O mundo vivencia atualmente uma verdadeira rebelião dos países oprimidos contra a dominação e opressão das potências ocidentais. Em outras palavras, acentua-se a crise do imperialismo, a força militar econômica que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, sob o tacão dos Estados Unidos, comanda a política mundial, impondo aos demais países o modelo capitalista de desenvolvimento, que nada de positivo traz para a maioria dos países, em função da etapa de decadência do próprio capitalismo.
Nesses quase 80 anos de pós-guerra, poucos foram os países que se beneficiaram do modelo de desenvolvimento; na verdade, bem poucos, pois o capitalismo das últimas décadas nada mais fez do que acumular capital nas grandes metrópoles, nos grandes centros financeiros, vale dizer, concentração de riqueza e opulência numa ponta e socialização da pobreza e miséria na outra.
Buscando reagir a essa hedionda ditadura imposta pelos países que controlam a quase totalidade da riqueza mundial, vários povos e nações, liderados por governos de perfil popular-nacionalista, se insurgem no sentido de buscar alternativas para se livrarem da máquina de opressão imperialista.
Iniciativas nesse sentido começam a aparecer através da ação de um núcleo de países que não estão mais dispostos a continuar sofrendo as dores de viver asfixiados pela política de terror das potências capitalistas. Motivados pela política de enfrentamento ao imperialismo levada adiante por Rússia e China, reuniu-se no dia 04 de maio, em Goa, Índia, a Organização para Cooperação de Xangai (OCX), um bloco político, econômico e de segurança da Eurásia fundado em 2001, uma espécie de “organização de nações unidas” não ocidental, nas palavras de Robinder Sachdev, analista de diplomacia geopolítica e econômica e presidente fundador do Instituto Imagindia.
O encontro tratou – dentre outras questões – da aprovação do Irã como Estado-membro, da admissão de Belarus na organização, e na concessão do status de “parceiros de diálogo” para Bahrein, Kuwait, Mianmar, Maldivas e Emirados Árabes Unidos, o que deve abrir novas oportunidades para os países. Ainda segundo Sachdev, a organização deve se transformar em uma organização global, se quer causar um impacto significativo em todo o mundo.
“A OCX tem a oportunidade histórica de se tornar a mini-Nações Unidas moderna e ideal da Ásia, África e América Latina. Essa OCX globalizada pode ter como membros nações não europeias e não norte-americanas, com portas posteriormente abertas para a adesão de nações ocidentais“, acrescentou o diplomata.
Como se pode constatar, não somente por essas iniciativas de países que outrora já foram aliados servis dos EUA, mas por todas as demais etapas de crise que o imperialismo mundial atravessa, se pode prognosticar claramente que está muito próxima à derrocada final de todo o edifício que dá sustentação ao capitalismo mundial e seus diversos tentáculos espalhados pelos quatro cantos do planeta.