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Contra Israel

Militantes vão às ruas mostrar apoio à luta do povo palestino

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, militantes saíram às ruas para denunciar o genocídio de Israel contra o povo palestino

Nessa terça-feira (10), militantes de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro foram às ruas demonstrar apoio à luta do povo palestino que, no último sábado (07), resolveu dar um basta na matança que Israel promove contra o país há mais de sete décadas. Empunhando bandeiras de partidos, organizações de esquerda e, como não podia faltar, da Palestina, os militantes se reuniram para denunciar a ação genocida israelense e apoiar a libertação palestina, deixando claro que a esquerda brasileira está do lado dos palestinos.

Brasília

Em Brasília, o ato ocorreu em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. Cerca de 150 manifestantes compareceram, incluindo representantes e militantes de partidos, movimentos sociais e organizações palestinas, como é o caso da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

“O ato de hoje ocorre porque há muitas décadas o povo palestino sofre com uma intensa violência. Há muitas décadas o povo palestino vem sendo massacrado e, hoje, vive em um estado de apartheid internacionalmente reconhecido pela Anistia Internacional, pela Humans Right Watch, pelo Conselho de Segurança da ONU. Estamos vivendo em uma situação muito calamitosa nesse momento”, afirmou Maynara Nafe, secretária de juventude da Fepal, em declaração ao Diário Causa Operária (DCO).

Gabriel Araújo, membro da Direção Nacional do Movimento de Luta por Moradia (MNLM), relembrou que isso é um efeito direto do “enfraquecimento do imperialismo desde o começo da guerra na Ucrânia”.

“O ato, aqui em Brasília, é uma resposta à convocatória do povo palestino para a luta contra o imperialismo, pelo fim do Estado de Israel e contra a opressão do imperialismo. É, também, uma reposta à conjuntura política internacional. Está evidente o enfraquecimento do imperialismo desde o começo da guerra na Ucrânia. Precisamos aproveitar essa oportunidade para também intensificar a luta dos trabalhadores, dos povos oprimidos aqui na América Latina e no Caribe”, afirmou.

Os participantes do evento, em suas falas e em declarações a este Diário, ressaltaram, principalmente, a importância da solidariedade internacional ao povo palestino.

“É necessário que, pelo mundo inteiro, as pessoas prestem sua solidariedade. O apoio internacional, nesse momento, é essencial para que a gente consiga lutar pelos nossos direitos, para que a gente consiga ver garantido o direito à vida do povo palestino, o direito a terra, o direito a autodeterminação e o direito a lutar, a se defender. Todos esses direitos já garantidos pela carta das Nações Unidas. É preciso pressionar para que a gente consiga vencer essa batalha, sobreviver esse momento”, declarou Maynara.

Mário Junior, da Federação de sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições de ensino superior públicas do Brasil (Fasubra Sindical), deixou claro, em nome de sua organização, que têm “solidariedade irrestrita e completa ao povo palestino”.

“A Fasubra Sindical está nesse importante ato aqui em Brasília por solidariedade irrestrita e completa ao povo palestino, à luta e resistência que a Palestina já faz há décadas. É um ato muito importante porque a solidariedade internacional é um elemento essencial para o povo que está sendo massacrado pelo apartheid israelense. A expectativa é que, agora, esse movimento faça um protocolo junto ao governo que, até o momento, para a política internacional, tem apresentado uma posição ruim”, disse Mário, criticando a posição neutra do governo Lula.

Já Thiago Ávila, militante do Movimento Bem Viver e do Comitê Anti-imperialista General Abreu e Lima, que esteve na Palestina em 2019, relembrou alguns dos crimes de Israel contra o povo palestino:

“É muito importante um ato de solidariedade não só em Brasília, mas em várias outras cidades do Brasil e do mundo, manifestando apoio ao povo palestino que há 75 anos sofre com a colonização e o apartheid de uma potência imperial que começou com o império britânico, depois do imperialismo estadunidense.

Colonização essa sempre executada a partir de uma dinâmica sionista que nega a existência do povo palestino, que nega a dignidade e o direito à vida desses povos, que mantém o povo de Gaza na maior prisão sem teto do mundo e que mantém o povo da Cisjordânia sofrendo cada vez mais com a ocupação, com um muro de mais de 700 quilômetros, com ataques frequentes, com a tomada da terra agricultável, com o controle da água.

Portanto, é muito importante a comunidade internacional, ao redor do mundo, dizer basta para o genocídio, para a limpeza étnica, para o colonialismo e o apartheid porque queremos uma Palestina livre.”

Dirigente do Comitê Anti-imperialista General Abreu e Lima, Pedro César Batista defendeu que é preciso ter um movimento permanente em defesa da Palestina, afirmando que serão convocados novos atos nas próximas semanas. “Essa mobilização anti-sionista, anti-terrorismo de Israel e anti-imperialista não pode ser apenas nos momentos de sofrimento maior”.

