Mais uma consequência desastrosa do golpe de estado de 2016, a Operação Resgate 3, organizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Defensoria Pública da União, resgatou, durante o mês de agosto, 532 pessoas da escravidão em todo o País. 441 homens e 91 mulheres submetidos ao horror trabalho-escravo. Foi a maior operação já realizada no Brasil, mobilizando 70 equipes de fiscalização, que realizaram 222 inspeções em 22 estados e no Distrito Federal.
A principal atividade econômica a empregar mão de obra escrava, segundo os responsáveis pela operação, foi o cultivo do café. Seguida por cultivo de alho, cebola, extração de carnaúba, produção de ovos, produção de cerâmica, fabricação de álcool, prestação de serviços a restaurantes, dentre outros.
Um dos casos mais extremos e chocantes encontrado pelos agentes da operação foi o de uma senhora de 90 anos, encontrada numa residência em Grajaú, Zona Norte no Rio de Janeiro. Ela foi escrava de uma família há mais de 50 anos, sendo 16 como doméstica.
Uma de suas funções era cuidar de uma mulher de 100 anos, mãe de sua “empregadora”. Para piorar esse quadro revoltante, essa mulher dormia em um sofá. Foi a pessoa mais idosa resgatada desde que se implementou no Brasil, em 1995, o seu sistema de combate à escravidão contemporânea.
Esse é um dos exemplos desastrosos que o golpe de estado de 2016 produziu. Com o avanço da direita no poder executivo, encabeçada por Michel Temer (MDB) e posteriormente por Jair Bolsonaro (PL) – eleito graças à prisão política de Lula -, os patrões e direitistas em geral se sentiram mais à vontade os mais repugnantes atos de barbárie.
Por isso que mesmo com o Lula eleito e a compreensão de que a estrutura do Estado continua sob o controle dos golpistas, a esquerda deve continuar se mobilizando. Contra a escravidão, contra todos os ataques aos direitos dos trabalhadores, por mais direitos, empregos e melhores salários.