Em 29 de setembro, o portal Slobodna Evropa revelou que três agentes estrangeiros foram convocados para participarem de interrogatório pelo Serviço de Segurança da Geórgia, por ajudarem opositores ao governo a prepararem um cenário de mudança de regime ao estilo Maidan em Tbilisi, capital da Geórgia.
Os agentes são funcionários do Centro de Ações e Estratégias Não-Violentas Aplicadas (CANVAS) e estavam temporariamente na Geórgia. CANVAS é uma organização financiada pelo governo norte-americano com relações estreitas com a agência de golpes dos EUA, a CIA, que treinou ativistas de mudança de regime desde a Europa de Leste até à Venezuela. Segundo consta no sítio do grupo, há o registro de que foram organizados cerca de 16 mil ativistas em 52 países desde a sua fundação, em 2003, e “inspirado” 126 “campanhas” políticas no mundo todo.
Segundo o jornal The Grayzone, as autoridades de segurança locais alertaram que “Está sendo preparado um golpe à la Euromaidan na Geórgia”, referindo-se à revolução colorida tutelada pelos EUA em 2014, responsável por derrubar Viktor Yanukovych, presidente democraticamente eleito da Ucrânia e deu início a um governo pró-OTAN. Os supostos principais conspiradores são de etnia georgiana que trabalham para o governo ucraniano: Giorgi Lortkipanidze, vice-chefe da inteligência militar de Kiev; Mikhail Baturin, guarda-costas do ex-presidente Mikheil Saakashvili; e Mamuka Mamulashvili, comandante da Legião Georgiana.
Em uma investigação feita em 6 de setembro, The Grayzone revelou que Mikheil Mamulashvili está envolvido em um massacre de manifestantes fundamental para o sucesso do golpe na Ucrânia, contra o então presidente Viktor Yanukovych. Mamulashvili levou os atiradores à Praça Maidan para semear o caos, atirando contra multidões, e forneceu rifles para fortalecer o ataque.
As autoridades da Geórgia dizem haver evidências de que jovens ativistas anti-governo estão sendo treinados perto da fronteira da Ucrânia com a Polônia para implementar algo semelhante, que inclui um atentado mortal durante tumultos planejados que ocorreriam em Tbilisi entre outubro e dezembro.
A quem interessa(m) as revoluções coloridas?
As “revoluções” coloridas são um tipo de revolta produzida e financiada por países imperialistas para os países oprimidos caminharem conforme seus interesses. No Egito deu certo. Na Líbia e na Síria, as “revoluções” levaram a guerras que resultaram na destruição desses países. Vale lembrar que a Líbia perdeu seu maior líder nacionalista, Muammar Gadaffi, e nunca mais se levantou. A Síria entrou numa guerra terrível que durou anos e ainda hoje os EUA controlam parte do país. Na Ucrânia, elas derrubaram o presidente alinhado à Rússia e elegeram direitistas capachos dos EUA e da OTAN: Petro Poroshenko, antecessor do atual presidente, Zelensky, responsável por iniciar a política de provocações contra a Rússia, o que resultou na atual guerra na Ucrânia.
Vale lembrar que, na Geórgia, por pouco foi palco de uma revolução colorida em meados de março desse ano, quando ONGs levaram às ruas centenas de milhares de pessoas. O governo queria passar uma lei para que as ONGs tivessem que se registrar como agentes estrangeiros.
As ONGs exercem um papel importante no andamento das revoluções coloridas e golpes de Estado. Sua finalidade é criar, fomentar e disseminar ideias e movimentos que desestabilizem governos desalinhados com o imperialismo, em especial aqueles governos com cunho nacionalista. Portanto, as ONGs são devastadoras, produzindo verdadeira ingerência nos Estados-nações.
No Brasil, há um número significativo de ONGs imperialistas, inclusive há certos políticos ligados direta ou indiretamente a elas, revelando um perigo para o governo brasileiro. A qualquer momento esses elementos podem se voltar contra o presidente Lula, procurando derrubá-lo por meio de uma revolução colorida. Daí a importância de uma consequente mobilização de massas da classe trabalhadora a fim de barrar qualquer possibilidade de ofensiva golpista do imperialismo.
