Na última terça-feira (19), o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, realizou sua já tradicional Análise Política da 3ª, anteriormente transmitida pelo portal Brasil 247 e, atualmente, realizada na Rádio Causa Operária. Nesta semana, o companheiro discutiu juntamente com os companheiros Henrique Áreas e João Pimenta, ambos do comitê central do PCO, sobre os principais acontecimentos até aqui: a defesa das liberdades democráticas, a postura de Lula na cúpula da ONU e, ainda, a campanha por uma mulher negra no STF.
No programa, Rui começou abordando as questões sobre a mulher negra, destacando que a campanha possui um cunho golpista desde sua fundação. A defesa da diversidade, no entanto, não passa de uma farsa, porque, conforme revelou o companheiro, duas das três indicadas pelo Gregório Duvivier para assumir a vaga de Rosa Weber são defensoras assíduas e ferrenhas da Lava-Jato, processo que retirou Lula das eleições e o deixou por mais de quinhentos dias encarcerado. A farsa é tão grande que uma das indicadas não só foi lava-jatista, mas foi assessora do ministro Roberto Barroso, apelidado como “Senhor Lava-Jato” devido a sua atuação ímpar na defesa do maior crime judicial cometido na história recente deste país.
O assunto seguinte, por sua vez, demonstra a assertividade dos princípios, da análise e da política do Partido da Causa Operária. Como destacou o companheiro Rui, o discurso do Lula é um típico discurso terceiro-mundista. “Não é um discurso atacando diretamente o imperialismo, mas quando ele fala, por exemplo, que os países ricos são responsáveis pela pobreza e pelo aquecimento global, ele está atacando o imperialismo”. Outro aspecto importante da fala do presidente do Brasil foi sua defesa, em solo norte-americano, de Julian Assange. “Não é um discurso revolucionário, mas é claramente contra o imperialismo”.
Sobre a assertividade do PCO, no entanto, Rui destaca que o discurso mostrou, uma vez mais, “que o governo Lula é um governo nacionalista, com todos os defeitos que um governo nacionalista tem”, sendo da mesma forma que o PCO havia o caracterizado anteriormente. “Muita gente na política quer anjos e demônios, mas isso daí não existe. O que existe é muita nuance em muitas coisas, muitos meios tons. Defender Julian Assange, denunciar o aquecimento global contra o imperialismo, defender Cuba e atacar o bloqueio, falar da pobreza e contra o neoliberalismo…”
Apesar do exímio posicionamento em relação à política externa, é “difícil o Lula estar a altura desse discurso dentro do Brasil porque a situação aqui é difícil, mas é positivo que ele faça esse discurso. O pessoal que fala que o Lula é globalista, cadê o globalismo dele? Isso tudo é anti globalista”. A respeito do nacionalismo burguês, no entanto, Rui destaca o seu caráter contraditório por definição, mas reitera uma vez mais o peso dos diferentes aspectos da fala do presidente brasileiro: “o que pesa mais, você defender uma ONU, ainda que reformada e com a política dos BRICS na política chamada ‘multipolaridade’, ou você denunciar a prisão de Assange em plena assembleia mundial da ONU e nos próprios Estados Unidos? Tem que ver o que é mais pesado.”
Sobre as liberdades democráticas, por sua vez, os companheiros reiteraram o fato desagradável do processo de João Dória. Confira a fala do companheiro Rui:
“João Dória processou o PCO por uma matéria que não tem nada a ver, pois era uma crônica que imaginava uma situação fictícia em que a população linchava o João Dória.
Era uma peça de ficção e não tinha nada de criminoso, mas o juiz deu causa ganha para o Dória e, depois de todos os trâmites, fomos obrigados a pagar R$100 mil a ele.
Por quê? Porque se ele tivesse processado o PCO, não iríamos pagar. Não temos esse dinheiro e não faria sentido fazermos uma campanha para pagar algo assim. Ia ficar aí a dívida. Mas ele fez uma manobra e entrou com um processo de penhora da residência de um operário, cujo nome está desde tempos antigos na ficha técnica do site do PCO.
Muitos anos atrás, foi este companheiro que usou seu nome para abrir o domínio pco.org.br, então, ele encontrou esse nome e viu que o operário tinha uma casa humilde em São Mateus e entrou com processo para penhorar a casa do proprietário desse companheiro. Para evitar que essa tragédia acontecesse, pegamos dinheiro emprestado para pagar o Dória, que é um pobre coitado que aparentemente está precisando muito de dinheiro.
No caso, precisamos devolver o dinheiro para os militantes e simpatizantes que emprestaram, porque eles também não têm esse dinheiro sobrando, então estamos fazendo uma campanha e pedindo o apoio das pessoas.
Se você puder contribuir com uma quantia expressiva, por favor, mas se você puder contribuir só com um pouquinho, contribua também. Muitas contribuições pequenas ajudam a pagar. Em última instância, por que pagar o João Dória?
O pessoal vem para cima do PCO porque sabe que o PCO não é um partido que tem as costas quentes no judiciário e querem levar à falência nossa imprensa. Temos processo do senhor André Lajst, que está processando dois militantes de origem judaica que falaram suas opiniões sobre o estado de Israel.
Veja só, o PCO nunca se recusou a publicar a opinião de quem critica. Se você for criticado pelo PCO e quiser dar uma resposta, nós temos o nosso site e podemos publicar, mas o pessoal não quer isso. Não quer só responder.”
