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Mais uma da ditadura: PGR quer dados de seguidores de Bolsonaro

A perseguição a Bolsonaro e a seus seguidores não serve a Lula e à esquerda; serve para viabilizar a 3ª via para 2026

Mais um episódio do aprofundamento da ditadura velada que existe no Brasil ocorreu nessa segunda-feira (17). O subprocurador geral da República, Carlos Frederico Santos, que coordena o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, enviou petição a Alexandre de Moraes, requerendo que as plataformas e redes sociais Instagram, LinkedIn, Titk Tok, Facebook, Twitter e Youtube sejam sejam obrigadas a fornecer ao STF uma lista completa com todas as publicações de bolsonaro “referentes a eleições, urnas eletrônicas, Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal, Froças Armadas e fotos e/ou vídeos com essas temáticas”.

Nesse sentido, requereu que essas plataformas apresentem as métricas de cada publicação, expondo o número de visualizações, curtidas, compartilhamentos e comentários.

Caso fossem apenas estes os pedidos, já estaríamos claramente diante de mais uma perseguição política contra Bolsonaro. Contudo, o subprocurador não parou por aí. Em requerimento escatológico, solicitou também que seja fornecida ao STF uma lista completa de todos os seguidores de Bolsonaro nas redes sociais.

Ou seja, não contentes em perseguir apenas o ex-presidente, o imperialismo e a burguesia, através do Supremo, também visa à perseguição de parte da base social de Bolsonaro.

Os pedidos se deram no âmbito do Inquérito 4.921/2023, instaurado para apurar a responsabilidade dos autores intelectuais e das pessoas que instigaram os atos do dia 08 de janeiro. A relatoria é de Alexandre de Moraes, obviamente.

Vê-se, então, que mesmo após ter sido declarada sua inelegibilidade, a perseguição política a Bolsonaro continua.

Por que razão, então, o ex-presidente continua a ser perseguido? A maior parte da esquerda,  completamente desnorteada, continua a acreditar que se trata de uma luta contra o fascismo, que Alexandre de Moraes e o aparato de repressão do Estado estariam lutando pela democracia. Por conseguinte, acreditam que esses repressores estariam do lado de Lula, da esquerda e do povo.

Estão profundamente equivocados.

A perseguição está sendo realizada para conter Bolsonaro e o bolsonarismo, no sentido de colocar a extrema-direita novamente como coadjuvante da conjuntura política nacional, como era antes do golpe de 2016. E qual a finalidade do imperialismo e do setor mais poderoso da burguesia nacional? A finalidade é que a direita tradicional, dita civilizada, retome o espaço político perdido, em especial no âmbito das eleições.

Mas por que o imperialismo se daria ao trabalho de toda essa perseguição, já que o governo Bolsonaro agiu como capacho dos EUA, realizando, dentre outros crimes, a privatização da Eletrobrás? Porque Bolsonaro não é uma pessoa de confiança da Casa Branca.

Os políticos de confiança do imperialismo são seus lacaios da direita tradicional, cujo principal expoente é o PSDB. São políticos sem uma real base social, sem qualquer vínculo com as massas. Fernando Henrique Cardoso é o principal exemplo.

Bolsonaro, por sua vez, é muito popular. Obteve a segunda maior votação da história das eleições presidenciais brasileiras. Possui uma real base social, esta composta principalmente pela maior parte da pequena burguesia e da burguesia média; por grande (senão a maior) parte do aparato de repressão, em especial as policiais militares e as baixas patentes do exército (mas também grande parte da PF, PRF, polícias civis, polícias penais e guardas civis metropolitanas), e parte do setor menos organizado da classe operária.

Essa base social permite que Bolsonaro seja um político relativamente independente da burguesia e do imperialismo, muito embora ele tenha se mostrado um capacho durante seu mandato. E políticos independentes não são pessoas de confiança do imperialismo, pois, por pressão de sua base, tendem inevitavelmente a uma política que contradiz os interesses imperialistas, em especial nas épocas de crise, em que o imperialismo busca intensificar sua dominação e rapina sobre os países oprimidos.

Assim, a perseguição a Bolsonaro e a seus seguidores não serve a Lula, à esquerda em geral e, muito menos, aos trabalhadores. Serve à direita civilizada e, consequentemente, ao imperialismo.

Com a perseguição, objetiva-se tirar a extrema-direita do caminho, abrindo espaço para a direita civilizada emplacar um candidato para as eleições presidenciais de 2026, uma pessoa que seja de confiança do imperialismo, um completo lacaio, um novo FHC, para que a política imperialista de rapina (o neoliberalismo) seja aplicada em toda sua extensão no país.

Ao perseguir Bolsonaro, a burguesia objetiva também fazer dele um exemplo, para que ninguém tente contestar a “democracia” e as “instituições democráticas”. Objetiva também perseguir e esmagar seus seguidores, tirando-os de cena, a fim de intimidar a esquerda e o povo em geral. Sem poder contestar o regime político, é mais fácil ao imperialismo manter sua ditadura sobre o Brasil.

Deve-se ainda notar outra particularidade do pedido feito pela PGR. O requerimento dos dados dos usuários, e das métricas das postagens de Bolsonaro, tem também a finalidade alimentar a farsa de que as redes sociais só servem para fomentar o fascismo e o “ódio”, de forma que seja aumentada a ditadura sobre a internet, aprofundando-se a política ditatorial da censura e da vigilância, e desmantelando os principais direitos democráticos do povo, em especial o da liberdade de expressão e manifestação do pensamento.

Em suma, a perseguição ao ex-presidente é um ataque direto aos direitos democráticos da população.

Além disto, na possibilidade de o tiro sair pela culatra, a perseguição serve ao fortalecimento da extrema-direita, pois martiriza Bolsonaro.

Assim não há nenhuma possibilidade de que essa perseguição sirva a Lula, à esquerda e aos trabalhadores.

O governo deveria se colocar contra ação da PGR e do STF, afinal, Lula já foi alvo de perseguição política de ambos.

Quanto ao restante da esquerda, jamais deveria apoiar essa política ditatorial. Ao apoiá-la, alia-se com o imperialismo, contribuindo para o fim dos direitos democráticos e, consequentemente, pavimenta o caminho para que a burguesia venha a instaurar um regime de tipo fascista, caso seja necessário.

O apoio da esquerda a essa política é um profundo erro, que irá lhe custar caro.

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