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Identitarismo

Luta contra europeu imaginário, enquanto torcedor é morto pela PM

O anti-racismo de faz de conta do identitarismo

Na noite do último domingo (24), os torcedores do São Paulo comemoraram na zona oeste, ao redor do estádio do Morumbi, o título inédito conquistado da Copa do Brasil pelo Tricolor Paulista. A Polícia Militar, inimiga do povo brasileiro, foi chamada a reprimir as comemorações dos torcedores, o que, em consequência, teve como produto, uma fatalidade: Rafael dos Santos Tercílio, 32 anos, morreu de traumatismo crânio-encefálico, ao ser atingido por disparos de arma. Rafael, da ala “Surdos e Mudos Tricolores”, da Independente, foi atingido por balas “bean bag” que substituíram às balas de borracha, uma espécie de saco que encobre diversas esferas de metal. A irmã do torcedor, Raisa Rochelle, 33 anos,  se pronunciou cobrando justiça:

“Queremos justiça. Meu irmão não era nenhum vagabundo, era trabalhador, pai de família, ótimo filho. Os amigos o amavam. Deixa um filho de oito anos. Ele amava esse time”, disse Raisa

Segundo o boletim de ocorrência, policiais militares estavam nas proximidades da avenida Jules Rimet com a rua Sérgio Paulo Freddi, entre os portões 6 e 7 do Morumbi, quando os torcedores do São Paulo tentaram invadir a área de isolamento para acessar o estádio, onde o time tinha havido disputado a final da Copa do Brasil com o Flamengo. Aqui, fica claro que a culpa do que aconteceu é exclusivamente da PM e das autoridades que decidiram afastar os torcedores da sua casa, o Estádio do Morumbi, atacando frontalmente o direito das pessoas de ir e vir.

Os PMs impediram o acesso de maneira violenta e, segundo os policiais, alguns torcedores revidaram. A Polícia Militar, então, utilizou munição explosiva e química, além de cassetete. Instantes após a confusão, Rafael Garcia, foi encontrado desacordado, foi levado para o pronto-socorro do Campo Limpo por ambulância que estava no estádio, mas não resistiu aos ferimentos.

A polícia paulista, assim como toda polícia brasileira, tem como única função conter qualquer aglomeração de trabalhadores, sejam eles sindicalistas ou meros torcedores. A nota pública de Tarcísio de Moraes, governador bolsonarista de São Paulo, põe às claras o verdadeiro fascismo que existe no Brasil. 

“Na ocasião, os policiais militares realizaram ações de controle de multidão com uso de munições de menor potencial ofensivo como bean bags, elastômero e jatos de água”

A operação de “controle de multidão” da polícia utilizou inúmeras artimanhas repressivas. Segundo o próprio boletim, foram utilizadas munições explosivas e químicas contra pessoas totalmente desarmadas. Os torcedores, que apenas estavam comemorando uma grande vitória do clube que há anos não ganhava um título de expressão, foram recebidos com uma violência desproporcional do Estado, o que resultou no assassinato de um trabalhador inocente.

Não é demais lembrar que o jogo era como se fosse de torcida única, pois havia uma confraternização entre todas as torcidas organizadas de São Paulo e Flamengo durante todo o dia. Esse caso mostra muito claramente que a polícia é a principal fonte de violência nos estádios, não as torcidas organizadas, como afirmam os jornais da burguesia.

A farsa identitária

No mesmo dia, Marcelle Decothé, agora ex-assessora da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, hostilizou a torcida do São Paulo em post no Instagram dizendo: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu ‘safade’… pior tudo de ‘pauliste’”. Seus comentários geraram uma enorme repercussão, especialmente nos torcedores são-paulinos. Envolvida com ONGs que, supostamente, combatem o racismo, Marcelle, com um nome nada “decolonial”, expressou o seu nojo contra o povo brasileiro, atacando sem escrúpulos mais de 20 milhões de pessoas que torcem para o São Paulo, terceira maior torcida do Brasil, e mais de 44 milhões de paulistas.

Mas vemos que o “europeu branco” safado dos identitários é apenas um inimigo imaginário, assim como é a suposta luta anti-racista deles. Contra a PM que estavam reprimindo os milhares de negros que estavam nos arredores do estádio, nenhuma palavra.

Os mesmos que combatem “europeus brancos” imaginários, ignoram por completo o fato de que um trabalhador brasileiro foi assassinado pela Polícia Militar, instituição racista que, no Brasil, com certeza é o maior inimigo do povo negro. A ideologia identitária, se mostra reacionária ao ocultar a realidade concreta e servir apenas como discurso pseudo-radical que, finalmente, tem sua maior utilidade em censurar, prender e reprimir o povo brasileiro. 

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