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Marcelo Marcelino

Membro Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD) nacional, sociólogo, economista e cientista político, pesquisador do Núcleo de Estudos Paranaenses – análise sociológica das famílias históricas da classe dominante do Brasil e membro do Partido da Causa Operária – Curitiba.

DANÇA DOS TÉCNICOS DE FUTEBOL

Mais da metade dos times da Série A já trocaram de técnico

Os dirigentes dos clubes brasileiros de futebol e da própria seleção enxergam o futebol como um meio de enriquecer e despejam nos técnicos suas incompetências

Recentemente, Mano Menezes se tornou o décimo segundo técnico dispensado desde o início do campeonato brasileiro de futebol de 2023. É quase um treinador por rodada, nenhum deles escapa da saga demissional e trocam de clube conforme a dança nas cadeiras do momento. Há muitas décadas essa política de troca de técnicos ocorre incessantemente, a diferença nesse momento é que o imperialismo de conjunto, em especial os europeus, se trata de uma força ainda mais poderosa e persuade economicamente em vários aspectos. Tanto que antes do início do campeonato de 2022, os próprios clubes acabaram com a regra que limitava a troca de técnicos durante as competições.

Isso tudo devido a força dos interesses dos capitalistas que procuram desregulamentar e liberalizar todos os aspectos que envolvem o futebol. Uma espécie de neoliberalismo no futebol que permite importar técnicos europeus, ampliar o mercado de sócios torcedores, privatizar os clubes médios como é o caso do Bragantino e até mesmo tradicionais como o glorioso Botafogo.

De acordo com a norma criada, cada clube só poderia demitir técnico uma vez e cada treinador também só poderia pedir demissão uma única vez. Caso uma equipe demitisse o técnico pela segunda vez, somente um outro profissional que já fosse funcionário do clube com no mínimo seis meses de casa, um treinador de base ou um auxiliar, poderia ser efetivado no cargo. No caso dos técnicos, o segundo pedido de demissão impediria de treinar qualquer equipe na mesma competição. Na prática, a restrição não se sustentou e logo teve um final consensual. Durante o conselho técnico dos times para a edição de 2022 do Campeonato Brasileiro, os clubes decidiram, por unanimidade, acabar com a regra que limitava o número de trocas de treinadores.

A força dos interesses dos chefões e empresários do futebol brasileiro, assim como das interações com o futebol europeu e a engrenagem financeira dos clubes asiáticos e do Oriente Médio, empurraram pra fora quaisquer regras restritivas para trocas de treinadores e eventuais exportações. Entretanto, chama atenção que os dirigentes do futebol brasileiro tenham encontrado nos treinadores portugueses a saída para esse problema, Jesus no Flamengo e Abel no Palmeiras se tornaram modelos ideais de técnicos.

Um exemplo de que essas trocas nada tem a ver com bom futebol e vitórias é o caso de Dorival Júnior, o técnico venceu competições importantes no Brasil e na América do Sul durante o ano passado, mas foi substituído por um português que havia feito um trabalho contestado no Corinthians e ainda muito pior no Flamengo.

A influência do imperialismo europeu não para por aí, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) decidiu aderir a “moda” da dependência externa e busca trazer Carlo Ancelotti, atual técnico do clube espanhol Real Madri, para dirigir a seleção brasileira. Fernando Diniz, que assumiu interinamente a seleção até a chegada do técnico italiano, que deve acontecer somente daqui um ano, poderia muito bem ser ele mesmo o treinador oficial do Brasil. Essa espera demonstra um nível absurdo de capachismo dos dirigentes brasileiros e coloca o futebol nacional de joelhos diante dos europeus.

Os dirigentes brasileiro não entendem de futebol e buscam desviar o foco da incapacidade administrativa para os treinadores. Acima de tudo, querem faturar alguns milhões, mostrando que o esporte, que é uma paixão nacional e a maior expressão cultural do povo, é tão somente um modo de enriquecimento para eles.

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