O programa MK-Ultra foi um programa secreto de pesquisa e experimentação em controle mental realizado pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) entre os anos de 1953 e 1973. O programa foi criado com o objetivo de desenvolver técnicas para manipular a mente humana, a fim de produzir indivíduos que pudessem ser controlados e manipulados para fins militares e de inteligência.
O programa MK-Ultra foi responsável por uma série de experimentos altamente antiéticos e perturbadores. Alguns dos casos mais absurdos incluem:
- Experimentos com LSD: A CIA conduziu uma série de experimentos com LSD em indivíduos que não sabiam que estavam sendo drogados. Esses experimentos incluíram o uso de doses extremamente altas da droga, o que levou a episódios psicóticos e, em alguns casos, a morte.
- Tortura psicológica: O programa também envolveu a utilização de técnicas de tortura psicológica em indivíduos, incluindo a privação sensorial, a exposição a ruídos altos e a privação de sono.
- Implantes cerebrais: A CIA conduziu experimentos com a implantação de eletrodos no cérebro de indivíduos para tentar controlar seu comportamento. Esses experimentos foram realizados sem o consentimento dos sujeitos e levaram a danos cerebrais permanentes em alguns casos.
- Controle mental: O programa também incluiu experimentos destinados a controlar a mente de indivíduos e transformá-los em agentes controlados pela CIA. Isso incluiu a utilização de hipnose e técnicas de condicionamento pavloviano.
- Experimentos em crianças: O programa também envolveu experimentos com crianças, muitas das quais foram submetidas a técnicas de tortura psicológica e abuso sexual.
Entre os muitos casos individuais perturbadores do programa MK-Ultra, alguns dos mais notórios incluem:
- Frank Olson: Frank Olson era um cientista do exército dos EUA que foi submetido a um experimento de LSD sem o seu conhecimento em 1953. Depois do experimento, ele sofreu um surto psicótico e foi internado em um hospital psiquiátrico. Poucos dias depois, ele caiu do décimo andar de um prédio de Nova York em circunstâncias misteriosas. A CIA afirmou inicialmente que sua morte havia sido um suicídio, mas documentos posteriores sugeriram que ele pode ter sido assassinado para evitar que ele revelasse os detalhes do programa MK-Ultra.
- Candy Jones: Candy Jones era uma modelo e personalidade da televisão que foi recrutada pela CIA para realizar missões secretas. Ela acreditava que a agência a havia submetido a técnicas de hipnose para transformá-la em um agente controlado. Em suas memórias, ela descreveu como foi forçada a se submeter a uma série de experimentos bizarros, incluindo a ingestão de drogas e a exposição a luzes estroboscópicas.
- Ted Kaczynski: Ted Kaczynski, também conhecido como o Unabomber, foi um terrorista que aterrorizou os Estados Unidos com uma série de ataques a bomba na década de 1990. Ele foi submetido a um estudo na Universidade de Harvard, enquanto era estudante de graduação, que foi financiado pela CIA como parte do programa MK-Ultra. O estudo envolveu a manipulação psicológica e pode ter contribuído para o seu comportamento posterior.
- Harold Blauer: Harold Blauer era um homem que foi recrutado pela CIA para participar de experimentos com drogas. Ele foi injetado com uma dose letal de mescalina em 1953 e morreu pouco depois. A CIA tentou encobrir o seu papel no experimento, mas sua morte eventualmente levou a uma investigação do programa MK-Ultra.
Além disso, muitos dos participantes dos experimentos não foram informados sobre o que estava acontecendo e não deram seu consentimento informado. Muitos dos participantes sofreram danos permanentes à saúde mental e emocional como resultado desses experimentos. O programa MK-Ultra é amplamente condenado como um exemplo extremo de abuso de poder e violação dos direitos humanos.
O programa foi criado durante a Guerra Fria, quando os Estados Unidos estavam preocupados com a possibilidade de seus inimigos utilizarem técnicas de controle mental contra eles. Assim, o objetivo declarado do programa era desenvolver técnicas para resistir a essas técnicas e para criar agentes que pudessem ser controlados e manipulados para fins militares e de inteligência.
