A situação das mulheres nos Estados Unidos da América é uma prova incontestável de que o identitarismo não serve para nada além da demagogia.
Enquanto o partido Democrata norte-americano difunde para a esquerda de todo o mundo a política identitária e faz com que os inócuos creiam que a situação da mulher melhorará se você tiver como vice-presidente uma mulher negra, como Kamala Harris. Ou melhor ainda, uma mulher branca como presidente, veja Hillary Clinton ou quem sabe um homem que seja do partido Democrata, logo um defensor das mulheres, claro….
Porém, por maior que seja a propaganda e por mais dinheiro que disponha para tanto os seus propagadores, a verdade sempre se impõe.
E a verdade é que a situação da esmagadora maioria das mulheres nos Estados Unidos vai de mal a pior.
Dados divulgados recentemente por uma organização não governamental chamada March of Dimes, revelam que no país mais rico do mundo a taxa de mortalidade materna cresce mais do que a média mundial.
Dificuldades como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde especializados, aumento de doenças crônicas como a obesidade, problemas cardiovasculares e agora a proibição do aborto ao nível nacional pela Suprema Corte norte-americana fizeram o índice de mortalidade materna nos EUA mais do que dobrar, nos últimos 20 anos.
Segundo dados da Unicef, em 2000, esse número era, em média, de 12 mortes maternas para cada 100 mil nascimentos. Já em 2021 essa média passou para 33 mortes para cada 100 mil nascimentos no país.
“Nossa pesquisa mostra que cuidados maternos não são uma prioridade no nosso sistema de saúde, e ações precisam ser tomadas para garantir que todas as mães recebam o atendimento que elas precisam e merecem para ter gestações saudáveis e bebês fortes”, disse a médica Elizabeth Cherot.
A situação, como não poderia deixar de ser, já que são elas que estão entre a população mais pobre, logo com menos acesso às condições materiais necessárias a uma gravidez segura, é muito pior entre as mulheres negras.
Entre as mulheres negras, a média de mortalidade materna nos EUA ultrapassa o número de 68 mortes para cada 100 mil nascimentos.
Esse número cresce ainda nos estados do sul do país onde atualmente o aborto é ilegal. Em estados como Arkansas, Alabama, Georgia, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Tennessee a mortalidade materna chega a 85 mortes a cada 100 mil nascimentos.
Nesses estados vigora o que se convencionou chamar de “desertos de cuidado maternos”, qual seja, estados com municípios sem nenhum hospital ou sequer serviço auxiliar com especialidade em obstetrícia. Pelo menos 36% desses municípios não possuem esses serviços e esse índice tende a aumentar desde que a proibição do procedimento do aborto fez o número de matrículas nas universidades de medicina do país nas especialidades de ginecologia e de obstetrícia cair em média 10,5%.
Esses números provam ser urgente abandonar a falsa luta pelos direitos das mulheres e negros em que consiste a política identitária e lutar por mudanças verdadeiramente benéficas ao conjunto da população feminina.
É preciso que as mulheres nos EUA se organizem e se mobilizem não para eleger a Hillary Clinton ou a Kamala Harris, mas para exigir a legalização do aborto em todo o país, o direito à saúde pública e condições materiais de vida dignas.