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Há 26 anos

Massacre de Eldorado dos Carajás: a verdadeira face do latifúndio

Banho de sangue no campo é a regra no Brasil e sem terra são exterminados como mosca pelos pistoleiros e jagunços dos latifundiários

.No último domingo (17), completaram-se 26 anos de um dos maiores massacres da luta pela terra na América Latina.

No dia 17 de abril de 1996, cerca de 1,5 mil trabalhadores sem-terra estavam acampados na curva do S rumo a Belém pela rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás, sudeste do Pará, em forma de protesto. O objetivo era marchar até a capital Belém e conseguir a desapropriação da fazenda Macaxeira, ocupada por 3,5 mil famílias sem terra.

Um total de 155 policiais militares estiveram envolvidos na operação que deixou 21 camponeses mortos, 19 no local do ataque, e outros dois que faleceram no hospital.

Os trabalhadores foram cercados. De um lado, policiais do quartel de Parauapebas, do outro policiais do batalhão de Marabá. Dos 19 mortos, oito foram assassinados com seus próprios instrumentos de trabalho: foices e facões, os outros 11 foram alvejados com 37 tiros, uma média de quatro tiros para cada pessoa. Outras 79 pessoas ficaram feridas. Duas delas faleceram no hospital. A polícia matou camponeses com tiros na nuca, na testa — em claro sinal de execução. Um teve a cabeça esmagada.

A ordem do massacre foi dada pelo então governador do estado, o tucano Almir Gabriel, e o presidente era o também tucano Fernando Henrique Cardoso que criava as condições para atacar os movimentos de luta pela terra com medidas que dificultavam as desapropriações de terra e tentativas de colocar o MST como organização terrorista.

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