No entanto, como o programa era altamente secreto e muitos dos seus documentos foram destruídos, não se sabe exatamente como os resultados desses experimentos seriam utilizados. Há denúncias de que o programa foi utilizado para fins de controle da população, especialmente durante a década de 1960, quando houve uma série de protestos sociais e políticos nos Estados Unidos. Alguns acreditam que a CIA possa ter usado as técnicas desenvolvidas pelo programa para tentar influenciar a opinião pública e reprimir dissidentes políticos.
Ele foi revelado ao público em 1975 durante investigações realizadas pelo Comitê Church do Senado dos Estados Unidos. As revelações levaram a uma série de reformas na maneira como a CIA conduzia suas operações secretas e experimentos médicos.
Quando os detalhes do programa MK-Ultra foram divulgados pela primeira vez por volta de 1975, após investigações realizadas pelo Comitê Church do Senado dos Estados Unidos, houve uma forte reação pública nos Estados Unidos. Muitos cidadãos ficaram chocados com a natureza das experiências que foram realizadas em seu nome e com o fato de que seus próprios governos tinham violado os direitos humanos e cometido abusos em nome da segurança nacional.
A revelação do programa MK-Ultra levou a uma investigação do Congresso sobre as atividades da CIA, o que resultou em uma série de reformas destinadas a aumentar a supervisão governamental sobre a agência de inteligência. Muitos americanos também ficaram preocupados com as implicações do programa para a liberdade individual e a privacidade, e houve um aumento na desconfiança em relação ao governo e à CIA em particular.
No geral, o programa MK-Ultra é considerado um dos mais sombrios capítulos da história do governo americano e é amplamente condenado como um exemplo de abuso de poder e violação dos direitos humanos.
Victor Marchetti, ex-funcionário da CIA que se tornou um crítico ferrenho da agência após deixar o cargo, afirmou em várias ocasiões que a CIA continuou a realizar experimentos de controle mental mesmo após o encerramento oficial do programa MK-Ultra em 1973.
Marchetti afirmou que a CIA continuou a realizar experimentos de controle mental em instituições como hospitais psiquiátricos, prisões e instituições militares. Ele também afirmou que a agência continuou a trabalhar com substâncias psicoativas e outras técnicas de manipulação da mente, mesmo após o encerramento do programa oficial.
As afirmações de Marchetti não foram confirmadas oficialmente e a CIA, por óbvio, negou repetidamente a continuação de tais experimentos após o encerramento do programa MK-Ultra. No entanto, o fato de que o programa MK-Ultra foi mantido em segredo por muitos anos e envolveu práticas altamente antiéticas, deixa a possibilidade da realização de outros experimentos clandestinos completamente aberta. Afinal, estamos falando da CIA.
E Marchetti não era qualquer pessoa dentro da organização: foi secretário especial para o segundo cargo mais importante da CIA, abaixo somente do diretor-geral da instituição imperialista. Ou seja, ele sabia do que estava falando.
Victor afirmou que a CIA escondeu muitos de seus programas secretos de pesquisa e experimentação, incluindo o programa MK-Ultra, através de uma série de técnicas de sigilo e desinformação. Ele afirmou que a agência utilizou “compartmentalização”, ou seja, a divisão de projetos em compartimentos estanques, para manter a pesquisa altamente secreta e limitar o número de pessoas que tinham conhecimento dos detalhes do programa.
Marchetti também afirmou que a CIA utilizou empresas e organizações sem fins lucrativos como fachadas para encobrir suas atividades ilegais. Ele disse que a agência criou organizações como a Fundação Ford e a Fundação Rockefeller para financiar programas secretos de pesquisa e experimentação que seriam muito controversos ou ilegais se fossem financiados diretamente pelo governo.
De acordo com Marchetti, a CIA também utilizou táticas de desinformação para esconder suas atividades. Isso incluiu a criação de histórias falsas e a disseminação de informações falsas para desacreditar críticos e dissidentes. Em geral, Marchetti afirmou que a CIA usou uma série de táticas para manter suas atividades ilegais e antiéticas escondidas do público e dos órgãos de supervisão governamentais.
Embora a divulgação do programa tenha levado a algumas mudanças na supervisão governamental da CIA ao passo que esta precisa agir de maneira mais sigilosa, a atuação da agência pouco mudou desde então. Permanecendo como uma das principais armas do imperialismo para manter a sua ditadura nos Estados Unidos e no resto do mundo.