No dia 28 de outubro, a revista israelense Mekomit publicou um documento oficial encomendado pelo Ministério da Inteligência sionista que, supostamente, foi vazado, onde explicita claramente o plano macabro de limpeza étnica na Faixa de Gaza.
O documento foi elaborado para sugerir ao Ministério as possíveis estratégias para lidar com o conflito atual. A recomendação “preferida” é que o sistema de segurança realize uma transferência forçada integral de toda população da Faixa de Gaza para o Sinai do Norte, no Egito. A ideia seria evacuar a população e que aí se estabeleçam tendas para abrigar improvisadamente a população deportada, em seguida criaria-se uma “zona estéril de vários quilômetros dentro do Egito” que impedisse definitivamente que a população retornasse às suas terras perto da fronteira de “Israel”. O documento mencionava a necessidade da participação de vários países, principalmente os EUA, para realizar essa barbárie.
Digno da frieza nazista, o documento divide a limpeza étnica em três fases macabras: na primeira fase, a população deveria ser mandada à força para o sul de Gaza, enquanto a Força Aérea bombardearia o norte da Faixa. Na segunda fase, as forças de ocupação fariam a invasão terrestre, de norte a sul, ocupando toda Faixa, seguida da “limpeza dos bunkers subterrâneos dos combatentes do Hamas”. Junto com a invasão total da Faixa, em uma terceira etapa, a população seria forçada a se deslocar para o Egito e não seriam autorizados a regressar permanentemente.
O nefasto plano ainda propõe uma “campanha” direcionada à população palestina que os “motivaria a concordar” com a limpeza étnica, convencendo-os a desistir de suas terras. As recomendações expressas no documento para convencer a população de Gaza superam qualquer imaginação sádica: “Alá garantiu que vocês perdessem esta terra por causa da liderança do Hamas – não há escolha senão mudar-se para outro lugar com a ajuda de seus irmãos muçulmanos”.
Preocupado com a imagem expressamente nazista que isso provocaria ao mundo, o documento também recomenda uma campanha de publicidade para limpar a barra dos sionistas aos olhos do ocidente, “de uma forma que não incite e denigra ‘Israel’”, e que, portanto, a limpeza étnica seja apresentada como uma medida humanitária necessária, pois assim haveria “menos vítimas entre a população civil”.
O documento menciona a necessidade do apoio dos EUA para pressionar o Egito a receber a população deportada, bem como a Grécia, Espanha, Canadá e os países árabes vizinhos.
Mas em qual circunstância esse documento oficial foi vazado? Segundo a reportagem, o documento apareceu pela primeira vez num grupo de WhatsApp de pessoas de direita que atuam em um lobby para o estabelecimento de colonatos israelitas, isto é, abutres que ficam à espreita para se apossarem das terras dos palestinos enquanto o Estado sionista os expulsam. Além disso, também menciona-se que o vazamento do documento visava descobrir qual a recepção da opinião pública de “Israel” mediante esse plano bizarro.
Em inúmeras ocasiões o Ministério de Inteligência demonstrou estar levando esse plano adiante. No canal oficial do Hamas no Telegram, foi mencionado que o Egito recebeu uma proposta por parte dos EUA de suspensão de todas as suas dívidas, caso recebesse a população de Gaza. Além disso, além dos bombardeios monstruosos, imagens de pessoas direto de Gaza tem relatado que “Israel” tem distribuído panfletos em Gaza exigindo o deslocamento da população para o sul, ameaçando-os com um “novo Nakba”.
Fonte: https://www.mekomit.co.il