Matéria publicada no G1, intitulada “Maduro avança em sua ofensiva para asfixiar as ONG”, assinada por Sandra Cohen, mostra a preocupação da burguesia, pois as ONGs são uma importante porta de entrada do imperialismo nos países atrasados que servem desde impedir obras como hidrelétricas, gasodutos, estradas; até a preparação e participação em golpes de Estado.
Não se pode esperar muito de um órgão de ‘informação’ da família Marinho, golpista de primeira hora e inimiga da classe trabalhadora. O tom alarmista do início da matéria já diz tudo: “Há 24 anos no poder, o regime chavista consolida o controle sobre as organizações não governamentais, ao aprovar, no primeiro debate, um projeto de lei que criminaliza e impõe restrições ao trabalho dessas entidades. Em sua maioria, elas são essenciais e atuam para denunciar os excessos e as arbitrariedades do governo, que já exerce domínio sobre os poderes Legislativo e Judiciário e eliminou boa parte da mídia independente”.
A grande imprensa nunca deixa de fazer referência ao tempo que os governos chavistas estão na Venezuela. No entanto, nunca se lembraram de reclamar da primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher; também deixaram em paz Angela Merkel; e quase nunca falam dos príncipes sauditas, exceto quando os EUA se sentem contrariados com alguma política de preços do petróleo. O PSDB ficou décadas destruindo São Paulo e os jornalões eram todos elogio.
Quais seriam os excessos e arbitrariedades do governo? Será que protege demais o petróleo em vez de entregar de graça para o grande capital financeiro internacional? Quando Juan Guaidó foi se proclamou presidente venezuelano e foi aceito pelas ‘democracias’ não teria sido um abuso, uma arbitrariedade, uma vez que esse senhor não foi eleito? Curiosamente, Guaidó recebeu dinheiro de ONGs.
Reação
O governo venezuelano resolveu se precaver e começou um processo de regulamentação das ONGs, segundo Diosdado Cabello, pelo menos 62 dessas entidades operam no país com finalidade exclusivamente política e declarou, no plenário da Assembleia Nacional, que elas “recebem financiamento de outras nações, de outros governos com o objetivo de impor sua democracia”.
A autora da matéria afirma que “A perseguição às ONGs é um denominador comum em autocracias como Cuba, Nicarágua, Rússia e China, para citar apenas algumas, que já aprovaram leis semelhantes para reprimi-las. Sob legislações rigorosas, essas entidades acabam asfixiadas e sem recursos para sobreviver”. Uma lista que apresenta apenas desafetos do imperialismo.
A grande ‘democracia’ americana promove um bloqueio econômico contra a economia cubana que dura seis décadas. O país caribenho foi impedido de comprar ventiladores pulmonares em meio à pandemia de Covid-19, foi impedida de comprar seringas descartáveis. A Venezuela também é alvo de embargos, durante muito tempo mal podia comprar insulina. Apenas agora, com o conflito na Ucrânia e escassez de petróleo os EUA amoleceram o discurso e sua ditadura ferrenha contra o país vizinho.
Yoani Sánchez, que denunciou ter sido presa e tortura pela ‘autocracia cubana’, nunca apresentou nenhum hematoma. A blogueira, estranhamente, tinha suas matérias publicadas em 19 idiomas diferentes e sabe-se lá com qual financiamento. Se Cuba fosse realmente essa autocracia, dificilmente essa senhora poderia fazer o que faz.
Cinismo
A matéria tenta justificar as ONGs, disse que formam um escopo que inclui “inclui ainda uma enorme rede assistencial que provê refeitórios populares, ações em escolas e medicamentos gratuitos e funcionam como janelas de apoio para os venezuelanos, (…). Tudo isso está sob risco com a ofensiva do regime de Maduro”. Ora, se faltam alimentos e remédios é principalmente por causa do bloqueio criminoso contra a Venezuela. É preciso combater o imperialismo, mas não podemos esperar isso da grande imprensa.
Regulamentação
O que o governo venezuelano, e também russo, chinês, dentre outros, estão fazendo, é regulamentar a atuação das ONGs. Querem saber de onde vem o dinheiro que as financiam etc. O golpe de Estado na Ucrânia, por exemplo, teve a participação de dessas entidade e teve dinheiro de George Soros envolvido.
No Brasil, todos devem se lembrar, o Movimento Não Vai Ter Copa, de Guilherme Boulos, teve dinheiro da Fundação Ford, uma fachada da CIA. Esse movimento foi um início de desestabilização do governo Dilma e abriu caminho para o golpe de 2016.
Na Amazônia já temos mais de 10 mil ONGs, tem índio sendo alfabetizado em inglês. Essas entidades impedem muitas vezes que o próprio governo possa atuar sobre áreas dos índios que estão dentro do território brasileiro, é um verdadeiro absurdo.
O governo Lulta tem que abrir os olhos com essas organizações e regulamentar, tem que ser um verdadeiro carrasco, pois essas ONGs, em sua maioria, estão representando interesses estrangeiros. A usina de Belo Monte, por exemplo, sofreu enorme pressão por entidades financiadas pela Fundação Ford. Por que não querem eletricidade na Amazônia? Porque isso pode ajudar a desenvolver a região e ficará mais difícil de o imperialismo se apossar das riquezas incalculáveis da região.
É preciso denunciar esses falsos ambientalistas que apenas fingem se preocupar com o meio ambiente. Já estão criando caso porque o BNDES vai ajudar a construir uma segunda etapa do gasoduto Nestor Kirchner. Na Nicarágua existem outros que querem impedir a construção do canal interoceânico que vai tornar obsoleto o canal da Panamá. São interesses econômicos que movem essas ONGs e não a preservação do meio ambiente. E estão a mando de países que já destruíram seus ecossistemas e querem impor o atraso a outros países fingindo evitar ‘desastres climáticos’.
A classe trabalhadora tem que ficar alerta, essas organizações estão contra os interesses nacionais, são financiadas com principalmente por países estrangeiros e podem muito bem tentar abrir caminho para um novo golpe, como fizeram contra Dilma Rousseff.