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MASSACRE DE KARANTINA

Mais de 1.500 palestinos refugiados no Líbano são mortos

Massacre ocorreu na conjuntura política da chamada “Guerra Civil Libanesa” (1975-1990), uma guerra do imperialismo e de "Israel" contra os palestinos e a OLP

O Massacre de Karantina deu-se no dia 18 de janeiro de 1976, na conjuntura política da chamada “Guerra Civil Libanesa” (1975-1990), a qual era, na realidade, uma guerra do imperialismo e de “Israel” contra os palestinos, que haviam se refugiado no Líbano em razão da Nakba, e contra as suas principais organizações de resistência à época, a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e o Fatah, as quais haviam sido expulsas da Jordânia e se realocado no Líbano.

Karantina é o termo coloquial para um bairro na região nordeste de Beirut, La Quarantaine, um bairro semi-industrial, com população de baixa renda, cuja paisagem urbana configura uma mistura de residências e estabelecimentos comerciais.

Na década de 70, quando ocorreu o massacre, já após iniciada a “Guerra Civil”, a região nordeste de Beirute era controlada por forças hostis aos palestinos e à OLP. No caso, os partidos cristãos católicos maronitas e suas milícias armadas. Dentre os principais que atuaram na guerra, podem ser citados o Partido Cataeb e sua ala paramilitar; os Guardiões do Cedro; a milícia Tigre, ala paramilitar do Partido Nacional Liberal e Movimento Juvenil Libanês (LYM). Elas faziam parte da chamada Frente Libanesa, agrupamento político e militar de extrema-direita, apoiado pelo imperialismo e pelo sionismo em sua luta contra os palestinos do Líbano e a OLP.

O massacre se deu com a invasão de Karantina pelas milícias citadas acima, em especial a do Partido Cataeb, cujos milicianos, não coincidentemente, eram conhecidos como Falangistas, em referência ao partido fascista espanhol Falange Espanhol das Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista, conhecida popularmente como Falange. Este fora o principal grupo fascista que atuou durante a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939), tendo papel fundamental em garantir a subida de Francisco Franco ao poder, e a consolidação de uma ditadura fascista que duraria quase quatro décadas.

E, de fato, o nome de Falangistas para designar os membros do Cataeb não era nenhuma coincidência. Pierre Gemayel, fundador do partido, católico maronita, já expressou sua admiração pelo nazismo e pela Alemanha nazista, em entrevista ao jornalista e escritor britânico Robert Fisk (correspondente internacional que chegou a cobrir diversas guerras, dentre elas a “Guerra Civil Libanesa”). Na entrevista. Gemayel declarou o seguinte:

“Fui capitão da seleção libanesa de futebol e presidente da Federação Libanesa de Futebol. Fomos aos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim. E eu vi então essa disciplina e ordem. E eu disse a mim mesmo: ‘Por que não podemos fazer a mesma coisa no Líbano?’ Então, quando voltamos ao Líbano, criamos este movimento juvenil. Quando eu estava em Berlim, o nazismo não tinha a reputação que tem agora. Nazismo? Em todos os sistemas do mundo você pode encontrar algo bom. Mas o nazismo não era nazismo. A palavra veio depois. No sistema deles, vi disciplina. E nós, no Médio Oriente, precisamos de disciplina mais do que qualquer outra coisa.”

Segundo Fisk, os uniformes originais dos militantes do partido incluíam camisas marrons e os membros utilizam a saudação romana. Na década de 40, seu lema era “Deus, Pátria e Família”.

Simplificando, as milicias maronitas que lutavam contra os palestinos e a OLP eram grupos fascistas no sentido mais literal da palavra.

Embora não haja muitos detalhes a respeito de como se deu o massacre (da forma como há em relação aos massacres de Tel al-Zaatar e Sabra e Chatila), sabe-se que essas milícias fascistas, de cristãos maronitas, assassinaram mais de 1.500 pessoas em Karantina, das quais palestinos, curdos, sírios, armenos e libaneses xiitas.

Conforme relato de Johnathan Randal, correspondente internacional do jornal norte-americano The Washington Post à época da guerra, “muitos homens e meninos muçulmanos libaneses foram presos e separados das mulheres e crianças e massacrados, enquanto as mulheres e meninas foram violentamente estupradas e roubadas”.

E é fundamental deixar claro o apoio de “Israel” à Frente Libanesa, fornecendo inteligência militar e armamento às milícias maronitas, mostrando que não basta ao sionismo expulsar os palestinos de suas terras, sendo também necessário acabar com todas as suas organizações de resistência, que lutam pela libertação nacional da Palestina. À época, a principal era a OLP, que eventualmente capitulou perante “Israel”.

Contudo, a resistência não foi derrotada, e hoje em dia sua principal organização é o Hamas, que, no último 7 de Outubro, liderou a Operação Dilúvio al-Aqsa, assestando profundo golpe no Estado sionista, o qual pode muito bem ser o catalizador do fim de “Israel” e de todos os massacres cometidos pelos sionistas, na Palestina, ou fora dela.

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