Destacando a vitória que representou o ato, ele disse:

“Essa atividade foi muito importante porque aglutinou partidos como o PCO e outros movimentos sociais, sindicatos, denunciando os atos de terrorismo praticados por Israel e a política sionista sustentada pelo imperialismo. Os Estados Unidos são, efetivamente, os grandes apoiadores, financiadores. Israel cumpre o papel de cão de guarda deles no Oriente Médio.”

Muitas pessoas da Palestina ou filhos de palestinos exilados também participaram do ato, trazendo sua história como prova do massacre que Israel promove contra seu povo. Foi o caso de Hilal Nasser, que deu a seguinte declaração ao DCO:

“Somos filhos de palestinos refugiados no Brasil devido à guerra eterna que vem acontecendo há 76 anos da Palestina contra Israel, dessa ocupação ilegal que Israel tem feito. Os maus tratos e a vida que é levada na Palestina não é vista pelo mundo e a defesa dos nossos direitos é o mínimo [pelo qual] temos que lutar. Pela libertação da Palestina e por um Estado independente de acordo com a resolução da ONU de 1949 aonde tem o nosso Estado, com a nossa capital sendo Jerusalém Oriental. É para isso que estamos aqui, para pôr um fim à tortura.

Não somos animais, como declarou o ministro da Defesa de Israel que parafraseou uma fala nazista do ministro de Propaganda do nazismo, falando que éramos animais e, por isso, seríamos tratados como. Chegamos a esse cúmulo do absurdo no mundo e estamos aqui para lutar contra isso, para mostrar que não somos animais, que somos humanos e temos o direito da nossa terra e de viver.”

Logo em seguida, Nasser Nasser, seu irmão, disse:

“Hoje, temos uma situação que é extremamente grave do ponto de vista humanitário dentro da Palestina, que está longe das lentes das câmeras da mídia ocidental. Dentro da Faixa de Gaza, só entra a água, a eletricidade e a comida que Israel deixa. Dessa água, 96% é contaminada. Eles entregam água contaminada para o povo palestino, que está morrendo aos poucos, desnutridos, com pais e mães mortos em ataques de Israel, sem perspectiva de trabalho no futuro, já que a taxa de desemprego lá é 80%, com um embargo sem sentido que não deixa Gaza nem exportar o excedente do que eles produzem, foram lá e destruíram as plantações em Gaza.

A intenção deles é matar um povo inteiro de fome, de sede e de doença. Isso é uma limpeza étnica de verdade e está aqui para o mundo inteiro ver. Basta abrir os olhos.”

O Partido da Causa Operária (PCO) também esteve presenta na manifestação. No palanque, Ieri de Souza, militante da organização trotskista, leu uma nota oficial do Partido declarando apoio incondicional à luta do povo palestino. Deixando a posição do PCO clara, ele iniciou sua fala afirmando que eles não estão “100% ou 200% com o Hamas, estamos 1000% com o Hamas”.

Finalmente, a imprensa burguesa quer atacar a luta do povo palestino chamando os militantes do Hamas de terroristas, algo que o Partido se propõe a combater categoricamente afirmando acertadamente que todas as mortes que estão ocorrendo na Palestina estão nas costas do imperialismo, e não dos palestinos.

Confira, abaixo, parte de sua fala:

Além de sua declaração, os militantes do PCO venderam seu tradicional Jornal Causa Operária (JCO) aos manifestantes, distribuindo, também, panfletos divulgando as suas campanhas políticas do momento.

Como não podia faltar, a Polícia Militar do golpista Ibaneis Rocha marcou forte presença no ato. Veja:

Houve um momento, inclusive, em que elementos da extrema-direita defensores do genocídio israelense vieram perturbar o ato. Os militantes reagiram, colocando os sionistas para correr. A polícia, por sua vez, prontamente protegeu os direitistas, sacando seus sprays de pimenta e cassetetes para reprimir a esquerda.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a manifestação também foi agitada. Marcada para as 16h, o ato ocorreu na Cinelândia.

Assim como em Brasília, houve um breve confronto com um vereador sionista, que foi rapidamente escorraçado por manifestantes.

Os militantes do PCO, por sua vez, abriram uma banca no ato, vendendo dezenas de materiais diferentes desde jornais e revistas, até canecas, camisetas e bandeiras.

São Paulo

Na capital paulista, o ato ocorreu em um bar tradicional da comunidade palestina no centro da cidade, o Al Janiah. Maior do que nas outras capitais, o ato em São Paulo reuniu centenas de manifestantes da esquerda e representantes da luta do povo palestino.

Uma das organizadoras do ato do Al Janiah deu uma declaração a este Diário, afirmando que a “mídia nas mãos dos grandes capitalistas está legitimando o genocídio, a limpeza étnica, a colonização, a ocupação, esse Estado assassino e racista de Israel”. “Resistência não é terrorismo”, disse. Confira:

Francisco Muniz, dirigente nacional do PCO, destacou a importância da ação do Hamas no último sábado, deixando claro o apoio irrestrito do Partido revolucionário aos militantes palestinos. “O último sábado foi o dia que mudou toda a história da luta anti-imperialista no mundo”, disse Francisco. Veja a sua fala na íntegra:

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