobre a Amazônia e defender a soberania do Brasil sobre ela, acusou os países ricos (“que fizeram a revolução industrial”) pela devastação ambiental do planeta e declarou – sob intensos aplausos – que esses países ricos devem financiar os países em desenvolvimento, “que têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta terra”.

Na mesma viagem, Lula rejeitou, diante dos governos de países imperialistas, as ameaças da União Europeia contra o Brasil e o Mercosul, denunciando a política colonialista dessas potências, deixando claro que com exigência abusivas não haverá acordo. Ele também reafirmou a nova governança mundial, ao lado dos outros países do BRICS, como forma de se opor à submissão aos interesses dos Estados Unidos e de um punhado de países que sequer acata as resoluções de acordos internacionais.

Pelas mais diversas formas, é evidente que – no terreno internacional – Lula procura mobilizar apoios, de governos de países oprimidos e até mesmo da população de países desenvolvidos contra a política criminosa do imperialismo de transferir o ônus da crise para as costas da população pobre dos países atrasados e até mesmo para o povo trabalhador das potências.

É notório que Lula, em meio a uma situação de agravamento da crise internacional, quando a crise empurra cada vez mais para um enfrentamento contra o imperialismo, como no caso da Rússia (que enfrente a guerra que os EUA/OTAN “terceirizaram” por meio da Ucrânia) ; na reação da China contra as tentativas de submissão dos EUA; na reação dos povos e governos do Irã, Síria, Venezuela, Turquia etc., atua no sentido de pressionar contra os interesses do imperialismo mundial.

Mesmo com limitações, a ação de Lula é uma forma de mobilização contra o imperialismo em geral e, diretamente, contra os interesses dos EUA e dos grandes monopólios mundiais que gostariam de ver a submissão do Brasil e de todos os países pobres aos seus interesses, sem luta.

Como se viu em Paris, o apoio popular a Lula é grande até mesmo fora do Brasil.

Justamente esse apoio popular que no Brasil tem a sua expressão mais organizada e poderosa que é a liderança de Lula sobe a classe trabalhadora e, principalmente sobre suas organizações de luta, como os partidos de esquerda, os sindicatos, movimentos etc. que precisam ser impulsionados para se opor às inúmeras pressões que a burguesia golpista e a direita pró-imperialista faz contra o governo Lula e, principalmente, contra a imensa maioria do povo brasileiro; procurando conter qualquer iniciativa de maior efetividade para a melhoria da vida do povo, bem como realizando uma aberta sabotagem contra o governo e o Pais.

É o que se vê, por exemplo, no caso do comando do Banco Central e do Copom (Conselho de Política Monetária) que manteve, nesta semana, a taxa de juro dos Brasil como a maior (em termos reais) do mundo, para favorecer os banqueiros sanguessugas (que levam quase 50% do orçamento público nacional e promovem o endividamento da maioria das famílias, o desemprego crônico etc.). A mesma sabotagem está presente na política de setores do próprio governo ligados ao imperialismo que se opõem à exploração do petróleo nacional, com argumentos dos seus chefes internacionais de que é preciso deixar o País na miséria para supostamente “preservar o meio ambiente” (que eles destruíram).

Sem falar no cerco da direita (em primeiro lugar da “democrática” terceira via) que domina o Congresso Nacional, que chantageia publicamente o governo, o ameaça todos os dias e bloqueia até mesmo sua tímidas iniciativas em favor da população.

Aqui, como também no cenário internacional, essa direita não pode ser derrotada sem a devida mobilização de tropas contra os inimigos do povo.

Como propôs a III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, realizada recentemente, é preciso colocar o povo na rua, para derrotar a direita, que não pode ser parada apenas com palavras.

O relativo êxito de Lula no exterior está ligado diretamente ao enfrentamento que as tropas russas fazem contra os nazistas armados pela OTAN/EUA; a vitória do povo afegão contra o mais poderoso exército do mundo; à luta do povo sírio, dos palestinos, dos iraquianos; ao povo venezuelano que saiu às ruas contra o golpe e que, como o povo cubano, se mobiliza contra o embargo etc.

Lula é, em certa medida, o representante dessas lutas, das lutas dos povos oprimidos.

Vitória efetivas, aqui e por todas as partes, só pode haver com mobilização do povo contra a direita imperialista (e seus lacaios nos países pobres) e contra os seus mesquinhos interesses de matar bilhões de fome e miséria, para preservar os lucros de um punhado de monopólios.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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